terça-feira, 30 de abril de 2013

Viagens, Férias?

Quanto eu gostava de um dia sair de casa e rumar sem destino à busca de uma aventura, pernoitar no primeiro hotel que me aparecesse, ir a um bar decontraído, conhecer novas pessoas. Ou por outro lado fazer uma viagem planeada, agora com a internet é tão facil...mas não sou capaz de fazer uma coisa ou outra.
Sempre abdiquei de férias, ficar em casa a fazer o quê? Quando tive de férias estavam-me sempre a chamar do escritório! É claro que tinha que ouvir os meus colegas. Então não tiras uma semanita de férias? Que sem vida!
Nunca fui para lado nenhum, a minha familia nunca me levou em viagens, porque também não iam. Até hoje fui umas 5 vezes à praia em toda a minha vida, apesar de estar relativamente perto. Via com inveja a ida dos meus colegas à praia duas semanas ou mais. Quando no inicio das aulas nos encontravamos todos tinham ido para algum lado, menos eu. Como eu gostava de conhecer novos países, novas culturas, ir aos Estados Unidos, Praga, Brasil, etc.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Redes Sociais

Não gosto que se metam na minha vida particular, para mim quanto mais anónimo passar melhor.
As pessoas descobrem muitas coisas nas redes sociais como Hi 5 ou Facebook. Uma vez estive a pesquisar pessoas que já não via há bastante tempo e descobri praticamente tudo... os amigos, onde trabalham, etc.
Tenho um perfil falso para aceder a facebook de algumas entidades como canais de televisão, clubes de futebol, etc. Já me chatearam para criar facebook... o meu maior receio é que ao verem o meu perfil, descobrirem que não tenho amigos. Sinceramente não percebo muito, tenho medo que vejam o meu histórico, o que consultei, etc. Estou registado e todos os dias me enviam sugestões, mas ignoro esses mails.
No Mirc (IRC) era tudo mais facil, um gajo entrava num canal e simplesmente escrevia. Passei muitas horas lá e até aprendi muitas coisas na área da informática. Mas ao longo dos anos, nunca conheci ninguém... o meu anti-socialismo é demais. A verdade é que vou para lá discutir futebol ou outros assuntos, mas nunca chego à fase da "intimidade".

Há uns anos o pessoal começou a usar mais o Messenger. Toda a gente do escritório começou a usar, ainda falei bastante com alguns colegas de trabalho via msn, era mais facil do que por telefone. Mas no meu ponto de vista era mais dificil conhecer novas pessoas.
Participo bastante em foruns, principalmente ligados ao tema de tecnologia e futebol. Às vezes estou a ver um jogo de futebol e ao mesmo tempo com o pc ligado num forum a comentar. Gosto dessa forma de interagir, posso dar a minha opinião sem recriminações, não tenho que ver a cara da outra pessoa e a reação dela, mas tal como no IRC não conheço ninguém, não consigo chegar à fase da "intimidade"...

Existem sites para conhecer pessoas como o omegle, mas não tenho coragem de ligar a camara.
A mim custa-me por exemplo quando estão a falar de futebol e eu não conseguir dar a minha opinião.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Sonhos a Dormir e Acordados

Sonho muito, tenho o sono leve, não consigo dormir muitas horas seguidas. Qualquer barulho me desperta, tenho sorte de viver numa vivenda, numa rua sossegada, muitas das casas são antigas e desabitadas. Não tenho vizinhos barulhentos. Aliás eu sou o mais barulhento, às vezes meto música alta, para aliviar o stress (antigamente exagerava, cheguei a receber uma notificação da GNR, apesar de duvidar se não foi uma encenação da minha familia). Lembro-me principalmente de sonhar de manhã. Sou capaz de ter 6 ou 7 sonhos, num curto espaço de tempo, apesar de me parecerem intermináveis. Todos os meus sonhos refletem a minha realidade, a maoiria "são uma merda". A ansiedade, o medo, o passado, o futuro, tudo entra nos meus sonhos ridiculos. Misturam-se personagens do passado com as do presente, cenários conhecidos, mas alterados pela minha imaginação. Gostava de ter sonhos eróticos, poder estar com mulheres... mas nem em sonhos isso acontece... apesar de às vezes acordar com o pénis erecto como falei noutro post!

Sonhos "Acordados"

Às vezes entro no meu mundo de imaginação e sonho ser uma pessoa que não sou, exactamente o meu inverso, gostava que olhassem para mim com admiração, ser o centro das atenções, dominar as conversas, ser bom em alguma coisa... Adoro futebol, logo umas das minhas maiores fantasias é ser um grande jogador de futebol, sonho estar num estádio repleto de pessoas a aplaudirem-me a dizer que sou bom... essa fantasia repete-se, normalmente ao som de música. Ou então imagino-me ser uma estrela de cinema, ou um músico famoso, ser uma celebridade. O poder do pensamento é ilimitável e não paga imposto, em vez de imaginar devia agir. Passo demasiado tempo nesse mundo.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Trabalho

Saí da escola e tive cerca de 5 ou 6 meses em casa. Na altura dos atentados de 11 de Setembro 2001, estava em casa sem fazer nada. Confesso que na altura não ligava muito, passava sempre em casa sozinho, mas tinha uma imaginação do caraças para passar rapidamente o tempo(nessa altura é que devia ter depressão). Por causa da minha timidez, tinha pavor a entrevistas (por incrivel que pareça hoje passado 12 anos consigo ter mais). Antes não havia crise como agora, a economia crescia e só não arranjava trabalho quem não quisesse. Tinha a vantagem de ser novo e ainda não ter feito estágio profissional. A minha primeira tentativa foi para escriturário nos bombeiros lá da terra, estava tudo combinado mas entretanto surgiu uma candidata mais experiente e ficou com o lugar. Increvi-me em várias empresas na zona, mas tinha duas grandes desvantagens, uma era não ter carta de condução e outra era não ter a inspecção militar feita. Recusaram-me numa empresa por causa desse motivo. Nesse mesmo ano fui à inspeção e essa questão ficou solucionada.
No inicio de 2002, através de um familiar (cunhas :)) consegui arranjar emprego na minha área. Fui trabalhar no escritório num grupo de empresas médio que labora em vários sectores de actividade como constução civil, imobilário, transportes, etc. Em 2004 atingiu o pico, era só lucros (pensar que passado quase 10 anos as coisas em vez de evoluirem, retomaram um destino contrário). Não tinha horárío, por vezes trabalhava até às 23 horas, tinha dias que chegava a casa e não via a minha familia, é claro que não recebia nenhuma compensação monetária. Férias também não tirava, ia para onde? Ficar em casa todo o dia era muito mau. Nas raras vezes que tirava, muitas vezes chamavam-me do escritório, fiquei sem paciência, mais valia não tirar.
Em 2007 fomos atingidos por uma grave crise financeira. Reduziram bastante o pessoal, eu fiquei talvez porque na altura fui dos poucos que aceitou ficar vários meses sem receber (até hoje a empresa deve-me milhares de euros, podia ter surgido ai a depressão, mas não). Às vezes penso que o meu patrão tem pena de mim, por isso é que não me manda embora.
Quando tirei a carta ganhei uma grande liberdade, finalmente comecei a sair a horas mais decentes.
O ambiente no inicio era péssimo, ia para o meu lugar e ficava lá sem falar com ninguém, aos almoços também mal falava. Depois entrou pessoal mais brincalhão e comecei a gostar mais dos almoços.
Por causa desta crise tenho que me sujeitar, não posso dizer que não e tenho que concordar com tudo, mesmo ficando com algumas entaladas tipo com a minha ex. Ou não concordando com algumas decisões que se tomam. Nas reuniões bloqueio totalmente. Ao fim penso e arrependo-me que deveria dizer aquilo naquele momento. Se me chamarem aos domingos vou, assim como feriados, um ano trabalhei numa sexta-feira santa. Não ganho nada com isso, perco até com dinheiro gasto em combustivel e refeições. É claro que nunca pedi aumento ou dinheiro de valores que tenho em atraso. Muitas vezes quando a empresa não tem dinheiro tenho que emprestar do meu bolso. É o que se pode dizer "Pagar para trabalhar".
"Desenrasco-me" em tudo mas não sou bom em nada :(
Estou limitado à minha situação geográfica, não tenho coragem para ir embora para um lado mais longe ou estrangeiro. Se um dia sair da empresa não sei o que irei fazer à minha vida. Aí é que ficaria muito triste.

sábado, 13 de abril de 2013

Saúde

A timidez também prejudica a saúde. O facto de ser envergonhado leva-me a recear as idas aos médicos evitando ao máximo as deslocações. Nunca fiz análises a nada. Quando lá vou (por exemplo quando faço os exames obrigatórios de trabalho) o meu coração dispara, fico tão nervoso que nem sei se isso influencia os resultados como electrocardiogramas. Já não vou ao meu médico de família desde pequeno(ainda com a minha mãe).
Sinto-me fraco, sem energia, canso-me rapidamente, não sei se é tudo psicológico ou também físico. Às vezes vou ajudar o meu pai para o campo e aí é que noto o quanto mal preparado estou. Perco líquidos facilmente, fica-me a doer a cabeça quando faço esses trabalhos. Sempre tive enxaquecas desde pequeno, pelo menos uma vez por semana fico com tantas dores que não consigo fazer nada, os comprimidos aliviam. Esse fato limita-me imenso, nunca falei nada ao meu pai por achar que ele vai pensar que é uma desculpa para não o ajudar a trabalhar.
Vou muitas vezes à casa de banho, às vezes vou de hora em hora urinar e mesmo para obrar, vou umas duas ou três vezes por dia, pelo menos ao fim do pequeno almoço e ao fim de almoço é certo que tenho que evacuar. Uma vez li que era um dos sintomas do cancro, fiquei assustado.
Sinto sempre o meu estômago e intestinos pesados. Doi-me a barriga com facilidade, não sei se terei alguma úlcera nervosa. Essa dor impede-me às vezes de fazer exercício fisico.
Às vezes sofro de uma dor forte nos intestinos parece que o "cócó" está perro.
Mal pego em peso começa-me logo a doer as costas. Já dei duas ou três vezes mal jeito, sem ir ao médico, uma vez mal conseguia andar. Se nessa altura tivesse ido talvez não me sentisse tão fraco.
Para começar devia ir a um psicologo... mas desconfio que me possa ajudar, como é que ele ia tirar a minha timidez?
Às vezes penso em lá ir, mas não sei bem qual a melhor solução, qual a mais barata. Não tenho ninguém de confiança a quem perguntar. Tenho um seguro de vida que ando a pagar e não o aproveito.
Tenho o sono leve, dormo no máximo 3 horas seguidas, às vezes custa-me adormecer e acordo sempre antes do despertador dar sinal (às vezes mais de 1 hora), parece que tenho medo que ele não toque. Sonho muito, sempre sonhos de merda.
Também devia ir ao urologista, os meus genitais são muito pequenos, mas esse é o menor dos meus problemas. Não consigo puxar a pele do meu pénis para trás, quando vou urinar a cabeça fica como uma bola, nunca vi o testículo direito cá fora. Por outro lado acho que sofro de potência a mais, acordo muitas vezes com erecção e às vezes até ejaculo de noite. Às vezes fica em "pé" sem motivos aparentes ou basta ver alguém atraente para as hormonas começarem a saltar. Quando tive a relação tive medo na hora h de ficar tão inibido e a não conseguir levantar, mas correu bem e ela nesse aspecto foi compreensiva, antes tivemos uma conversa que me acalmou, mas no inicio o coração batia forte com medo de falhar. Até que ponto esses problemas me inibiram/inibem? Por exemplo deixei de jogar futebol com medo que os meus colegas gozassem comigo. Quando era miúdo havia um que gozava imenso, acho que fiquei traumatizado.
Há pouco tempo fui dador de sangue e as análises não acusaram nada.
Vejo mal a alguns anos, mas só há pouco tempo é que fui ao oftalmologista e descobri que tinha uma doença grave (pressão ocular elevada que pode provocar glaucoma) e tenho que a controlar metendo todos os dias gotas até ao fim da minha vida. Desde criança que vejo traços e pontos a flutuarem nos meus olhos. Descobri por acaso que sofria de "moscas volantes". Nunca contei nada a ninguém.
Aconteceu o mesmo com o dentista, ao fim de várias semanas com o dente a doer é que decidi lá ir. Gastei várias centenas de euros e neste momento basta-me mascar uma pastilha para ficarem-me logo a doer, estou proibido de comer certas guloseimas.
Mal corro um bocado fico com os músculos a doer, rapidamente perco a respiração, a minha capacidade pulmonar não é grande coisa.
Tenho o peso ideal, tento variar o máximo que posso na alimentação, mas como "porcarias" a mais.  Sou louco por doces. Quando era pequeno antes de me deitar comia sempre uma tablet de chocolate, não sei como era tão magro. O fato de ir muitas vezes à casa de banho pode contribuir, o meu corpo expulsa tudo.  Dizem que o pequeno almoço é a refeição mais importante, sempre o tomei, não me lembro de sair de casa sem comer alguma coisa. A meio da manhã nunca como nada, quando vou almoçar nunca tenho fome. A meio da tarde lancho sempre, mas às vezes fico muitas horas seguidas sem comer(lancho às 19). A refeição que onde como mais é o jantar, às vezes janto para lá das 22, sempre sozinho. Os membros da minha família não jantam, desde pequeno que tenho hábito de jantar sozinho e acostumei-me tanto que quando tenho companhia só quero estar sozinho.
Quando era miúdo aleijei-me no omoplata, de tal maneira que não consegui levantar o braço por uma semana, não tive coragem de pedir ajudar, de contar a um familiar, ir ao médico. Com o tempo lá passou mas ainda hoje quando faço esforço fica-me a doer.
Nos últimos dias tenho ando meio zonzo, não sei o que se passa, será da tensão? Sinto-me desconfortável e não sei como pedir ajuda, espero que isto passe e não piore, não sei o que fazer.
Não conheço o Sistema Nacional de Saúde, para mim é super confuso não conseguir arranjar uma consulta no médico de família. Mais vale fazer ir a uma clínica privada pelo seguro, apesar que fica mais caro. Preciso fazer alguns exames, estou com algumas dores tenho medo que seja cancro.Não tenho ninguém a quem contar, não quero preocupar a minha família, tenho vergonha de contar aos meus colegas, a minha ex não quer saber.
A timidez pode matar?

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Coisas Infligidas e Não conseguir dizer que não

Desde sempre que deixei que as coisas importantes e até as menos importantes fossem escolhidas por outras pessoas. Praticamente tudo na minha vida foi imposto por alguém. Contam-se pelos dedos as coisas escolhidas por mim(tudo relacionado com tecnologia)... LCD, pacote internet, pc, smarthphone, portatil e pouco mais. Alguns exemplos:
A minha mãe sempre me comprou a roupa toda até adulto. A partir de certa idade devia ser eu a escolher, o que gostava mais, talvez por causa disso actualmente "como" tudo, o que mais me interessa é ser variado. Ainda hoje se vê umas calças que gosta, compra (claro que é tudo pago do meu dinheiro). Entro numa loja de roupa e tenho receio de comprar e acabo por não levar nada. A única roupa que compro são aos ciganos, mas isso porque eles vão ao meu local de trabalho e eu não consigo dizer que não. Chegava ao ponto de ser a minha mãe a escolher a roupa que ia vestir no dia seguinte, só com 20 e tal anos é que comecei a fazer isso. Há coisas más que vêm por bem... só quando ela foi operada e teve no hospital alguns dias é que ganhei a liberdade de tomar a iniciativa para mudar algumas coisas. A partir desse dia comecei a fazer o pequeno almoço, ir ao mercado e escolher quais os cereais a comprar, etc.
Nunca opinei na decoração da casa e do meu quarto. Desde pequeno que tive um quarto com decoração de adulto, não me sentia bem quando era mais novo. Entrava às vezes no quarto dos meus amigos, uns tinham posters por todo o lado, bonecadas, etc, nunca tive nada disso. Durante a minha adolescência(17/18 anos?), pintaram o meu quarto de outra cor, escolheram moveis novos, os sitios, sem me perguntarem sequer qual a minha opinião. Hoje podia tirar por exemplo a foto dos meus pais juntos que está pendurada e não faz sentido nenhum e colocar outra coisa mas continuo a deixar andar, como tudo. Tenho medo que a minha mãe não goste. Não tenho ideias :(
Quando tirei a carta, um familiar meu decidiu que ia comprar um carro novo, viu a oportunidade e passou-me o dele antigo. É certo que foi um bom negócio tendo em conta o preço, mas devia ser eu a escolher. Mas mais uma vez tive medo de ir comprar, de escolher mal, o errado. Por falar em carta, tirei-a porque insistiram muito comigo, senão continuava até hoje sem tê-la. Quando tinha 14, 15 anos não via a hora de fazer os 18 anos para tirar a carta, quando os fiz desisnteressei-me completamente, achava que não tinha responsabilidade suficiente para conduzir. Até hoje não tive nenhuma acidente, e as avarias que tive no carro foram perto (se bem que nunca saio para longe). Um dia ser me furar o pneu não sei como me vou safar.
Quando acabei o 9º ano queria continuar a estudar na mesma escola, mas o meu melhor amigo na altura insistiu tanto em mudar de escola que lá segui com ele. Será que foi a melhor opção? Mudou totalmente a minha vida, fico sempre na dúvida se foi a opção correcta.
Seguros, conta bancária, foi tudo imposto por alguém. Coisas que devia ser eu a decidir e planear.
O curso superior foi escolhido por outra pessoa, quando estava inclinado para outra opção.

A minha opinião é pouco valorizada porque raramente a tenho, é tudo culpa minha e sem forças para mudar. É tão facil deixar os outros escolherem...

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Amigos

Apesar da minha timidez ao longo dos anos tive os chamados "melhores amigos". Na primária lembro-me especialmente de três, o meu parceiro de carteira, um vizinho e uma vizinha. Com esse vizinho fazíamos tudo juntos...brincar, aulas, futebol, estudar, etc. Assim que chegávamos a casa passado 5 minutos já estávamos a telefonar um ao outro e ligávamos 3 ou 4 vezes por dia! Infelizmente ele mudou de casa e escola e perdi o contato com ele, anos depois reencontrámo-nos mas a amizade estava perdida, parecíamos dois estranhos.  Às vezes ia até tarde para casa dessa minha vizinha, ficávamos horas no computador (nessa altura era raro alguém ter pc). Na minha rua havia tantos miúdos, às vezes juntávamos uns 15, mas num espaço de 2 ou 3 anos foram todos embora.
Era um orgulho saber que a própria mãe de um colega dizia ao filho para ficar ao meu lado na carteira porque sabia que era boa companhia.
No ciclo havia um colega que era sempre gozado, eu sentia pena, talvez por ser também pouco popular e juntei-me a ele e criei uma forte amizade. Todos os dias ia à minha casa na hora de almoço, não nos largávamos. Também criei forte amizade com outro colega, durou vários anos. Ele ia brincar a minha casa e eu ia brincar a casa dele, ele tinha mais amigos e naquelas tardes divertia-me imenso. Jogar futebol, andar de bicicleta... nessa altura não existia este mundo da internet como agora. Também tinha um primo com quem me dava bem e às vezes ia brincar com ele e com os amigos dele.
No 10º ano mudei de escola e fui para outra cidade, com um desses meus amigos.  Passei alguns maus bocados por causa da minha timidez, os meus colegas rapidamente se aperceberam... não era difícil...  não falava, quando falavam comigo corava, ficava bastante vermelho, apenas me queria esconder num buraco. Esse meu amigo "traiu-me" ao revelar a minha timidez precocemente, pelo menos deixava os outros fazerem uma avaliação. Deixei de me dar com ele. Também ele começou a desenvolver, namorar, fiquei sem pedalada para o acompanhar. Ele também era gozado, por causa de uma deficiência fisica, mas conseguiu ultrapassar e hoje é feliz. Fiz novos amigos curiosamente eram aqueles que também eram um bocado afastados da "sociedade" e que tinham interesses comuns como jogos, pc's, etc. Acabei a escola e não fiquei com o contato de ninguém (em todas).
Comecei a trabalhar e no inicio passei um mau bocado, não me dava com ninguém no escritório. A minha sorte foi que entrou uma pessoa humilde, distraido e comecei a dar-me com ele. Muita gente passou pelo escritório e dei-me bem com alguns, falava sobre futebol, etc, claro que ninguém o suficiente para desabafar até que chegou aquela minha colega...
Na escola não consigo fazer amizades. Gostava de ir às praxes, conviver, conhecer novas pessoas... mas parece que alguma coisa me bloqueia. Será sobrenatural?
Hoje sinto-me completamente sozinho, não me sinto à vontade com ninguém :(  vejo o futuro negro, não consigo me libertar :(

terça-feira, 2 de abril de 2013

Relações

Como devem ter percebido o meu feitio não é feito para relações. Ao longo dos meus 30 anos, apenas tive uma relação, que me pôs neste estado de depressão. Apenas durou cerca de 1 mês e hoje arrependo-me muito. Desde novo me apercebi que nunca iria ter uma companheira, criar familia, ter filhos, essa relação foi o comprovativo que tinha razão. Nunca fui feliz, mas o que tinha bastava-me. Sempre trabalhei até tarde, não interessava se saía às 21 ou 22, não tinha mais nada que fazer. Agora com as novas tecnologias é facil passar o tempo.. net, música, jogos, filmes, futebol, séries. O meu principal objetivo de vida era chegar ao fim de um jogo, esperar ansiosamente por um jogo da liga dos campeões, coisas secundárias na vida das outras pessoas que na minha vida coloco como principais.
O meu primeiro beijo na boca devia ter uns 11 anos. Foi com a miuda que gostava na altura. Estava em casa de um amigo mais duas amigas e decidimos brincar aos namorados. É claro que foi um desastre, não sabia o que fazer, estive com ela 5 minutos a beijar na boca e acho que ela não gostou, porque depois esteve com o meu amigo mais de 1 hora.... Foi a única experiência que tive... essas brincadeiras eram normais entre os meus amigos, mas eu fugia sempre. Eles andavam a espiar as raparigas, apalpar, etc. nunca me atrevi a entrar nesses jogos apesar de querer, mas a minha timidez vencia sempre.

Falando da minha única relação. Comecei a falar bastante com uma colega de trabalho, coisas que nunca pensei em dizer a outras pessoas. Ela contava-me tudo da vida dela, aos poucos e sem me aperceber ela conseguiu atravessar a barreira que crio para me proteger. Só gosto de estar sozinho, mas com ela sentia-me à vontade. Senti um vazio enorme e necessidade de demonstrar o meu amor por ela. Foi várias noites sem dormir. Um dia ganhei força e convidei-a para almoçar, mas ela tinha compromissos... mas desse dia não passava e disse o que se sentia por ela. Ficou surpreendida pela declaração, nunca pensou que um timido como eu tivesse coragem. Deixei uns dias para ela pensar e depois perguntei-lhe o que pensava do assunto. Ela ficou indecisa, disse que gostava de mim, mas que agora não queria ninguém na sua vida... Disse-lhe imediatamente que se não tivesse hipoteses para me dizer logo, tinha que reprimir os meus sentimentos. No entanto ela disse para esperar, foi então que comecei a ganhar esperança. Até que um dia tomámos café e depois de insistir lá consegui arrancar uns beijos. Assim começou, contei-lhe que nunca tinha estado com nenhuma mulher e falei abertamente sobre os meus problemas e que gostaria de perder a virgindade com ela. Ela contou-me os problemas dela e curiosamente alguns parecidos com os meus, ela até medicação toma por causa de depressão. Foi uma relação estranha, trocamos centenas de sms's mas raramamente estavamos juntos fisicamente, durante esse mês encontrámo-nos umas 3 ou 4 vezes fora do escritório. Arranjava sempre uma desculpa, eu burro não insistia e deixava andar, mas para mim era a relação ideal, pois tinha possibilidade de continuar no meu mundo, mesmo com namorada. Foi a época mais feliz da minha vida... sentir que a pessoa que amava correspondia e que entendia a minha personalidade. Ganhei esperança que pudesse ter uma vida com alguém ao lado, ser um homem normal, fazer programas que os casais fazem... um dia do nada mandou-me um sms a acabar tudo, fiquei tão em baixo que nem consegui responder. Devia ter tomado uma atitude, ir a casa dela, mas preferi ficar na cama a chorar.
Não a culpo de ter acabado a relação comigo, mas podia agir doutra maneira. Arranjou uma desculpa sem pés nem cabeça, até hoje ainda não percebi porque acabou comigo. Depois insisti e falei com ela. Disse-me que não queria nada para além da amizade e que queria a relação como era antes. Não cumpriu, a partir desse dia nunca mais falou comigo, das poucas vezes que fala é com 7 pedras na mão e só assuntos relacionados com trabalho e para me criticar, no entanto com os outros é tão simpática que irrita.
Não lhe perdou-o, cagou completamente para mim, quando podia ajudar, nem que me aconcelhasse um psciologo. Desde esse dia que fiquei de rastos. Já passou quase um ano e nunca mais falei sobre esse assunto com ela, esse tempo parece que não existiu.. Somos como desconhecidos, custa tanto saber que ela sabe e não puder falar com ela abertamente. Não consigo agir com ela normalmente, para mim é um alivio saber que ela vai faltar. A culpa é toda a minha, se soubesse falar, dava a volta à situação num instante.
Não sei o que significou esta relação para ela. Às vezes penso que andou só a gozar comigo. Será que gostou do sexo que tivemos juntos? Apetece-me fazer tantas perguntas, nas quais nunca vou obter resposta. O meu erro foi achar que ela me entendia, foi uma desilusão. Mas ela não me sai da cabeça, não consigo estar 5 minutos sem pensar nela. Provavelmente ela nunca pensa em mim, sou um ser insignificante. Se fosse um gajo normal rapidamente ultrapassava esta fase, todos têm problemas com relações. Devia ter passado esta fase na adolescência.
Nunca tive uma relação normal, coisas que um casal de namorados costuma fazer, tipo passear de mãos dadas, ir às compras, ir ao cinema, uma série de programas que um dia sonhei e que não concretizei.
Uma vez um familiar perguntou-me: Tu nunca pensaste em arranjar mulher e criar familia? Na altura não liguei, mas hoje essa pergunta vêm me à cabeça várias vezes. Nunca darei um neto à minha mãe ou ao meu pai. Sou filho único, vou acabar com a geração aqui. Para quem vai ficar o meu património se um dia o tiver?
Às vezes saio com pessoal do trabalho e têm me apresentado umas amigas, mas eu fico tão inibido que não consigo ter uma conversa com ela. Fisicamente não me considero feio, não sou gordo, nem magro. Até mudar de penteado tenho receio.