sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Consulta Médico

Lá fui ao médico de família. Mais uma vez a ansiedade e nervosismo apoderaram-se de mim, principalmente na sala de espera antes da consulta, já não tenho idade para me sentir assim em situações que deviam ser normais! O medo de não conseguir transmitir as minhas queixas, por causa da minha falta de capacidade de comunicação deixou-me em pânico. O doutor ainda jovem, talvez mais novo que eu, pareceu-me simpático, senti-me à vontade com ele.  Fiz as queixas dos meus problemas de saúde que me incomodavam, mas não consegui falar do principal... os meus problemas psicológicos. Podia-lhe contar a minha história, talvez me ajudasse, mas tive vergonha de lhe contar que sou tímido. Marcou-me alguns exames e análises, daqui a dois meses tenho nova consulta, gostava de ter coragem para me abrir. Mostrei-lhe o espermograma, ele ficou admirado de o ter feito o exame por minha recreação, não consegui explicar o motivo de o ter feito para confirmar a minha fertilidade. Depois de anos a não ligar nada à minha saúde, agora ando a ficar hipocondríaco, qualquer coisa fora do normal fico logo preocupado a pensar que é um sintoma de uma doença grave. A minha vida de sedentarismo está cada vez mais a aumentar, estas pequenas impressões de dor que tenho no estômago, joelho, pé ou no anus são desculpa para não fazer actividade física.
Talvez deva procurar uma consulta de terapia de fala, tenho alguns sintomas, parece-me tão dificil ter coragem:
«O adulto…
… não se lembra do nome de objetos e/ou de pessoas?
… tem dificuldade em falar e em construir frases correctas?
… sente-se frustrado ou embaraçado com o seu discurso?
… no seu discurso substitui sons ou palavras?
… apresenta um discurso desorganizado ou sem conteúdo?
… tem dificuldade em fazer-se compreender, total ou parcialmente, ou em compreender o que lhe é dito? ... tem dificuldade em falar e em construir frases correctas, sente-se frustrado ou embaraçado com o seu discurso, no seu discurso substitui sons ou palavras»
Uma receita inesperada surgiu entretanto na família. É uma boa noticia, mas tenho algum sentimento de injustiça na divisão de dinheiro. Afinal fui quem trabalhou mais no processo, enquanto outros recebem mais sem terem mexido uma palha. Não quero gerar conflitos com familiares por causa disto.
Vem aí o Carnaval, como me sinto mal nestas alturas do ano. :(


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Grande Embrulhada, Saúde Pai Mãe, Primos

Meti-me numa grande embrulhada, não me apetece contar pormenores, infelizmente tive o azar(mas dos grandes) de lidar com gente sem escrúpulos. Pensam que lhes devo dinheiro e vêm atrás de mim com ameaças. Estou tranquilo, a razão está no meu lado, mas porque tenho tanto medo e não consigo de deixar de pensar no assunto?  Se soubesse falar como uma pessoa normal, podia ultrapassar o problema, com esta timidez não dá. Agora não vou dormir descansado, basta ouvir um motor de um carro parado à minha porta que desconfio logo que sejam eles, trabalho num sitio isolado vou ter sempre medo. A despesa vai ser grande, podia comprar tanta coisa, um desktop novo(o meu é de 2005), um topo de gama da iphone, ando a poupar em tanta coisa para depois gastar devido a uma distracção ridícula!
A minha mãe diz "já não tenho esperança", é muito triste ouvir isto, apetece-me chorar, infelizmente penso o mesmo, não estou preparado para a perder, pode ter muitos defeitos, mas é minha mãe. Custa-me tanto ver o sofrimento dela, as dores que ela sente em todo o corpo, agora anda-lhe a doer o anûs e as costas, sinto-me impotente, não sei o que fazer para a ajudar, nem os comprimidos para as dores aliviam.
O meu pai está com severa depressão, depois de vários anos a combatê-la com sucesso. A saúde começar a faltar, o que o leva a ficar muito tempo em casa e ter pensamentos que não deve, ele ao contrário de mim não sabe se entreter em casa, não vê filmes/séries, na televisão só vê noticias, não sabe o que é um computador, assim é difícil passar o tempo. Fui com ele a uma clínica para fazer um exame aos intestinos, como foi com anestesia precisou de levar um acompanhante. Quanto mais convivo com ele, mais vejo no trapalhão que é, tenho mesmo a quem sair. Neste momento se precisasse de fazer esse exame já não tinha ninguém a quem recorrer, os meus familiares mais chegados não tem saúde, quem iria comigo? Esta solidão vai ter consequências mais cedo do que o tinha previsto.
Lá marquei uma consulta para o meu médico de família, tenho tanta coisa que me queixar que nem sei por onde começar. Tenho que pedir análises gerais, coisa que nunca fiz na vida, mostrar-lhe o espermograma e falar-lhe da próstata, estas dores de costas/omoplata/anca, etc. Estou a viciar-me em demasia nas séries e nos videojogos, vi os novos lançamentos e estou ansioso por jogar. É uma maneira que tenho para me ajudar a deixar de pensar nos problemas, mas sei que devia fazer algo de útil. As noites têm sido terríveis, as paranoias estão-me a deixar mais doente. Sinto-me injustiçado com algumas situações que me acontecem, para aliviar imagino que estou a ralhar ou a bater neles.
Primos de longe foram-nos fazer uma visita a convidar para ir ao casamento e baptizado, não estava à espera e não consegui descer ao piso de baixo para falar com eles, um medo irracional inexplicável apoderou-se de mim. A minha mãe teve que me chamar para ir cumprimentá-los, é importante ter família a dar nos apoio porque os quero afastar? Já não os via a alguns anos, devo causar mesmo má impressão, eles devem pensar "estou sempre na mesma".