«Nem sequer consigo pedir um
exemplo duma carta, devido á minha timidez, o responsável de eu ser
assim foi a minha mãe, culpabilizo-a essencialmente devido as restrições que
ela me fez, principalmente a não me deixar sair de casa e ir para o café com os
meus amigos ou para casa deles. Depois habituei-me em ficar em casa e de não
ter tido relações com ninguém, depois ainda por cima comprei o
computador(maldito dia que me compraram-me o computador) a partir daí ainda
fiquei mais estúpido e idiota. Mas também culpabilizo a minha professora da
escola primaria, provavelmente foi ela a principal responsável ,
por causa de me meter mais para baixo
quando viu que eu falava pouco e era muito introvertido, secalhar a situação
mais marcante foi de no 1º dia ter me
portado mal, a professora passou-me para o lado do Afonso que nessa altura não dizia uma palavra, quase de certeza foi aí
que eu fiquei tímido e ele falador. Ainda me lembro qual foi o primeiro contacto
que tive com ele, perguntou-me ou eu perguntei se me emprestava o picador (não
se chamava assim, não me lembro como se chamava, mas era uma coisa que picava
também numa coisa eu não sei como se chama). A partir de varias situações
fiquei sem comunicação, agora vai ser
muito difícil alterar , sinto que não sou capaz de falar com ninguém, não
consigo ultrapassar esta dificílima
barreira, sinto uma falta de confiança em mim, principalmente quanto
tento desenvolver um bocado mais a fala
Quando tou a falar, tou a pensar que as outras pessoas não conseguem
entender a mensagem que tou a tentar passar. Coro ainda por mais, bloqueio,
etc....., e com o tempo a passar em vez de estar a progredir estou a fazer um
caminho inverso, cada vez tou a piorar mais. Que nojo... Mais uma vez fiquei
bloqueado a tentar a desenvolver este
próprio documento e ainda agora a escrever isto demorei uma serie de tempo, a
tentar escolher as palavras certas, o pior é que aqui sozinho tenho tempo para
escrever com tempo, enquanto a falar tem
que ser imediato e não consigo. Se pelo menos eu conseguisse entender a vida, o
que o Rodrigues diz como fazer para faze-lo, é verdade parece que eu não sei
fazer nada de jeito. Já para não falar
do meus problemas de saúde principalmente os graves prob’s sexuais, que até
tenho vergonha de referir.»
«. Fiquei fulo, mas contive-me. Não gostei nada das
conversas entre eles, mas vai ficar na minha memória, um
dia mais tarde talvez as devolva. Claro que isso dificilmente acontecerá, mas também não quero entrar
em conflito com ninguém, até porque tenho outras coisas mais importantes, e
essas pessoas merecem desprezo da minha parte,
tenho que ser “superior” a elas e
não lhes ligar nenhuma. Para mim são seres insignificantes. Digo isto mas fico
todo corrompido por dentro. Tive que sair da mesa e ir para uma mesa distante,
pois já não aguentava mais aquilo, com o pretexto de ver o jogo»