sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Susto; Investimento; Horizontes; Comparação

Tenho a cabeça a mil, não sei explicar o porquê, não consigo descansar. Foram-se embora, a agitação acabou, voltou o casarão a ficar sem vida. Um susto gigante apanhei, uma queda, podia ter deitado tudo a perder, tenho medo que aconteça novamente, mais uma situação que não me deixa dormir. Ela não aceita o facto de estar a ficar muito velha e já não conseguir fazer as tarefas em condições, até andar tem dificuldade, no entanto recusa uma bengala, deve pensar que isso a faz caminhar mais rapidamente para a velhice. Sei que sofre bastante, olho para ela do andar de cima enquanto deambula no quintal, vejo-a triste e deixa-me da mesma forma. Viver com duas pessoas doentes é complicado, fico logo em baixo e por vezes com saudades de voltar para o meu posto laboral. Tenho que começar a ajudar mais nas atividades diárias, não posso perder muito tempo em inutilidades, aceitar isto é complicado para mim.
Sabia de um investimento que quase a certeza que ia dar um bom dinheiro, mas mais uma vez fui um cobarde e a minha personalidade passiva e medricas impediu-me de o concretizar, hoje verifiquei que podia ter triplicado o valor inicial. Não acredito no dinheiro fácil... porque acho que só os outros merecem? Ainda vou a tempo mas algo me diz para parar. Gostava de ter outra fonte de rendimento e de demonstrar a certas pessoas que sou bom em alguma coisa. Quanto mais leio, mais dúvidas fico, aceitar que é mesmo verdade, tenho a impressão que funciono a "carvão" .
Na empresa querem que encontre soluções impossíveis, não gosto de andar a caçar gambozinos, mas lá faço a vontade. Apetece-me gritar com eles, outras vezes falar com sinceridade, mas guardo tudo que penso pois tenho medo que ache que estou a atrasar o progresso e assim mandar-me embora.
Gostava de ir para longe durante uns dias, fazer uma viagem ao estrangeiro...lol, nem dentro do país tenho coragem. Planear uma ida ao Alentejo, dizem que existem praias tranquilas, pesquisar quartos para passar uma semana... não me sinto preparado, provavelmente nunca estarei, quero abrir horizontes mas não consigo, saio muito à minha mãe.
Ainda no outro dia me pus a pensar numa das minhas típicas conversas que tenho comigo mesmo. Às vezes passo minutos a dialogar comigo mesmo sem nunca avançar na conversa, repetir o mesmo assunto, sou mesmo estranho.
Há uns anos...Actualmente:
Possuía apenas um PC Desktop: Estava limitado a uma divisão, passar frio, calor, barulho da ventoinha ensurdecedor, pc lento...agora tenho um portátil rápido, permite-me deslocar e encontrar o melhor ambiente, posso jogar os mais recentes títulos, ver filmes com qualidade ultra hd, etc;
Tinha apenas 4 canais de televisão...hoje tenho 200 e em muitos deles consigo recuar a emissão durante 7 dias;
Internet: Downloads limitados(já para não falar dos tempos do modem 56kb), demorava dias a fazer um download de um filme de 700mb, a informação era pouco fidedigna...atualmente faço download de um filme de 20gb em 30 minutos.
Telemóvel: Só fazia chamadas e recebia/sms's...agora tenho um smarphone que é um verdadeiro canivete suíço, substituiu leitor mp3, camara digital, rádio, jogos...já chega de dar exemplos, era mais feliz com pouco ao contrário de hoje, já lá vão 5 anos de sofrimento, desde que realmente começou a depressão ou lá que raio tenho.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Prisioneiro; Familia Ideal; Ideias Absurdas; Fátima; Dar Formação

Continuo prisioneiro na minha própria casa, não me agrada esta situação desconfortável, mas por outro lado até tenho tido convívios em que me divirto e sei que vou ter saudades quando se forem embora. É muito positivo experimentar estar numa família "ideal", às vezes tenho inveja de não ter nascido filho deles, em vez de um casal separado que nunca saiu para lado nenhum, não conseguiu ser independente, onde o negativismo imperava. Se aquela determinada pessoa não tivesse sempre a mandar bocas a deitar-me abaixo, a reclamar por tudo e por nada, até em assuntos sem qualquer importância, tudo era melhor. Por exemplo no outro dia num passeio à serra, ele estava com medo de conduzir devido à altitude, ia bastante devagar e com medo das curvas apertadas, mas mesmo assim não confiou em mim para levar o carro, não consegui confrontá-lo directamente, ouvi dizê-lo para outra pessoa que não estava habituado ao carro. Na empresa já peguei em mais de uma dezena diferentes de modelos de automóveis, apetecia-me reclamar com ele, mas não tive confiança, imaginei logo que ia ter um acidente, desisti. Nem sempre é assim, de vez em quando dá para falar bem com ele, infelizmente estou sempre à espera de uma  das suas criticas, impossibilitando assim uma boa relação. Não me dou com o ar condicionado, fica-me sempre a doer a cabeça, a viagem de carro foi um pesadelo. Não gosto da confusão, ficar perdido, arranjar estacionamento, só penso o momento em que estou em casa sossegado.
Às vezes ocorrem-me ideias absurdas se a vida me correr pior, fazer uma cobardia, penso em mergulhar para dentro de uma barragem e afogar-me, atirar-me para a frente de um comboio, tomar muitos comprimidos, ou ir contra um camião enquanto conduzo. Por que raio tenho esses pensamentos? Não terei coragem para o fazer, acho.
Fui a Fátima visitar o santuário. Gostava de encontrar paz de espírito, sentir a presença de Deus,  encontrar fé, força para lutar contra os meus medos, mudar. Observei vários indivíduos, de diversas etnias... africanos, asiáticos, muitos idiomas diferentes, fiquei maravilhado com as diferentes culturas. Vi muitos crentes a pagar as suas promessas, o que mais me chocou foi ver uma mulher com o filho às costas, via-se que ia com dores insuportáveis. Não tenho direito de pedir nada a Deus, eu é que não vivo como devia. Tirei fotos, para depois imprimir e colocar no meu album que se devia chamar "No Life"
Ando à procura em clínica de tratamentos que me possam ajudar, agora com o período de férias, tudo funciona a carvão, o Verão não tarda acaba e eu não fiz nada de diferente.
No trabalho começo a ficar desesperado, as contas estão outra vez a ficar apertadas, não consigo controlar nada como queria, quero deitas as culpas no meu colega, mas a verdade é que sou o único culpado. Tive que dar uma pequena formação a uma nova colega de trabalho, detestei, não tenho nenhum jeito para explicar e vou ter que dar mais ensinamentos o que me preocupa e me deixa angustiado. Enquanto o software instalava o silêncio dominava, lá tentei fazer conversa de café, fiz lhe uma pergunta e ela contou a vida toda... dos desentendimentos com a mãe, do antigo trabalho, etc. Fui incapaz de contar alguma coisa sobre mim, não tenho nada a contar da minha vida aborrecida, sem conteúdo, fiquei mais uma vez triste. Aposto que falaram mal de mim quando se foram embora. Pessoal novo a entrar e "já é tudo deles", incrível o à vontade que têm, falam para o patrão de uma maneira que não consigo e já o conheço há quinze anos.
Não sei o que se passa na cabeça da minha mãe, está mal do sistema digestivo, mas continua a abusar da má alimentação, apesar da insistência do pessoal para ela fazer uma dieta saudável, ela não liga nenhuma, não percebo a mente dela. O único dia que a vi bem foi quando eles não estavam lá.