quinta-feira, 27 de abril de 2017

Pai, Anormalidades, Boleia, Observado, Miuda do Restaurante


O meu pai felizmente está melhor da depressão, aquele olhar assustador de tristeza já desapareceu, agora está novamente bem humorado e pronto para me chatear a cabeça com os discursos surreais que só ele sabe fazer. Foi submetido a uma cirurgia, tal como eu é mesmo enrascado, teve que ser a irmã a fazer a mala, ele nem sabia bem o que lá tinha dentro, não sei como consegue viver sozinho. Casou com uma segunda mulher, infelizmente faleceu devido a cancro. Tem duas irmãs, todas viúvas tal como ele. Tinha uma relação dentro do normal como a minha minha madrasta como em todas as minhas relações não me dava mal, mas também não dava muita confiança. Há uns anos queria-me juntar com uma das suas sobrinhas, é claro que a minha timidez fez com que não se desse qualquer oportunidade de conhecê-las profundamente. Não sei quanto tempo vai ficar internado, estou em pânico com as visitas e possíveis pessoas que posso ver, só mesmo eu para ter este tido de anormalidades.
Vou dar alguns exemplos das minhas anormalidades em relação às pessoas "normais": Música - Quando oiço uma musica que gosto, faço o download dela e não paro de a ouvir enquanto não a "enjoo". Na maioria das vezes como gosto só de uma parte da musica estou sempre a "rebobiná-la", isto centenas de vezes até me fartar.  Depois tenho o hábito de estar sempre a aumentar e a diminuir o volume, não sei porquê mas dá-me "pica", enquanto isso fantasio personagens que gostava de ser, principalmente ser um conhecido jogador de futebol. Livros: Sou capaz de demorar mais de 10 vezes que o normal a ler um livro. Estou sempre a fantasiar e imaginar a história, os cenários, os lugares, vivê-la na primeira pessoa. O mesmo se passa com jogos, séries ou filmes. Imagino uma amiga/namorada loira com cabelo comprido de olhos azuis com um corpo fenomenal, brincalhona, diariamente presente comigo.
Depois de uma visita ao hospital o meu pai pediu-me que desse boleia a umas vizinhas. Preocupei-me logo, o que vou falar durante aqueles 30 minutos de viagem?  Elas já com certa idade, a viver numa aldeia, nunca tiveram contacto com tecnologia. Quando era criança nas raras vezes que ia à aldeia onde morava o meu pai lembro-me de brincar com as filhas dela e sobrinho. Pareciam-me um bocado retardados, pois perderam vários anos na primária. Perguntei-lhe por eles pois já não os via à muito tempo... começou a falar e nunca mais se calou. Mais um caso de uma mulher em que é mal tratada por um homem, foge e depois volta para os braços dele... por vezes fico feliz por ser solitário, pelo menos não participo nestas confusões. Chegou a um ponto que desliguei, deixei de acompanhar o que dizia, mergulhado nos meus pensamentos, é um hábito que tenho que deixar de lado. O facto é que geraram uma família, vivem como é suposto, ao contrário de mim.
Sinto muitas vezes que estou a ser observado, será que nos prédios tem uma boa visão para o meu quintal? É possível que me estejam a observar e a gozar comigo depois de me verem, a minha privacidade está em risco depois da minha vizinha ter cortado as laranjeiras que resguardavam o quintal e de terem aberto um caminho lá atrás. Ainda ontem corri dez minutos às voltas no meu quintal, ridículo se alguém me viu.
Sinto que não faço parte de nada, vivo a vida como um Voyeur, aquele que vê e não participa.
Lembro-me de uma oportunidade única que tive de ter algo com uma mulher em que desperdicei-a. Tinha uns 20 anos, no restaurante onde almoçávamos diariamente havia uma miúda que lá trabalhava que ficava muito nervosa quando se chegava junto a mim para me servir por exemplo a sopa, pensei que na altura era minha imaginação, mas os meus colegas também repararam e começaram a gozar. Um dia uma colega dela disse que ela gostava de mim e deu-me o número de telemóvel dela. Nunca tive coragem para ligar, confesso que apesar de ser jeitosa, não ia muito com a cara dela e corriam boatos que se prostitua, definitivamente não era com ela que queria uma primeira relação e talvez perder a virgindade. Acho que foi a única vez que uma mulher entrou em contacto comigo para me conhecer, se acontecesse isto hoje seria diferente?

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Consulta, Palpitações, Primita...

Ventania lá fora... antigamente ouvia com prazer os sons da natureza... o barulho da chuva, o chilrear dos pássaros, o vento a soprar com violência, trovoada, gostava de ver os magníficos relâmpagos... tudo mudou desde uns tempos para cá, até esses sons provocam-me nervos!
Mais uma consulta no médico, os exames e análises não revelaram qualquer problema de saúde, mandou-me fazer mais, nem todas as dores que tenho são psicológicas, algum problema físico tenho. Não abri o jogo, mas falei-lhe de alguma ansiedade que tinha, sugeriu-me uns medicamentos naturais para dormir melhor e uma consulta com a psicóloga. Talvez siga o conselho, é preciso é coragem para dar o primeiro passo, não sei se sou capaz.
Nos últimos dias as constantes palpitações, provocam-me cabeça pesada e mau estar, esta é nova para mim, agora tenho medo que daqui para a frente seja "o pão de cada dia". Só de pensar nisso, fico doente, parece que tenho a capacidade de atracão. Obviamente prejudica as minhas tarefas de trabalho e lazer.
Uma prima, ainda criança (anda na escola primária), passou alguns dias em minha casa nas férias da Páscoa. Quando estava lá, não me largava, queria brincar comigo. Tive pena dela, devia apanhar cada seca, sozinha sem nada para se entreter, fez me recordar o meu passado. Antigamente era pior, não havia tablet ou canais de televisão sempre a dar bonecada. Para me entreter jogava dominó, cartas, jogos de tabuleiro, imaginava que jogava com amigos, lembro-me das vezes que ganhava à Sueca como o meu companheiro imaginário. Gostava muito de jogar cartas, havia momentos em que o pessoal na escola não fazia outra coisa nos recreios. É claro que adorava, pois era uma forma de convívio em que não tinha que falar muito e ao mesmo tempo conseguia participar. Tenho pena que não o tivesse feito mais vezes.
Saturado de andar nas compras fui esperar o meu familiar no carro, comecei a observar uma jovem bastante atraente que estava à frente de um balcão. Fiquei surpreendido ao verificar que todos os clientes que apareceram ficaram vários minutos à conversa com ela, parece que gostou pois soltou largos sorrisos. Quando foi a minha vez de ser atendido, apenas paguei e não falei nada com ela. Que será que falaram? Fiquei triste de não saber conversa fiada.
Conheci um cliente que invejei de imediato. Sempre a falar, na brincadeira, a dizer piadas e a contar os seus planos para a night e os seus engates. Senti-me tão pequeno quando o ouvi a falar, não faço parte do mesmo mundo. Convidou-me para tomar café com o meu colega, é claro que recusei com a desculpa do trabalho. Planeavam ou ir assistir a um concerto da Paula Fernandes ou uma prova nocturna de rallys, Só de pensar na confusão que seria, desde a viagem, procurar estacionamento, arranjar bilhetes, muita gente, fez-me imediatamente desistir de qualquer tipo de tentativa de ida... lar doce lar.
Para me motivar penso nas pessoas que são cegas, que não andam ou que têm outros graves problemas, não tenho justificação para estar triste, mas em vão.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Como Relaxar?, + Compulsões, Conflitos Forum, Dia Diferente

Ando a visitar alguns foruns relacionados com depressão, ansiedade, etc. Leio relatos impressionantes, muito mais dolorosos que o meu. Vivo num "paraíso" comparado com alguns, não devia viver com este stress. Por exemplo no domingo levantei-me perto do meio dia, limpei rapidamente o quarto e fui almoçar(sorte que ainda tenho alguém que faço o almoço por mim), de tarde fui para o quintal, deitei-me na espreguiçadeira e apanhei sol, para passar o tempo escrevi num caderno uma cena sem qualquer utilidade, fui buscar o portatil e vi um jogo de futebol, brinquei como o cão que uns familiares me deixam para cuidar quando vão passar o fim-de-semana fora da localidade... até nestes pormenores sou ansioso, nunca mais chegava a hora para lhe dar comer, ver a felicidade dele quando visse o patê que lhe comprei no dia anterior. Vi futebol até à hora de jantar , depois vi um filme e tentei adormecer, um dia supostamente relaxante mas eu com a cabeça a mil, quase fiz directa nessa noite. Viver em vilas pequenas tem as suas vantagens... no dia a seguir vou para o trabalho, pouco transito, fácil estacionamento, penso naqueles que vão trabalhar e têm que atravessar longas filas de transito e depois encontram dificuldade em arranjar estacionamento, como conseguem combater o stress? Acho que não conseguiria viver assim! Como relaxar?  Quem me conhece pensa que sou uma pessoa extremamente calma, faço tudo para manter essa aparência, o que me prejudica, pois não consigo deitar para fora os meus sentimentos.
Mais umas compulsões estúpidas que tenho: aos domingos, dia que normalmente não saio de casa, proíbo-me de ir à garagem ver o meu carro. Às vezes preciso de lá ir mas espero pelo dia a seguir, é mais forte do que eu. De sábado para domingo tenho que deixar o telemóvel desligado. Porque o faço? Não faço a mínima ideia! Esta é pior: Não aprendo certas tarefas domésticas por ter medo que se conseguir a independência me castiguem com a morte dos meus familiares.
É habitual frequentar foruns, principalmente de futebol. É uma das poucas formas de convívio que uso, mas até aqui tenho dificuldades em me relacionar. Tenho muita relutância em responder a algumas discordâncias de opinião, não consigo defender a minha posição, se não replicar fico chateado, se o fizer fico sempre a aguardar a resposta e acabo por dar razão aos outros. Em ambas as situações fico revoltado, a raiva dentro de mim cresce sem qualquer motivo de força maior. Se sou assim, num sitio onde posso escrever à vontade sem ter que olhar para a outra pessoa imaginem  na vida real! Comporto-me como se ainda fosse um adolescente de 15 anos. Mais uma vez, evitar os conflitos faz com que não evolua, tenho consciência disso.
Vem aí a Páscoa, mais uma despesa com o folar dos afilhados, mas é engraçado que aqui não tenho aquele sentimento de culpa por gastar dinheiro, estou a pensar melhorar o meu calçado, principalmente umas sapatilhas mais leves, runing talvez, não devia ir ao mais barato, pois sei bem o que os meus pés sofrem.
Mais um problema com a minha mãe, a perna inchou provocado por uma trombose. Agora tem que tomar injecções, não tenho coragem para lhe dar, tem que ser a minha avó. Mais uma vez não soube o que falar com o médico, bloqueei, queria falar com um primo, mas aconteceu o mesmo, provoca-me frustração a minha incapacidade de saber dialogar. Tenho um assunto que queria conversar com um tio, mas sei que não vou ser capaz. Quando estou em casa sou incapaz de abrir a porta a quem toca a campainha, fico mesmo aterrorizado com medo de ser alguém do passado, ou atender um telefone por causa dessa incapacidade de falar provocada pela timidez excessiva.
Tive um dia diferente, fugir à rotina soube bem. Passei o dia na cidade, de manhã fui fazer um ECG e à tarde uns exames. Pensei que demorava mais tempo no cardiologista, quando saí de lá ainda faltavam cerca de 5 horas para o horário dos exames, o que fazer até lá? Decidi caminhar pelo centro da cidade, ir a sítios que não ia à muito tempo, alguns mesmo que me eram desconhecidos, fui a um restaurante que nunca tinha ouvido falar. Andei tanto, a app de saúde que tenho instalado no smartphone deu-me os parabéns de ter completado 11 mil passos, lol! Fui ao centro comercial... não tenho mesmo paciência para fazer tempo em lojas de roupa ou outros artigos, muitas delas nem consegui entrar, o facto do lojista me observar faz com que tivesse medo que lê-se os meus pensamento, é como soubesse que não ia comprar nada, só lá estava para ver. Já farto de andar, com as pernas a doer por não estarem habituadas, fez com que parasse num café onde aguardei algum tempo. Não me senti bem por lá estar muito tempo, mas qual é o mal? Estas coisas é que não entendo!  Começaram os pensamentos do género: será que estacionei bem o carro? Deixei-o trancado? Será que vou ser multado? Pior, rebocado? Durante os exames aconteceu-me uma situação caricata. Um dos exames que fiz foi à bexiga, a assistente da médica disse para desapertar as calças e me deitar. Ela puxou as calças e boxer's para baixo com tanta força que fez com que o meu pénis saltasse fora. Ela pediu desculpa e imediatamente foi-se embora. Quando cheguei a casa não consegui deixar de pensar nessa situação, excitou-me e tive que me masturbar, sou mesmo pervertido... sempre foi uma das minhas fantasias, o "CFNM". Esse exame foi totalmente desnecessário, sei bem que a vontade de urinar várias vezes por dia, se deve à ansiedade e nervosismo. O exame que preciso não o fiz.