quinta-feira, 20 de abril de 2017

Consulta, Palpitações, Primita...

Ventania lá fora... antigamente ouvia com prazer os sons da natureza... o barulho da chuva, o chilrear dos pássaros, o vento a soprar com violência, trovoada, gostava de ver os magníficos relâmpagos... tudo mudou desde uns tempos para cá, até esses sons provocam-me nervos!
Mais uma consulta no médico, os exames e análises não revelaram qualquer problema de saúde, mandou-me fazer mais, nem todas as dores que tenho são psicológicas, algum problema físico tenho. Não abri o jogo, mas falei-lhe de alguma ansiedade que tinha, sugeriu-me uns medicamentos naturais para dormir melhor e uma consulta com a psicóloga. Talvez siga o conselho, é preciso é coragem para dar o primeiro passo, não sei se sou capaz.
Nos últimos dias as constantes palpitações, provocam-me cabeça pesada e mau estar, esta é nova para mim, agora tenho medo que daqui para a frente seja "o pão de cada dia". Só de pensar nisso, fico doente, parece que tenho a capacidade de atracão. Obviamente prejudica as minhas tarefas de trabalho e lazer.
Uma prima, ainda criança (anda na escola primária), passou alguns dias em minha casa nas férias da Páscoa. Quando estava lá, não me largava, queria brincar comigo. Tive pena dela, devia apanhar cada seca, sozinha sem nada para se entreter, fez me recordar o meu passado. Antigamente era pior, não havia tablet ou canais de televisão sempre a dar bonecada. Para me entreter jogava dominó, cartas, jogos de tabuleiro, imaginava que jogava com amigos, lembro-me das vezes que ganhava à Sueca como o meu companheiro imaginário. Gostava muito de jogar cartas, havia momentos em que o pessoal na escola não fazia outra coisa nos recreios. É claro que adorava, pois era uma forma de convívio em que não tinha que falar muito e ao mesmo tempo conseguia participar. Tenho pena que não o tivesse feito mais vezes.
Saturado de andar nas compras fui esperar o meu familiar no carro, comecei a observar uma jovem bastante atraente que estava à frente de um balcão. Fiquei surpreendido ao verificar que todos os clientes que apareceram ficaram vários minutos à conversa com ela, parece que gostou pois soltou largos sorrisos. Quando foi a minha vez de ser atendido, apenas paguei e não falei nada com ela. Que será que falaram? Fiquei triste de não saber conversa fiada.
Conheci um cliente que invejei de imediato. Sempre a falar, na brincadeira, a dizer piadas e a contar os seus planos para a night e os seus engates. Senti-me tão pequeno quando o ouvi a falar, não faço parte do mesmo mundo. Convidou-me para tomar café com o meu colega, é claro que recusei com a desculpa do trabalho. Planeavam ou ir assistir a um concerto da Paula Fernandes ou uma prova nocturna de rallys, Só de pensar na confusão que seria, desde a viagem, procurar estacionamento, arranjar bilhetes, muita gente, fez-me imediatamente desistir de qualquer tipo de tentativa de ida... lar doce lar.
Para me motivar penso nas pessoas que são cegas, que não andam ou que têm outros graves problemas, não tenho justificação para estar triste, mas em vão.

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