domingo, 18 de junho de 2017

Adormecer, Casamento

O calor tem sido demasiado nestes últimos dias, o que me dificulta dormir, ainda mais que o normal. Só quero descansar, já vou para a cama com o pensamento que não vou conseguir adormecer, fico às voltas com ideias absurdas, medos surreais, pesadelos acordados.
Fui a um casamento de um familiar, já não ia há uns anos a um evento desse género, fico sempre nervoso. Não preciso de dizer o medo que senti desse convívio, ver familiares que já não via à uns anos. Foi um dia de calor intenso, 40 graus para a maior parte do dia, tive que levar um fato sufocante e obviamente sapatos fechados que não permitem respirar os pés. A minha mãe e avó não deixavam de pensar nesse dia nas últimas semanas... não têm mais nada em que pensar, fico triste pela pouca vida activa delas. Tomei banho, fiquei à espera no quarto da hora de saída, a ansiedade aumentou, despachei-me mais depressa do que o previsto, ia vestindo uma peça de roupa progressivamente lentamente, estava muito calor não queria vestir o fato antecipadamente. Ainda era cedo, mas chatearam-me que era tarde, tinha razão, fomos os primeiros a chegar. Os convidados foram chegando e depressa falaram do tema que tanto temia, "quando é que arranjas uma mulher"? Todos os meus primos da minha faixa etária estão casados, alguns com bebés pequenos. Lá respondia que ainda não tinha encontrado a certa, ou na brincadeira que era muito exigente. Estava com receio que eles vissem na minha cara o fracassado que sou. Fiquei com inveja, gostava de ser pai, fico babado quando vejo crianças pequenas. Durante a festa fiquei algum tempo a refugiar-me na brincadeira com os miúdos, não ficava muito tempo no mesmo sitio, nada de conversas com ninguém, observava o pessoal a dançar e a divertir-se. Alinhei numa brincadeira para não parecer mal com um tipo que admiro por ser extrovertido, cada vez que o vejo está num país diferente e tem outra mulher, impressionante. Todos devem pensar que sou um desinteressado, alheado, desligado. Mais um dia que me senti que não pertencia a este mundo. Não sei(claro que sei) como as pessoas aguentam tanto tempo nestes eventos, para mim são uma seca, as horas não passavam, a festa deve ter acabado de madrugada, fui embora mais cedo por causa dos problemas de saúde da minha mãe. Nunca tinha ido àquela quinta de casamentos, quando fui para casa de regresso enganei-me no caminho, cortei num cruzamento cedo de mais, andei às voltas até encontrar o percurso certo, já estava tão baralhado que até nos sítios que já conhecia me confundi, fiquei lixado comigo mesmo, não consigo memorizar um simples trajeto. Ainda por cima já estava com a minha típica dor de cabeça, acontece sempre que vou para algo diferente. O que vale é que era perto, se um dia me convidarem para longe como farei? Não tenho confiança nenhuma, por sorte ainda não aconteceu mas um dia poderá acontecer. Quando cheguei à terra vi tanta gente numa festa, voltou outra vez o pensamento que não sou normal, nem sabia qual o artista que estava a actuar.
No outro dia as criticas negativas deixaram-me em baixo, não aproveitei o resto do dia, tinha planeado uma coisa diferente, até conhecer uma figura pública que sigo no instagram, mas no momento não fui capaz de lá ir ter com elas. Mesmo que tenha um mínimo de razão perco, pois não tenho capacidade de argumentar, nesse dia fiquei mesmo mal. Está a tornar-se uma constante, fico deprimido, mas felizmente no dia a seguir melhoro.
Irrito-me com muita facilidade com a minha mãe e avó, não consigo ter paciência, demoram muito tempo em coisas que deviam ser mais rápidas, no outro dia cheguei a gritar, arrependo-me, mas quando estou assim não me consigo controlar. Tenho que melhorar muito nesse aspeto, às vezes quero silêncio e até o ouvir dos passos me enervam.
Hoje estou a escrever fora de casa, no quintal, lá dentro está um inferno, não sei como vou dormir com tanto calor, assim nem me apetece ver uma série ou jogar...btw estou a escrever de noite, ainda nem configurei o fuso horário deste blog, acho que existem 8 horas de diferença entre a hora que aparece no blog e a hora real que escrevo. Até os sons dos grilos e dos gatos me deixam enervados. Amanhã tenho que acordar cedo para mais uma ida ao hospital, espero mais uma noite em claro.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Ansiedade Elevada; Decisões

Não acho normal estar tão ansioso quando estou em casa sem fazer nenhum, não consigo relaxar por mais que me tente distrair. Tentei inventar algo... observei as flores, visualizei os pormenores da pedra da casa, peguei na enxada para raspar umas ervas, fui buscar a escada e espreitei para dentro de um ninho, limpei caleiras, apanhei laranjas, cortei uns galhos... nada me cura por mais que tente diversificar actividades. Imagino as brincadeiras que posso fazer com o cão "alugado", preparei uns paus e pedra para lhe atirar, fica tolo de emoção, mas o burro não os devolve, é um brincalhão, parece que gosta de trollar comigo. Se tiver calor, pego na mangueira e molho-o, será que vai gostar? Cansa-se com facilidade, sai a mim. Penso ansiosamente no dia de amanhã, procuro uma razão para estar melhor, no dia a seguir igual, é um ciclo que não consigo sair.  É caricato ficar com mais stress nessas ocasiões do que por exemplo quando estou no trabalho e tenho imensas coisas a fazer! Tenho mesmo que procurar ajuda, não queria tomar medicamentos, os relatos que leio na net assustam-me.
Tomar decisões torna-se complicado, não saber qual a certa, medo de escolher a errada, deixar andar acaba por ser a opção, mas não devia ser assim. Tenho que fazer uma listagem de vantagens e desvantagens, os prós e os contras... não sei o que fazer. Sinto-me injustiçado, enervado, apetecia-me gritar com ele, explicar-lhe o que se passa, mas não posso, estou amarrado. Não me pode obrigar a tomar uma decisão imediata, tenho que pensar. Até o percebo, mas se soubesse a minha realidade, sinto-me envergonhado, não devia passar por isto quando estou a trabalhar. Só queria um emprego estável, a situação está novamente a ficar descontrolada, depois de uma pequena melhoria, sai mais dinheiro do que entra, a divida aumenta, assim não vamos longe. Apostei tudo, estou em grandes sarilhos, o risco é enorme, se isto correr mal vou ficar de rastos, não sei se me conseguirei erguer psicologicamente. Se alguém ler isto, não vai compreender, isto é só um desabafo da minha parte, preciso de escrever para me sentir melhor, é uma terapia, desculpem.
Depois de me obrigar a comprar o fato agora quer que adquira uns sapatos a condizer, tenho uns praticamente novos que calcei umas 3 ou 4 vezes, acho um desperdício de dinheiro, vou acabar por ceder.