terça-feira, 18 de março de 2014

Passado 1 ano do Inicio do Blog!

O primeiro post deste blog foi exactamente há 1 ano atrás! Muita coisa mudou, pouco evoluí. Pensava que ao escrever na internet onde qualquer pessoa pudesse ler me fizesse sentir melhor. Partilhar os meus "segredos", revelar os meus pensamentos mais íntimos me ajudassem a superar a timidez, mas os resultados não foram os esperados. Continuo na mesma, deprimido, com vergonha do mundo... queria escrever mais, mas hoje está-me a doer a cabeça e os olhos, não me apetece mais. Vou tentar que este seja o meu último post no blog. :(

sexta-feira, 7 de março de 2014

E se ganhasse o Euromilhões?

Tenho aqui uma aposta do euromilhões e ainda não verifiquei se ganhei algum prémio. E se me saísse o jackpot? Ficaria contente? Na fase que estou acho que me seria totalmente indiferente. O dinheiro não é tudo, apesar das minhas acções dizerem o contrário, tento guardar o máximo que posso, nunca se sabe o futuro de amanhã.... estou a contradizer-me. Só saindo mesmo para dizer qual a sensação.
Mas se saísse via montes de problemas. 1º a fama - Tentava encobrir, não gostava que ninguém soubesse, o que seria praticamente impossível. Reclamar o prémio, as preocupações, as viagens, o medo de lutar. Devia morar imediatamente em outro local, mas o medo... de mudar, se calhar continuava com a minha vidinha. Porque tenho tanto medo de sair? Quando as pessoas não estão bem tentam procurar outras soluções!
Hoje estou abatido, tinha planeado uma coisa para amanhã e o facto de não conseguir dizer que não estragou tudo!
Ando a ler relatos em foruns sobre depressão, ansiedade e identifico-me com alguns, parece que sou eu que estou a contar a história, só que muitas dessas pessoas estão piores do que eu, do tipo de não conseguirem arranjar emprego. Descobri outra expressão que desconhecia - Burnout:

  • Necessidade de se afirmar ou provar ser sempre capaz
  • Dedicação intensificada - com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho e a qualquer hora do dia (imediatismo);
  • Descaso com as necessidades pessoais - comer, dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido;
  • Recalque de conflitos - o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas;
  • Reinterpretação dos valores - isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da auto-estima é o trabalho;
  • Negação de problemas - nessa fase os outros são completamente desvalorizados, tidos como incapazes ou com desempenho abaixo do seu. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os sinais mais evidentes;
  • Recolhimento e aversão a reuniões (anti-socialização);
  • Mudanças evidentes de comportamento (dificuldade de aceitar certas brincadeiras com bom senso e bom humor);
  • Despersonalização (evitar o diálogo e dar prioridade aos e-mails, mensagens, recados etc);
  • Vazio interior e sensação de que tudo é complicado, difícil e desgastante;
  • Depressão - marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido;
  • E, finalmente, a síndrome do esgotamento profissional propriamente dita, que corresponde ao colapso físico e mental. Esse estágio é considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica uma urgência.1

terça-feira, 4 de março de 2014

Carnaval

Esta é talvez a pior fase do ano para mim. A fase em que me lembro mais da minha timidez e em como não consigo me divertir como o resto do pessoal. Toda a gente sai, brinca ao Carnaval, vão a bailes, gozam estes dias como não houvesse amanhã. Eu gosto do Carnaval e gostava de participar :(, mas não consigo, tudo por causa da minha personalidade. Vou assistir usando uma máscara para as pessoas não me reconhecerem. Mesmo com a máscara fico introvertido, com medo do que os meus olhos possam dizer. Vejo pessoas do passado, colegas da primária que já estão casados, com filhos, todos têm uma vida que eu não conseguirei ter, porque não consigo mudar. Gostava de ir ter com eles e conversar. Alguns fisicamente pior do que eu, mas que conseguiram superar os seus defeitos e arranjar mulher.
Chego a casa e fantasio em estar na marcha, estar no baile, mesmo quando estou a assistir ao desfile penso que estou lá a divertir-me junto com eles, sinto-me péssimo por causa disso. A música alta dá-me vontade de dançar, de explodir, soltar a minha adrenalina.
Não resisti, aproveitei o facto de estar mascarado e fui à porta da casa da minha ex... saudades, malditas recordações! Tenho conseguido evitar ir ao facebook dela... não sei se aguentarei muito tempo.
Quando essa timidez interfere nos assuntos de saúde... descobri que a doutora que deveria ir foi minha colega do passado. Assim que a soube fugi a 7 pés. Pareceu-me ela, e confirmei no facebook. Será que ela me reconheceria? Fui 9 anos colega dela! Não sei se tenho mais medo que me reconheça ou não. Se não confirmava que eu tornei-me numa pessoa invisível. Lembro-me dela como sendo uma pessoa brincalhona, alto astral. As outras pessoas que lidam comigo devem achar que sou um gajo mesmo estranho.
Ultimamente ando a sentir-me zonzo, o que será que se passa? Tenho medo que seja algo grave. Suspeito que seja dos meus olhos, não lhes dou descanso. Trabalho todo o dia no computador, chego a casa ligo o computador, vejo televisão, leio um livro, tudo actividades que cansam a vista. Mas o que fazer para me entreter?
Ultimamente tenho sonhos mesmo paranóicos. Por exemplo sonhei com essa minha ex colega uma serie de vezes. Levanto-me várias vezes por noite para ir a casa de banho. Ando a obrar muitas vezes, tenho a impressão que ando a ficar gordo e que a minha barriga não pára de crescer.
No outro dia fiz uma coisa de diferente, fui assistir a um jogo de futebol ao vivo. Estou tão habituado a ser espectador de sofá! Paguei o bilhete mais caro para ir para a bancada central, coberta, pensei que ia chover, afinal tive que levar com  sol o que me deixou com a cabeça a doer. Houve vários casos durante o jogo e não me apercebi no estádio quem tinha razão, o facto de não haver repetições deixa-me perdido. Quando cheguei a casa a 1º coisa que fiz foi assistir ao resumo do jogo. Nas bancadas olhei para o meu lado direito estava um casal com dois filhos, no meu lado esquerdo um pai e um filho, ninguém vai sozinho, eu nem contei à minha família que tinha ido. A seguir fui comer sozinho e ao cinema sozinho, às lojas de roupa sozinho. Sou um solitário irreversível.