terça-feira, 1 de novembro de 2016

Religião

Como a maioria dos portugueses sou católico. A verdade é que uma pessoa nem pode escolher, desde novo é obrigado a aderir ao cristianismo e a todos os seus eventos e cerimónias. Fui batizado aos dois meses, a partir do momento que comecei a escola primária ia um dia por semana à catequese e ia à missa aos domingos. Fiz a "primeira comunhão", "profissão de fé" e "crisma", aos 14 anos já tinha realizado todos as celebrações obrigatórias para ser padrinho ou para me casar(não sei se é mito). Desde essa idade raramente fui à igreja/capela a não ser a batizados, casamentos e funerais. Desde novo, sempre tive o habito de antes de me deitar rezar vários "Pai Nosso" e "Ave Maria", se não o fizer tenho medo que seja castigado. Normalmente faço as orações enquanto visto o pijama e preparo a roupa para o dia seguinte, mas ao mesmo tempo estou a pensar noutros assuntos que não têm nada a ver, tenho consciência que isto assim não é nada. Se tentar mesmo falar com Ele sinto-me um anormal, por falar nisso, cheguei ao ponto de apontar num papel a contagem das orações que fazia, que idiota que sou. Como ajudo pouco na solidariedade por causa da minha timidez, resolvi à uns anos fazer algumas doações a instituições, o facto é que coincidiu com a falta de pagamentos de salários da minha entidade patronal e considerei um sinal e deixei-o de fazer. Até aqui estou limitado por causa da minha personalidade, o medo de ser incapaz de gerar receitas futuras, tento guardar o mais que posso, porque um dia posso precisar. Nesta época onde as pessoas recordam os mortos, fiquei a pensar em certos rituais que praticamos, o facto de irmos ao cemitério, comprar flores e acender velas, será que sabemos mesmo o que estamos a fazer? A sensação que me dá é que fazem isso só para parecer bem na opinião das outras pessoas. O que pensar quando por exemplo estou ao pé da campa do meu avô? Devo-lhe pedir ajuda na minha vida terrestre? O meu pai é "Protestante", a religião sempre foi um fator de melhoria para a sua vida, "ter pensamentos positivos atrai o bem". Também já me levou a uma missa dessas, os padres(acho que é pastor que se designa) podem ter filhos, fiquei chocado com as pessoas a gritarem dos seus males, senti-me desconfortável, só me apetecia ir embora. Também me levou à conhecida IURD(nem percebi se tem alguma coisa a ver com protestantismo), achei que quem está na liderança só quer o dinheiro das pessoas e aproveitam-se da fé dos mais fracos, mas por outro lado se essas pessoas realmente acreditam que as pode ajudar até pode ser benéfico para elas. Sempre me considerei um católico não praticamente, um quase ateu. Mas acredito que exista algo superior, um Deus, que equilibra tudo. Às vezes parece que certas situações não são controladas por mim, algum ser superior coloca-me para baixo ou cima, é impossível combater, simplesmente não vale a pena. Acredito que sejamos recompensados pelo bem que fazemos na vida. Será que existe um paraíso e um inferno? Para onde vão as nossas almas quando morremos? Existe vida depois da morte? Será que os seres superiores andam entre nós? Quem nos comanda realmente? São questões que nunca perdi muito tempo a pensar nelas, pois sei que nunca saberei a resposta.  No outro dia li um livro que tinha esta expressão ou ago do género "Os lugares mais tenebrosos do Inferno estão reservados para as pessoas que mantêm a neutralidade em tempos de crise". Fiquei a pensar, eu que não tomo partido por nada, serei maior pecador que um assassino? Existem pessoas que vão muitas vezes à igreja, mas que na sua vida fazem mal às outras, para onde vão essas? As pessoas têm que buscar ajuda em algum lugar, quando as coisas estão a correr mal, têm que se agarrar a algo, quando parece que ninguém tem capacidade para ajudar, temos que recorrer ao divino, é importante ter fé e eu tenho que melhorar muito nesse aspeto.

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