segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Vindimas/Atitude Péssima Pai

Durante um telefonema com o meu pai, ele disse-me que ia fazer a vindima no fim-de-semana. Nem pensei, ofereci-me logo para ajudar, era uma oportunidade de aproveitar para fazer algo de diferente, de agradar ao meu pai, pois poucas vezes estou com ele e principalmente com os seus(meus) familiares. Tenho fraca conexão com eles, era uma oportunidade rara para conviver. Ele normalmente faz a vindima nos dias de semana, por isso aos anos que já não o ajudava. Sabia que provavelmente ia ter consequências para os meus músculos, pouco habituado a fazer exercício, mas sabia que a forte dor de cabeça era inevitável (não sei porquê quando vou fazer estes trabalhos fico com dor de cabeça insuportável, nunca contei isto a ninguém). Preparei-me: levei chapéu, água (fico facilmente desidratado), fato-de-treino comprido (apesar do calor não queria arranhões ou outras feridas), luvas e a tesoura da "poda". Quando cheguei ao local, já tinham arrancado, lá fui para o meio do mato com duvidas no caminho, com algum receio dos cães (naquela zona andam soltos). Ele é dono de várias pequenas propriedades, terras de pouco valor, os terrenos são aos altos e baixos, deve ter uns 30 "andares", imaginar carregar as uvas lá de baixo cá para cima! Apesar das "belgas" serem pequenas, andei lá perdido e com alguma dificuldade a encontrar as passagens em pedra para descer/subir, muitas delas perigosas. A produção foi pouca, acabámos mais cedo que o previsto, logo o cansaço não fui muito elevado.
A última semana até estive com humor aceitável, mas tudo foi abaixo nesse dia e até agora estou triste tudo por causa da personalidade do meu pai. Ele é muito nervoso e stressa demasiado, sempre a reclamar, aos berros. Ele é que é bom, progressista, até me enjoa esses discursos idiotas e sem noção. Mandou  bocas que não gostei, sempre a humilhar-me perante os outros, por não ter prática a fazer estes trabalhos, tive que me conter para não lhe responder e gerar conflitos, mais uma vez a minha atitude passiva prevaleceu. Apetecia-me ir embora dali! Não é assim que funciona a comunicação entre as pessoas, sei que é meu pai mas devia ter respeito, até porque o que ele não ajudou na minha vida não lhe dá direito de falar assim comigo. Se tivesse dito calmamente que estava a fazer errado não tinha ficado chateado. Dou um exemplo concreto: Fui vindimar uma videira que era brava(nos meus olhos são todas iguais), quando viu que já tinha cortado metade das uvas começou logo a gritar...devia ter sido avisado, não sou adivinho, depois a maneira que ele falou deixou-me logo sem confiança. Mais tarde não teve confiança em mim para realizar uma tarefa relativamente fácil, foi chamar outra pessoa, mas como estava ocupada lá teve que recorrer a mim, fiquei pior que estragado.  Ele é que trabalha, o que eu faço no escritório não é importante, não devia deixar menosprezar assim o meu emprego, tem que me respeitar, tenho a certeza que ganho mais em "algumas jogadas" do que ele a trabalhar todo o dia no campo. Assim sendo, futuros trabalhos vou pensar duas vezes antes de aceitar. Está habituado desde novo a trabalhar no campo, a tecnologia para ele não existe, nunca mexeu num computador, até para ligar a boxe da televisão tem dificuldade! Alguma vez gozei com ele? Nunca! Podia ainda o confrontar com a sua atitude, mas não vale a pena. Durante as vindimas falei com um primo que já não via à muito tempo,  para meu azar havia festa este fim de semana na minha localidade e ele perguntou se ia lá. É claro que não tinha intenção de ir, mas não consegui dizer a verdade e disse que sim, "depois lá nos encontramos". Fiquei mesmo abalado e mais umas vez os fantasmas da fobia voltaram. Eu queria ir, mas não consegui, voltei a não ter coragem para enfrentar um convívio social.

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