Gosto da solidão e isso incomoda-me e deixa-me completamente de rastos. Tive um ataque de pânico quando um colega de trabalho me perguntou se queria participar nas marchas populares. Eu disse que não, ele insistiu e eu disse novamente que não! Porque fiquei em pânico? Qual o problema de entrar? Porque tenho tanto medo? Não tenho nada de importante a fazer, agora nem me posso desculpar com o futebol. Podia conhecer novas pessoas, enfim... Agora tenho receio que me convide novamente e isso deixa-me à beira de outro ataque de pânico. Depois tive a ouvir a conversa dele com outro colega... das noitadas que fazia, do convívio com os amigos dos copos, etc. Falou dos projectos extra trabalho, das árvores que plantou, etc. Deixou-me mesmo em baixo, eu não tenho qualquer assunto para falar fora o trabalho. Não sei gozar a vida, que interessa estar nela? No trabalho fiz uma asneira por total desconcentração, detesto falhar quando devia controlar as coisas. 3 da manhã e ainda na rua, no dia a seguir levanta-se às 6:00 para a corrida matinal, como ele consegue?
A minha mãe está pior, vai ter que fazer quimioterapia todas as semanas, o que vou dizer à minha entidade patronal? Ainda não tive coragem, vou ter que faltar 1,5 por semana.
Hoje decidi tomar o pequeno almoço fora de casa, para fugir um bocado à rotina. Levantei-me mais cedo, pedi uma sandes de fiambre e meia de leite enquanto li os jornais....sozinho. A mim não me faz confusão o barulho, quanto maior, mais passo despercebido. Será que tenho alguma doença mais especifica? Não me parece que seja fobia social ou agorafobia. Estive a ler os relatórios do psiquiatra do meu pai, segundo ele sofreu de agorafobia, parece-me difícil acreditar vendo a postura dele, ele passa o tempo fora de casa. Tenho que aceitar quem sou se quero ter paz de espírito.
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