domingo, 5 de agosto de 2018

Prisioneiro, Vaga Calor

Estes últimos dias têm sido terríveis, um prisioneiro na minha própria casa, não tenho liberdade para fazer nada. Sinto-me atacado cada vez que ele fala e faz as suas criticas, chama-me incapaz que não sirvo para nada, o que me dói é que ele tem razão, mas não percebe a minha personalidade, não sabe que aquelas palavras me deixam tão mal e sem confiança. Fala com outros a revelar a minha inabilidade, não se cansa de repetir o mesmo discurso. Não sou capaz de lhe fazer frente, explicar-lhe...anseio pelo dia que vá embora.
Esta vaga de calor tem sido impossível aguentar, tinha que calhar logo nesta altura, em que nem posso estar à vontade no r/c ou quintal. Ainda pensei ir o fim-de-semana para um sitio ao pé da praia, procurar um alojamento para dormir duas noites, pela primeira vez na vida pernoitar fora de casa, para variar não dei o passo que faltava. O que diriam? Mal, com certeza. Porque dou tanta importância à opinião deles? Já não aguentava este ambiente, tinha que sair de casa, fui dar uma volta de mota pelas terriolas á volta, parei num café (para mim é impossível parar num café da minha vila com medo que alguém me reconhecesse), estive lá um bocado, mais uma vez me senti deslocado a observar as outras pessoas a relacionarem-se. Que pessoa normal faria uma coisa destas? Não voltei a falar com aquela colega simpática, entretanto foi deslocada para outro projecto e nunca mais foi ao escritório onde trabalho.
O que me falta para dar o clique? Não preciso falar muito para fazer coisas. O certo que não as sei fazer nem sequer mandar.
Estou neste momento a receber visitas de uns familiares  que estão no estrangeiro, eu em sequer consigo descer para cumprimentá-los. Tenho tanta fome, dói-me a cabeça. Já estão à meia hora a dizer que se vão embora e nunca mais vão.
Quero ir embora daqui, deixar tudo para trás, esquecer esta vida, encontrar uma nova… para quê? Ia levar comigo esta minha maldita personalidade, não consigo fugir dela. Ter ambição, arranjar família, filhos, uma casa minha. Um dia se não arranjar mulher, pensar em adoptar uma criança? Não me sinto responsável o suficiente. Teoricamente vivo num "paraíso", vilas pequenas sem grande transito, vive-se confortável é o sitio ideal que recomendaria a uma pessoa para viver, não sei a sorte que tenho.
A minha mãe continua mal, no outro dia caiu da cama, chocou-me imenso vê-la no chão chamando o meu nome de forma débil, mal a consegui levantar por causa do peso excessivo e pela minha fraqueza. Passei um dia todo nas urgências, saturante e no final não tenho a certeza se a diagnosticaram bem, pois passado uns dias as melhoras são poucas. É isto que me espera no futuro? Estou preocupado que isto interfira com o meu trabalho...

1 comentário:

  1. Procure um psicólogo Carlos , creio que tem atendimento até pela internet. Tenta pelo menos.

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