sexta-feira, 30 de março de 2018

Criticas, Ajuda, Exames, Avô, Serra de Estrela, Visitas de Estudo, Carreira Futebolistica

O meu patrão voltou a fazer-me criticas, diz para defender a empresa como se fosse minha. Comunica muito bem, oiço e desejo ser como ele. Raramente respondo, digo sempre que sim a tudo, mesmo quando tem ideias um bocado estapafúrdias. Muitas vezes não concordo, mas não consigo dizer, tento evitar algum tipo de represália com medo que pense que não estou a ajudar a melhorar. Quem me dera saber dar sermões a quem visse que a estava a prejudicá-la, apetece-me fazê-lo muitas vezes, vejo muitas situações erradas, mas não consigo chamá-los a atenção para corrigir. Gostava de organizar tanta coisa de maneira diferente, mas não tenho capacidade para impor as minhas ideias. Sou da opinião que cada um deve defender a empresa onde trabalha, a entidade que lhe paga, mas vejo muito pessoal que critica, não compreendo quem pensa assim. Sou assim na minha vida pessoal, podia dar mais de mim se não fosse esta personalidade tão delimitadora. Sinto-me derrotado, duvido da minha competência, nem tento...
Fiz exames ao joelho, ombro e anca. Ainda não fui ao médico, mas li no relatório que não detectou qualquer problema, mas pk raio sinto estas pequenas dores que me incomodam tanto? O examinador disse para fazer mais desporto... Recentemente fiz um tratamento a um dente que me custou cerca de 200€, no final continuo com dores. Estão me a doer outros, não sei o que faça.
Uma tarefa que não me diz respeito, mas porque tenho a sensação de culpa por não ajudar? Eles não me pediram, mas um familiar distante lembrou-se de mim. Mas esta minha condição física, deixei-me com receio de piorar, foi num desses esforços que dei cabo da anca, ainda por cima o tempo está chuvoso e vento forte, pouco é suficiente para ficar doente. Já me estragou este fim-de-semana prolongado por causa deste pensamento continuo sobre esse assunto. Era mais útil ir ajudá-los, do que ficar em casa a escrever no blog, colecionar cromos do mundial da panini, ver um filme ou jogar "Age of Empires", último jogo que instalei. Tenho medo de que tipo de retaliação? Um obrigado no final era suficiente para mim.
O meu avô faleceu quando era criança, tinha apenas 12 anos. Tinha 65 anos, mas uma aparência de 90 anos tal a quantidade de doenças que tinha, nada lhe faltava, desde diabetes, angina do peito, arrotos, Alzheimer, etc. Lembro-me bem das recordações dele, memórias mais vivas que algumas recentes. Talvez por ser criança não tivesse sofrido tanto, era como se fosse uma brincadeira, era um pesadelo ter assim alguém doente em casa, principalmente quando a cabeça não regulava bem. Muitas vezes não se lembrava de mim, perguntava quem era o garoto que andava a deambular pela casa, não sabia onde estava, perdido. Tenho a sensação que muitas vezes estava noutra linha temporal, pois lembrava-se melhor das memórias antigas, costumava cantarolar músicas do passado, as recentes eram apagadas. Nunca sabíamos em que estado o iríamos encontrar. Uma vez estava com amigos em casa e ele perguntou onde ficava a sala, todos se riram, a primeira vez também me ri, depois habituei-me. À noite ele acordava e fazia barulho pela casa, irritado, saía sem a gente dar conta, perdia dinheiro, era um perigo constante que na altura por causa da minha tenra idade não me apercebia. Será que me protege onde ele está?
Voltei a visitar a Serra da Estrela, prometi a mim mesmo que lá voltava num dia de sol e com bastante neve. Raramente vi neve na minha vida, onde vivo só me lembro de ter nevado duas vezes quando era criança, desaparecendo rapidamente. Pela primeira vez na vida vi neve a sério, andei a caminhar nela e a ver as bonitas paisagens provocadas por este belo fenómeno da natureza. Almocei numa albergaria, pensei como sou patético, nunca pernoitei na vida num hotel! Vi vários autocarros com alunos, as famosas visitas de estudo que tanto odiava, paravam em parques para fazer os piquenique, as recordações que me traz. Passei o tempo a andar de  um lado para o outro, ver os miúdos a divertirem-se(pena de nunca ter podido fazer o mesmo) pessoal a esquiar, fazer snowboard...porque não tive coragem para experimentar? Ao contrário do normal para as outras crianças(para minha personalidade normal tudo que saísse da minha zona de conforto) eu detestava as visitas de estudo, cheguei a inventar desculpas como más disposições para não ir. Ficava muito enjoado pelas longas viagens de autocarro, no final do dia muito cansado, só desejava o regresso. Não comia quase nada, por exemplo dava as minhas salsichas aos meus amigos que se consolavam. Como me arrependo de não ter apreciado essas visitas para aprender, longe de imaginar na altura que nunca iria sair para lado nenhum. Aliás, nem no meu concelho nem nos vizinhos conheço nada, por acaso no outro dia li um artigo, um guia de alguns locais a visitar nas redondezas e fiquei espantado de haver tanto lugar que nem imaginava existir.
Futebol, desporto que tanto gosto, mas sou mais um adepto do sofá, mais por causa desta timidez pois gostava de ter jogado. Quando era criança ainda joguei na equipa da terra, durante duas épocas. Tinha uns 8 anos e noutra tinha uns 11, apenas fui por causa de um amigo. Na primeira época, era suplente, fraco fisicamente, até desejava que não me passassem a bola. Na segunda era titular pois não havia muita qualidade. Assim que deixei de ter contacto com esse meu amigo que me influenciava, deixei de jogar, tenho pena de o ter feito. Para além disso a minha outra experiência mais competitiva foi na escola, futsal, desporto escolar, inter turmas. No primeiro ano não me inscreveram na equipa, fiquei triste por acharem que não tinha qualidade suficiente, mas muitos amigos abandonaram e tive a minha oportunidade, até deu barraca quando marquei um golo e deram conta que não estava inscrito. É claro que nunca fui convocado para defender a minha escola contra outras.  No verão existem muitos torneios de futebol de salão, muitas empresas participam. Nos primeiros anos a empresa onde trabalho também participava, mas claro que nunca contavam comigo, também não me ofereci, tinha medo de ser gozado.
Cada vez que relato estas "histórias" ridículas fico com a sensação de tristeza por levar uma vida tão desprovida.

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