quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O Corte do Melão

Tudo na mesa, fui buscar o melão. Quando estava a cortar vi que toda a gente me estava a olhar e não consegui completar uma missão tão fácil que não teria dificuldade se tivesse sozinho. Bloqueei, as minhas mãos começaram a transpirar, perdi as forças para segurar a faca... todos se riram, só me apetecia enfiar num buraco, a partir daí deixei de comer o melão tal o trauma.
Levei a minha mãe ao psiquiatra, mais de duas horas depois da hora marcada ela foi chamada, estava na sala de espera quando fui solicitado a entrar na consulta. Não estava nada à espera, entrei em pânico. É claro que não consegui transmitir o que pensava da minha mãe, mais uma vez bloqueei e não consegui falar em condições. Deixou-me frustrado não a conseguir ajudar mais. Não sei o que elas falaram lá dentro, mas deduzi pela conversa que a minha mãe está com ideias suicidas. :( Foi a 2ª consulta, não evoluiu nada desde a 1ª.
Enquanto estava na sala(s) de espera reparei em algumas mulheres atraentes, como gostava de meter conversa com elas... andei à "procura" da enfermeira que me tratou quando fui operado, mas infelizmente ainda não a vi e já fui ao hospital diversas vezes.
No outro dia um familiar mais distante veio visitar a minha mãe, daqueles que me convidam para beber um copo...escondi-me no quarto, fiquei tão assustado que ele perguntasse por mim. Aquela hora que teve em casa pareceu-me uma eternidade!
Tive uma semana de férias em Agosto, procurei diversificar e não ficar em casa. Um dia fui para terra do meu pai, outro dia até uma praia na montanha, até ao parque, até à feira de diversões... sempre sozinho, vários sítios diferentes, mas incapaz de meter conversa com alguém. Muitas vez observei pessoas a desfrutarem do prazer de viver e até assisti um engate descarado a uma louraça bastante jeitosa. Há bastante tempo que não vejo uma serie ou que jogo no computador, o que considero positivo. Andei a dar umas voltas na minha scooter, já fiz 1100 kms com ela. Diverti-me imenso com os miúdos...acabou, eles foram para a escola eu para o trabalho. O meu patrão quer que continue a trabalhar, mas quer me manda para o desemprego por causa de reduzir os custos. Não concordei com a ideia mas fui incapaz de dizer que não! Não sei mesmo o que fazer.
Porque é que às vezes vejo as coisas tão claras e outras vezes tão baralhadas? Porque o meu humor é tão inconstante?

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