sábado, 24 de agosto de 2024

Limbo do Humor; Viagens de Verão; Vizinhos; Emprestimos

Olho-me ao espelho e não gosto do que vejo: um homem barrigudo, corcundo, calvo. Que tortura não ter força de vontade para mudar o que está errado em mim. 

Até estava com humor elevado e de repente tudo se transforma num pesadelo. Tudo por causa da minha incapacidade de interagir... quando descobri que ela estava perto, o meu coração bateu forte, fiquei nervoso com a esperança de estar com ela pessoalmente novamente. Não soube transmitir por palavras a minha vontade, soou mal o que escrevi, ela ignorou-me e o resto do chat "protestou". Apetecia-me pegar no carro e ir ter com ela, ela estava numa praia fluvial que está na minha lista de prioridades de locais a ir.  Tenho que aceitar que neste momento vê-la "streamar" só me faz pior, a minha mente está tóxica. Sinto ciúmes, inveja, obsessão e outros sentimentos negativos. Depois de tantas alegrias que me deu ao assistir ao seu conteúdo temo abandoná-la, bloqueando as redes sociais e a twitch. Tenho que cortar o mal pela raiz. Mas no fundo tenho esperança de voltar a sentir alegria quando a vejo. Não posso ficar assim por uma pessoa que posso evitar, se imaginasse aquilo que sinto.  No trabalho aquela colega que me humilhava, mudou a atitude e está muito mais simpática. Este ano tem sido melhor que os anos anteriores, não posso voltar ao mesmo!

Tenho passeado como nunca, conhecer sítios novos. Fui a Albufeira uns dias, visitei uma praia fluvial na Serra da Estrela, uma praia no centro do país.... sempre sozinho. Canso-me de ver os outros com amigos, famílias, etc, estou tão deslocado do mundo. Observei um jogo de futebol de praia e volei de praia e senti-me triste, quem me dera ter participado em atividades coletivas ao longo da minha vida, não pude fazer nada disso, que frustração. Pergunto-me por que nunca fiz passeios deste tipo em quase 40 anos? Minto-me a mim próprio pensando que devia ser feliz, comparo com outros com doenças graves, pessoas sem casa, refugiados, pessoas que nem têm dinheiro para comer, que sofrem de abusos, etc. Não tenho razão para me queixar! Tenho emprego que é como se fosse uma segunda casa.  Apesar de toda a liberdade continuo-me a sentir preso e infeliz. Tiro demasiadas fotos e vídeos para recordar aqueles momentos... fui eu que vivi aquilo não outros! Estranhamente não sinto saudades desses passeios. O tempo passa devagar, olhar para o relógio é uma constante. No meio da natureza, praia, rios e montanha continuo a viver esses momentos com ansiedade, preocupado, sem conseguir relaxar. Continuo com a sensação de estar a cometer uma ilegalidade.

O que os meus vizinhos pensarão de mim? Neste tempo quente costumo ir para a varanda ver o horizonte, deitar-me na espreguiçadeira. Passo o tempo a ler um livro, no telemóvel, a escrever, fazer cruzadex ou sopa de letras, etc. Observo a lua, o céu, as nuvens, a rua, os cães, as pessoas a andarem a pé ou de bicicleta, qual será a história delas? Olho para as outras varandas, outros aproveitam o bom tempo para conversarem uns com os outros. Eu estou no meu canto sem dizer uma palavra, devem achar-me mesmo estranho. Será que me observam? Será que falam sobre mim? Sou um vizinho da treta. 

No trabalho grandes responsabilidades podem cair sobre mim, uma vez que aceitei a gerência de uma empresa. Imagino grandes empréstimos e se a empresa não conseguir pagar as dividas iram cair em cima de mim. A culpa é toda minha por não conseguir dizer que não, com medo de ser despedido. Se um dia perco o trabalho não sei o que vou fazer.

Em relação a viagens queria passar para o próximo nível e começar a viajar para outros países...

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