segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Viagem ao Algarve - "Objetivo" Alcançado; Sensações e Sentimentos

5 dias, 4 noites no Algarve. Preparei tudo com antecedência, verifiquei o óleo do carro, a pressão dos pneus, enchi o deposito, fiz as malas, etc. Comprei uma mala tipo mochila que encontrei à venda nos chineses, muito barata. Resolvi fazer a viagem de noite, 1º porque não queria apanhar muito transito e 2º queria chegar lá por volta das 8:00 da manhã de segunda-feira para aproveitar esse dia e sair na sexta-feira ao fim do jantar. Assim eram 5 dias completos para conhecer o mais possível. A viagem foi tranquila, apenas parei em duas estações de serviço para urinar. O único senão é não ter visto as paisagens, tinha curiosidade para ver o Alentejo. Fiquei admirado por no final não estar cansado de tanto conduzir. Estacionei o carro perto do edifício do dormitório, ainda faltava muito para fazer check in. Visitei a zona a pé, bem calma, enervei-me por não ter encontrado logo um café pois estava cheio de fome. Caminhei para as zonas da praia, com vistas deslumbrantes de escarpas, procurava sempre tirar as melhores fotografias. Ouvi tanto idioma diferente... espanhol, francês, italiano, alemão, inglês, japonês, naquela praia acho que nem um português havia! Deitei-me e deliciei-me ao ver as vistas, moças jovens demasiado boas, algumas em topless, os meus olhos ficaram deslumbrados. Mas o Algarve que me pintaram, nesta semana estava bem diferente, temperaturas baixas(cerca de 10 graus inferiores onde vivo) e a água tão gelada, como aqui no centro. Vi as previsões do tempo e verifiquei que não ia estar muito calor esta semana, no inicio desiludido, mas depois de pensar melhor vi que talvez não fosse tão mau, uma vez que podia passear mais sem me cansar tanto e não teria tantas queimaduras solares. O acesso à primeira praia que visitei era realizado através de mais de 200 degraus. Não havia lá nada, demasiadas algas, para fazer xixi tinha que ir ao oceano, almocei muito mal, o único restaurante da zona estava fechado, tive que comer umas sandes. Os preços no global eram caros, águas, gelados muito acima do preço. Comi em restaurantes procurando o prato mais barato. Podia ter ido a um supermercado, comprar algumas coisas para fazer na casa, onde a cozinha estava bastante equipada com tudo o que era necessário. Mas não me atrevi a lá mexer, estava com medo de não saber usá-los e passar vergonha à frente dos meus colegas. No final do dia fui para o alojamento, encontrei dois casais com alguma idade iam também fazer check in. Conheci mais dois jovens oriundos da Arménia, não gostei muito da conversa da governante, a dizer para não usar muito tempo o chuveiro ou ter cuidado para não levar as areias para dentro. Depois do banho tomado, sem nada no estomago, fiquei completamente desorientado, sem saber onde eram os restaurantes e não estava a conseguir orientar-me pelo google maps. Finalmente encontrei um restaurante e encantou-me uma rapariga que lá trabalhava, tanto que repeti lá a ida e dei-lhe uma gorjeta, o que não é habitual em mim. Achei-a tão engraçada com um sorriso bonito, gostava de ver mais caras como aquela no meu dia a dia. Quando saí entrei em paranoia pois não encontrava o alojamento, o maps indicava-me o caminho a pé e eu queria o de carro. Andei lá às voltas até encontrar o meu destino, mais tarde descobri que o restaurante fica mesmo na avenida a seguir ao alojamento, fiquei parvo com a minha burrice. A minha ideia era estacionar o carro e andar sempre a pé, não o usando toda a semana, no entanto mudei de opinião e comecei a sair de carro para conhecer mais coisas. Saía entre as 8 e as 9 da manhã e chegava às 9 a 10 da noite. A primeira noite foi horrível, os velhos resolveram ligar uma ventoinha e o barulho provocado foi um tormento, falta de respeito pelos outros apesar de terem reclamado, eu claro calado. No dia a seguir foram-me embora, a partir daí só gente jovem, a maioria mulheres a viajarem sozinhas, acho que era o mais cota de todos, um verdadeiro paraíso para quem soubesse falar bem o inglês e fosse menos envergonhado. A 2º noite dormi mal, finalmente a a 3º e a 4º noite consegui dormi um bocadito. Apesar de dormi pouco, senti-me com muito mais energia. Durante estes dias andei sempre de um lado para o outro, conheci várias praias, muitas delas famosas, fiz coisas que nunca fiz na vida, como  uma viagem de barco a umas grutas paradisíacas, marina, quando o tempo estava mesmo frio fui ao zoo que adorei imenso, parecia que tinha entrado numa floresta noutro continente. Uma viagem bastante preenchida, planeada aos poucos, com o objetivo alcançado. Acho que conheci mais em 5 dias do que muitas pessoas em vários anos. Pensei que estando longe podia ter uma noitada... mas desisti.... Queria experimentar bebidas novas, como ginja ou caipirinha mas não fui capaz.

Vou então falar nas minhas interações no alojamento. Ninguém sabia falar português, e inglês compreendo muito mas falar sei pouco, não me vêm as palavras, por causa do meu bloqueio habitual. No primeiro dia falei apenas com um Armeno que me perguntou onde eu era e como me chamava, deve ser o rei da cocada preta, parece que é a pessoa que está lá a mais tempo. No segundo dia entrei mudo saí calado, já estava angustiado. Admirava uma jovem bonita armena, com uma linda voz, só no último dia fiquei sozinho com ela e perguntei-lhe o nome, de onde era, procurei mais coisas para falar, mas ela pediu desculpa que não estava com grande disposição, perguntei-lhe se estava a aborrecê-la e ela respondeu que sim. Na segunda feira À noite fez check in uma jovem de nacionalidade inglesa. Eu fiquei no beliche na parte de em cima, ela ficou do outro lado. Finalmente na quarta-feira de manhã ganhei coragem e de cuecas, perguntei-lhe o nome e de onde era, ela revelou-se bastante simpática. Quando cheguei à noite perguntou-me o que tinha feito, pensava num possível relacionamento. Disse-lhe se quisesse uma boleia... ela agradeceu, como se dissesse que não tinha um factor importante que não aproveitei que era o facto de ter carro. Porque preferi estar sozinho, em vez de ter perguntado a elas se queriam boleia? No último dia estavam duas sozinhas, devia ter perguntado, era a oportunidade ideal, desperdicei-a como sempre, raios para mim, a outra pessoa divertida, que se calhar devia ter apostado mais. Antes da viagem não me apetecia tocar, os meus níveis de testosterona começaram a aumentar... Esperava ver alguém a trocar-se, ver um fio dental, mas não, elas mudavam-se na casa de banho e andavam pela casa em calções. Tomava banho, depois usava uma toalha e ia para o quarto, vestia uns calções, ficando momentaneamente nu(por respeito claro que fazia essa troca rapidamente e sempre virado para a parede). Esperava que alguma mulher me observasse, deu-me tusa imaginar essa situação, será que alguém viu? Quando um dia a inglesa chegou tarde, e despiu-se para vestir o pijama, vi um deslumbre do rabo dela, fio dental, estava escuro, não deu para ver bem, mas mais uma vez subiu a testosterona. Quando troquei de roupa no beliche esperava que ela olhasse... Na casa usava apenas uns calções, em tronco nu mostrando o meu peito previamente depilado. No meio da semana chegou um tipo do Azerbaijão e ainda me diverti com ele a jogar bilhar, lembrando-me os tempos da escola, quando íamos para os salões de jogos.. Nessa noite sentei-me com um grupo de 6 mulheres, Uma delas era linda, alta, deve ser modelo, não consegui trocar nenhuma palavra com ela. Entusiasmado, observei-as a jogar as cartas, rirem-se às gargalhadas, beberem cerveja, como se fizesse parte do grupo. Na noite a seguir procurei o mesmo, mas estava sozinho, fui para cama cedo demais, elas chegaram mais tarde e ouvi-as a divertirem-se e eu na cama a lamentar-me pelo facto de ter ido demasiado cedo para o cama. Gostei de estar integrado num grupo de jovens, adorei oo conceito destas casas, pessoal sempre a entrar e sair, caras novas todos os dias. Um dia gostava de ir para o estrangeiro fazer o mesmo. Posso dizer que dormi em cima de uma japonesa, atrás de uma italiana e ao lado de uma inglesa :). Quando cheguei a casa masturbei-me como nunca...

Mesmo naquele paraíso, não fui capaz de me desligar, muitas vezes com sentimentos depressivos e ansiosos. Lembrava-me muitas vezes no regresso ao trabalho, brevemente voltar ao meu patético dia a dia, levar com as mesmas pessoas de sempre, ir para a minha rotina monótona, os mesmos medos. Não consigo aproveitar o momento, sempre algo na mente que me afecta. Porque esperei 39 anos para finalmente fazer uma viagem fora de casa?  Espero da próxima vez ir para fora do continente ou fazer uma viagem à europa...

Acho que descobri que é as interações positivas que me fazem sair deste buraco, e que não sou competente para o trabalho que exerço, talvez devesse procurar outro... mas o quê? Quem me dera ter conseguido partilhar a história desta viagem com alguém :(

NÃO POSSO CONTINUAR A NÃO VIVER, ESTAR NESTE ESTADO!!!

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