domingo, 18 de fevereiro de 2018

Memórias, Paixoneta Dores de Cabeça, Poupança

Custa-me entrar em memórias, demoro demasiado para visualizá-las, mas quando entro lembro-me de quase tudo, é como se fosse outro mundo, mas isto prejudica quando sou obrigado a entrar nelas rapidamente. A paranoia que agora tenho de não perceber o que os outros dizem está-me a perturbar. Gostava de entrar num cérebro de outra pessoa só para ver a sensação de despreocupação e felicidade, de ver o mundo sem as dificuldades que coloco, um mundo claro, sem baralhação. Esta falta de confiança em mim tem que acabar, não sou inferior a ninguém. Tenho a capacidade de falar e decidir como os outros.   
Existe uma mulher que entrou a alguns meses na empresa que me parece bem simpática. É gira, apetecia-me meter com ela, mas sei que está longe de ser do meu campeonato, provavelmente já deve estar comprometida.  Ela trabalha noutras instalações, raramente a vejo, ultimamente ando a falar mais com ela para resolver tarefas em comum, mas atrapalho-me imenso, ela deve achar que sou um idiota, sinto uma paixoneta que gostava de aumentar. No outro dia ligou-me a perguntar se ainda estava no escritório, eu disse-lhe que aquele número é da empresa e que deixo o telemóvel lá, apetecia-me dizer que se quisesse tomar um café fora de horas podia lhe dar o meu número particular, é claro que não fui capaz. Dizem que pareço mais novo do que pareço, podia ser uma vantagem mas não uso. Esta ausência de relações amorosas faz muita falta.
Estas dores de cabeça e tonturas estão me a deixar desesperado. Estou tão habituado a dormir por curtos períodos de tempo que quando durmo um bocadinho mais fico logo desregulado. Passei pela farmácia e comprei umas cápsulas para ver se adormeço mais rápido e não acordo tantas vezes de noite. Não sei se tome, tenho medo que me faça mal, apesar de estar comprovado que este tipo de medicamentos não criam dependência. Marquei uma consulta com o médico, nem sei quais os assuntos que vá abordar.
A minha mãe continua a deitar o dinheiro todo da reforma no "lixo", compra coisas desnecessárias, principalmente roupa que não usa, fico tão irritado com ela! Mete os sacos todos num quarto desocupado, os pacotes quase chegam ao tecto. Ela não tem noção, nem se culpa, o que é grave. A mãe dela paga-lhe todas as despesas, devia obrigá-la a contribuir.  Se um dia precisar de dinheiro e pedir ajuda apetecia-me responder que não! O meu pai é o oposto, guarda tudo, suponho que deve ter uns bons milhares no banco, até lhe cortaram a isenção das taxas moderadoras. Não gasta dinheiro, poupa em tudo, isso também é demais! Nunca me deu nada de relevante, anda sempre com as mesmas roupas, na cozinha tem tudo antigo, por exemplo nem um micro-ondas, uma das melhores invenções do século. Sem dúvida que saio mais ao meu pai, mas tento ser mais equilibrado possível.
Estou no quintal ao sol, para passar o tempo escrevo no meu caderno o resumo do último episodio de uma das séries que estou a acompanhar, ou do último filme visto, da última missão que joguei. Agora abri o blog para escrever estes disparates que ninguém quer saber, para ler no futuro e tentar melhorar. Uma forma de não estar parado e meter o meu cérebro a carburar. Parvoíces para alguém da minha idade que comprova a minha solidão e a minha vida monótona.

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