sexta-feira, 5 de maio de 2017

Dias Intensos, Nova Formação, Prima, Pai

Estes últimos dias tem sido intensos... trabalho, uma nova formação, pós recuperação cirurgia pai, consultas mãe, obras em casa, estou sempre a mil à hora, stressado com saudades dos meus tempos calmos, como por exemplo ir para o quintal apanhar sol e ler um livro... chego a casa com a cabeça em água, nem consigo fazer as minhas atividades de lazer inúteis.
Estas formações deixam-me completamente de rastos psicologicamente. Muitas vezes quero intervir, mas não consigo devido à minha timidez, penso que é uma inutilidade e acabo por perder a coragem. Rezo que a formadora não me pergunte nada, pois devo bloquear e não me sai nada de jeito. Muitas vezes nem tenho opinião, não sei o que dizer, toda a gente a tem, devo ser caso único no mundo. Fico revoltado pois estas formações obrigatórias não tem muito interesse, nem sequer são importantes, ando a perder o meu tempo, ao menos que fosse algo mais adequado à minha formação académica, mas não tenho alternativa, tenho que a gramar, só quero que termine depressa. Às vezes desligo-me e voou nos pensamentos para outros assuntos, de qualquer maneira procuro sempre organizar-me e aprender o máximo que posso, detesto faltar, fico em desvantagem em relação aos outros formandos, mas desta vez vai ter que ser, espero que aceitem a justificação.  Os intervalos lembram-me o inicio do secundário, todos em volta, onde muitas vezes a falta de diálogo impera revelando a minha incapacidade de comunicar com os outros. Não gosto quando as pessoas sabem que sou daquela localidade e vêm com perguntas conheces a fulana x? Fico sempre embaraçado, nem sequer sei quem são as minhas vizinhas. Deste grupo não me identifiquei com ninguém, tirando uma mulher aparentemente também bastante calada. Gostava de tentar falar com ela, conhecê-la melhor, mas não sei como quebrar o gelo, vai ser impossível.
Recebi uma noticia, não sei se é má ou péssima. Provavelmente vou ter que trocar a moradia pelo apartamento mais cedo do que esperava, a chegada prematura de uns familiares assim o obrigam. Por mais que pense nas vantagens, vejo mais desvantagens... não devia ser assim.
Sou filho único, no entanto desde sempre morei com uma prima uns anos mais velha, é como se fosse uma irmã. Quando era pequeno andávamos sempre à porrada e depois fazíamos as pazes, era uma relação saudável, mas com o tempo deteriorou-se. Ela tinha os seus interesses e eu tinha os meus, não sabia o que falar com ela. Morávamos na mesma casa, mas eramos desconhecidos, ela enfiava-se no quarto e não saía de lá, até os horários das refeições eram incompatíveis, por exemplo jantava às 19:00 e eu às 21:00, apesar de morar juntos havia vários dias que não a via. Atualmente casada, continua a ir muitas vezes à minha casa, não me liga nenhuma, nem eu a ela, não estamos zangados, simplesmente a minha personalidade justifica mais uma relação que podia ser unida mas é estranha. Acho que devia ajudar mais a nossa avó, só pensa no bem estar dela e nos seus filhos, suponho que seja normal. É assim com vários membros da família, não consigo mudar.
Tenho procurado ajudar o meu pai o máximo que posso, visitá-lo sempre que possível, mas tenho a sensação que a família do lado dele acha que eu não lhe ligo nenhuma, o que é obviamente incorreto, não sei como mudar-lhes a opinião. É um facto que devia ter mais interesse nas terras dele que um dia podem ser minhas, mas o trabalho do campo não é para mim. Ele tem muita lenha, escusava de a comprar se soubesse usar um motosserra, teria que pagar a alguém para fazer o serviço, espero que essas decisões tenha que as tomar bastante mais tarde.
Tenho exames para fazer, mas na minha zona não são comparticipados pelo estado. Ou pago do meu bolso ou tenho que me deslocar a uma grande cidade e fazer 150km's para um sitio completamente desconhecido. Acho que vou optar pela primeira opção, obviamente o que um gajo normal optava pela 2º.
A bateria do carro da minha mãe morreu. Fui procurar na net como fazer as ligações para a voltar a metê-la a funcionar, segui todos os passos mas sem sucesso, é mais um exemplo da minha aselhice.
Olho para mim ao espelho, ou nas selfies, de vez em quando acho que tenho uma aparência agradável, melhor que muitos, olhos bonitos, definitivamente não é pelo aspeto físico que não tenho ninguém, outras vezes acho que tenho um ar drogado, olheiras gigantescas, uma cor de pele estranha, incapaz de alguém no seu perfeito juízo se interessar por mim.
A minha mãe agora está sempre a arrotar, tão alto que me incomoda bastante, não aguento o barulho, fico tão triste de a ver sofrer assim. Cada um tem a sua cruz, a minha é cada vez mais pesada, mas a culpa é minha, não faço nada para a tornar mais leve.

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