terça-feira, 15 de setembro de 2015

Afilhada

Recebi a visita da minha afilhada que já não via desde a Páscoa. Está cada vez  mais uma mulher, já em plena fase da adolescência, este ano vai para o 10º ano. Aquela menina com quem brincava desapareceu, já me senti envergonhado à frente dela, nem a consegui abraçá-la, fiquei embaraçado, incapaz de lhe pedir para tirar uma selfie comigo. A minha mãe era a ama dela, ficou connosco até aos 9 anos, era como uma irmã para mim. Os pais deixavam-na lá até tarde e eu brincava como uma criança e divertia-me bastante com ela. Ela não foi baptizada de bebé e já criança tomou a decisão de eu ser o padrinho dela, o que me deixou bastante orgulhoso (poucos têm a sorte de serem escolhidos pelos próprios afilhados). Na altura por causa da minha timidez fiquei em pânico de ser padrinho, de ter que ir à preparação, ir à igreja, enfrentar uma multidão de gente, medo que alguém me reconhecesse, enfim cenas sem sentido nenhum que só eu sofro por causa da minha personalidade. Pensei logo na altura... ela escolheu-me porque brinca comigo, um dia crescerá e verá a merda de Padrinho que sou. A esta hora já deve estar arrependida. A família dela ao contrário da minha é rica, o pai é advogado, a mãe é dona de um estabelecimento comercial, tem vários irmãos. Sempre lhe dei bons presentes, "acima" das minhas possibilidades e muito influenciado pela minha mãe. No Natal, pelos anos, pela Páscoa, quando a íamos visitar no verão eram dadas prendas caras (gastei mais com ela do que comigo). A minha mãe diz que parece mal dar lhe prendas fracas. É claro que a minha mãe também dava e comprava com o meu dinheiro o que me ficava no dobro. Estou com uma sensação de Deja Vu, já devo ter contado isto neste blog.

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