segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Horrível Dia da Lenha

Dia de armazenar lenha,  preparar o próximo Inverno. Encomendei 4 m3, mas faturaram 5m3, mas tenho impressão que a quantidade foi mais próximo dos 4 do que dos 5. Já estou habituado a ser enganado e a não reclamar. Já estava a stressar com os sucessivos adiamentos, por duas semanas que falharam. Finalmente chegaram, depois de uma noite mal dormida a pensar no assunto. Pensava que iam acartar e empilhar a lenha, mas simplesmente atiraram-na para a garagem.  O dia estava a começar mal, tinha que fazer o serviço sozinho, resignado já pensava que ia perder o dia todo, no entanto uma vizinha apareceu para ajudar e deu boost enorme. Uma mulher que já deve ter mais de 60 anos, tem mais força e resistência do que eu. Ela não parava de falar mal das vizinhas, não sabia o que dizer, apenas acenava com a cabeça a concordar em gesto de agradecimento. Ouvindo as sua palavras, ficava satisfeito por não ter nenhum convívio com ninguém, não consigo lidar com aquele tipo de maldade. Provavelmente no fim deve ter falado mal de mim. No final fiquei cansado, uma dor de cabeça deixou-me KO.

Estava a almoçar quando aconteceu aquele maldito telefonema, não consegui fugir(normalmente para não ficar triste evito de o ouvir) e escutei a conversa. O meu tio que fala demasiado e só sabe criticar. Começou com o mesmo paleio de sempre a dizer que eu não estou habituado, ele é que é bom, fazia aquilo numa hora, sabe tudo. O pior veio depois quando ele disse "podia dizer ao primo que o ajudasse, mas o ano passado não o ajudou". Para já acho que ele nem deve ajudar,  sei que que é uma idiotice, mas a mim custa-me pedir ajuda a uma pessoa que depois não vai usufruir. Fiquei completamente fulo com a injustiça. Em 1º não fui ajudar porque ninguém me disse nada, só soube no final. Em 2º, eu ajudei-o por duas vezes. Se é assim que as coisas funcionam então ele ainda me está a dever dois favores. Uma dessas vezes fiz tanto esforço que provoquei uma lesão crónica na anca para o resto da vida, ninguém sabe de nada, quero ocultar, provavelmente ainda seria criticado. Devia ter-lhe dito e defendido, mas não sei falar, um dos meus maiores medos é ficar mal com ele. Não sei porque aquilo que fala é tão importante para mim. Sou livre, não tem que controlar a minha vida, pk a palavra dele para mim é lei? Zangar-me com ele de vez significaria ficar afastado da restante família :(. Não lhe consigo mostrar através de palavras. Se soubesse falar com calma, talvez visse o meu lado. Ele quando está em modo "porreiro" até uma pessoa tolerável. É perfecionista, organizado, identifico-me com muitas coisas dele. Crescer, crescer, crescer, é isso que me falta. Se ligasse mais à vida real do que a minha vida "virtual" talvez as coisa fossem diferentes. Ás vezes penso se não deveria encontrar outra localidade para morar. Estar a investir num apartamento, para depois pensar em mudar no futuro... estou preocupado, não sei mesmo se quando vier de vez vou conseguir aguentar a pressão da sua presença constante. Fez um negócio totalmente precipitado, não beneficiou em nada a minha mãe que se deixou levar como sempre, como eu. Nunca deixou arrendar o espaço, podia ter ganho um dinheirão desde 2002 que está vazio, o único beneficio foi ter ajudado os filhos. O meu coração está cheio de ódio, contra mim próprio. Os antigos inquilinos ainda não tiraram as coisas de lá, estão tanto tempo de férias e não arranjam um dia para lá ir. Depois ainda vou ter que lá ir, sinto que tenho obrigação de ajudar, quando não tenho. Mais uma vez a culpa é somente minha, porque não os pressiono, tenho vergonha de falar com eles. Acho que prefiro pagar a dois homens para me ajudarem, do que pedir a ajuda. 

Desde esse dia que o meu cérebro está em ebulição, pensamentos não me saem da cabeça, estou angustiado, sinto raiva de mim mesmo por estar assim. Ele não tem a mínima noção dos sentimentos negativos que as palavras dele provocam em mim. Este grau de timidez não me permite viver. Complico tudo, não tenho razões para estar triste, tenho tudo para reverter a situação, mas as minhas forças estão sempre em baixo. Vim desabafar para o blog, talvez assim pelo menos me consiga livrar do enorme peso que sinto.

Recentemente um colega foi despedido, uma boa pessoa contudo revelou incompetência para o cargo. Saiu a chorar, senti tanta pena dele. Ele que está a tentar abraçar uma nova vida, com a mulher num país novo. Tem encargos elevados, só a renda é um balúrdio. Imagino que podia estar no lugar dele, a sorte que tenho,sinto que não a mereço.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Fim das Férias

Acabaram-se as férias! Depois de quase dois meses de calor intenso, assim que começou as férias, o tempo ficou mais fresco, sendo uma semana sem muito calor, como aconteceu em anos anteriores, tenho sempre azar com o clima. Ainda bem que este ano já tinha ido à praia, assim não fiquei tão chateado. Agora que me lamentei do clima vou continuar a lamentar-me como sempre, faço-o mas não reajo. 

Em relação ao post anterior acertei em cheio, não sou bruxo, era tão evidente. Ligaram-me todos os dias do trabalho, pelo mesmo colega de sempre a perguntar cenas que devia saber, mas a preguiça fala mais alto, não se desenrasca em nada no que diz respeito a assuntos administrativos. Depois tive que lá ir um dia como previ: «Vão me chatear tantas vezes, de certeza que vou ter que ir lá um dia como acontece sempre. Principalmente pelo mesmo colega de sempre, apetecia avisá-lo para não me ligar por situações menos urgentes, mas tenho medo de sofrer represálias.»

Vou fazer um resumo das minhas aborrecidas férias. As manhãs e as noites não diferiram muito...

De manhã, estive na cama quase até o meio dia. Acordava ansioso, ligava o rádio e mudava de estação até encontrar uma música que me agradasse, depois repetia o procedimento, na cama mudava várias vezes de posição, sem nunca me sentir confortável, esperava por um telefonema do trabalho. É triste estar assim de férias, uma pessoa nunca larga realmente o emprego. 

De noite normalmente via um filme, navegava na net, depois abria o Twich para assistir aos streamers. Regozijava enquanto via a azia que o jogo Fall Guys que está actualmente na moda lhe provocavam. Nestes dias deitava-me por volta das 2 as da manhã.

Dia 1

Decidi ir até à capital do distrito pela primeira vez de Scooter. Fui calmamente por trajectos alternativos, dei uma volta na cidade(incrível como é muito mais fácil andar do que de carro, o arranque é mais rápido, consegue-se ter uma melhor perceção do trânsito). Esqueci o covid e decidi ir procurar uma mulher  para me satisfazer. Encontrei mais uma brasileira, com aspeto de pouco mais de 20 anos. Disse-me o preçário, 20 €, 50€ nas calmas, claro que escolhi o mais barato. Passado dois minutos de começarmos a ação vi que ela já queria que acabasse, começou a ser mal educada. Queixava-se de todas as posições, ora por a sufocava, ora porque mexia demasiado. Normal, tenho pouca experiência, ela deve ter dado conta. Tentei ejacular o mais rápido possível, para sair de lá. Saí de lá enfurecido, não disse nada, apetecia-me mandá-la para o crlh, dizer-lhe que com aquela atitude nunca mais arranjava clientes. Arrependi-me, tenho mais prazer sozinho do que acompanhado. A seguir fui até ao centro comercial, ir ao cinema, programa que ainda não tinha feito este ano. O centro comercial estava cheio, não me pareceu que houvesse menos gente que o normal. Fui dar uma volta pelas lojas, comprei uns calções de banho diferente do que uso com vários desenhos, comi um gelado de marshmallow, queria comer um hamburguer ou uma pizza mas estava cheio das pipocas que comi no cinema. Voltei para casa com medo do frio.

Dia 2  

Decidi dar um passeio de carro. Depois de muitas dúvidas lá escolhi um destino novo para mim, uma serra, um museu para visitar. Uma das raras vezes que coloquei o suporte para telemóvel afixado no vidro. Verifiquei que o smartphone estava bem preso (faço tão atabalhoado que cai sempre, mas desta vez perdi tempo para que tal não sucedesse e com sucesso). Deu-me 3 alternativas de percurso, selecionei o que o GPS sugeriu, na volta escolhi outro, evitei o que tinha portagens. O caminho tinha rampas de inclinação de % elevada, a estrada era estreita, sítios onde não dava para passar dois carros, curvas fechadas, tive que ir devagar. Cheguei ao local procurei sitio para estacionar, a vontade de urinar era imensa, fui rapidamente a um café para me aliviar . Fui dar um passeio pela vila, rapidamente me perdi por aquelas caminhos com vários cruzamentos, depois fui à procura do museu, lá andei com o telemóvel na mão, com a aplicação do maps google activa para encontrar o local, mesmo assim ainda me consegui enganar no caminho, rotflol, só mesmo eu. Pergunto-me o que seria de mim sem esta ferramenta tão útil. E se deixasse de funcionar? Não encontraria o caminho pela minha fraca cabeça. No museu estive lá mais de uma hora, senti-me um burro a olhar para um palácio, tentei ver a beleza daquelas obras, quadros, bustos, tapetes, vestes, etc, mas não percebo realmente nada do assunto para sequer dizer qual o que gostei mais e o por quê. Fui lanchar e de seguida regressei a casa, pensando se valeria a pena fazer mais destas viagens sozinho. Gostava de passar para o próximo nível brevemente, ou seja  uma estadia longe de casa.

Dia 3

Pediram-me ajuda no trabalho, tinha que me deslocar ao escritório, ao então tentava executar a tarefa remotamente. Mas optei por lá ir e depois visitar o meu pai, sentia-me mal se não o fizesse apesar de não me apetecer. Fui lá à hora de almoço, para não encontrar ninguém, concluí rapidamente o serviço e fugi. Estou a tentar interessar-me mais pelos assuntos do meu pai, pelos terrenos que um dia provavelmente me vai deixar. Não quero ser enganado no futuro ou vendê-los por uma bagatela, sem conhecer os limites. Pedi-lhe uma visita a um que ainda fica distante da casa, levámos as scooter's, o caminho era complicado, muito inclinado. Deve ter ficado admirado da proposta que lhe fiz. Levou-me a um terreno que desconhecia com 3 hectares, acessos melhorados pelos fanáticos das corridas. Pergunto-me como é que alguém consegue correr naquelas trilhas tão inclinadas? Fiquei logo cansado a caminhar! O meu pai tentou me explicar os marcos, até onde ia o terreno, mas sinceramente não percebi nada, fiquei na mesma, parece-me tudo igual. Tinha lá uma casa onde albergava lenha e tentou compor as telhas, alguma animal andava lá visto haver fezes com alguma dimensão, espantado por ter lá aquela construção e nunca soube de nada. Lenha essa que vai lá morrer uma vez que ninguém a vai buscar naquele fim do mundo, era preciso muito trabalho, não vale o valor. Durante esse período ligaram-me do escritório a dizer que necessitavam de mim urgente. Estava no meio do mato a uma meia hora a pé de qualquer estrada, fiquei lixado de me estragarem a visita. O meu pai riu-se de tantas vezes que fui perturbado e fez o seguinte comentário "e se tivesses na praia com a namorada?". Não lhe conto das minhas pequenas viagens, tenho medo que pense que ando a gastar dinheiro à toa. Ele é muito poupado, está sempre a pensar no futuro, receio de doença, que vá para o lar idosos. Queria ter capacidade de o ajudar nas produções agrícolas. Se me dedicasse podia ter vinhas, olivais, batatas, etc. Trabalhar isolado no campo, sozinho no mundo, talvez melhorasse os meus níveis de ansiedade, às vezes penso que devia seguir por aí. Chegado ao trabalho estive lá ainda umas horas, pelos menos organizar a documentação empilhada.

Dia 4

Dia de ir às compras. Calmamente fiz uma lista com a minha avó de todos os artigos que necessitava. À muito tempo que não ia a um super sem stress da hora. A seguir fui ao apartamento abrir todas as janelas para arejar. Estive lá horas a pensar mais uma vez como posso melhorar o espaço para me sentir confortável para lá ir morar. Penso, vejo e cada vez fico mais baralhado sem saber qual a opção certa a tomar. Tenho medo que erre na mobília, no espaço a utilizar. Já está na hora de tomar uma atitude, senão fica como está. Porque é tão difícil? Pk não consigo avançar com nada? Pedir orçamentos, ver soluções..,

Dia 5 

O verdadeiro dia de férias para mim, fiquei todo o dia em casa. Apanhar sol, escrever resumos de filmes que tinha visto, ler um livro, entreter-me no smartphone com aplicações como o Clash Royal e o Tik Tok. Deitei-me cedo porque combinei com o homem da lenha, no entanto ele não apareceu. Liguei-lhe, disse que como era feriado não podia ir, fiquei fulo com ele por não me ter avisado e fulo comigo mesmo por não me lembrar do feriado.

Os meus primos continuam a ter a chave de casa, entram por ali a dentro como se fosse deles, não tenho privacidade nenhuma, quase que me apanharam a masturbar... 

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Quando Cresço? Inicio das Férias; Visitas Vizinhos

Quando é que cresço? Está difícil deixar o meu mundo de fantasia, só aí é que estou feliz. Ouvir musica, ver vídeos,  imaginar uma história onde sou o personagem principal, não estar lá significa estar amargurado. Ver filmes, séries ou livros e em vez de estar atento à história, imagino o meu próprio enredo.
Resolvi tirar uma semana de férias, começa hoje. Ao contrário das pessoas normais estou ansioso, triste, angustiado e cansado. Mais uma vez não tenho nada planeado, não sei o que fazer, podia orientar coisas importantes no apartamento, mas uma força estranha que não sei explicar impede-me. Quem é que tenho de pedir autorização para ganhar a minha liberdade? Estou sem imaginação, apetecia-me ficar a semana toda em casa, mas não o posso fazer pela minha sanidade mental. Já estou farto de andar sozinho de scooter pelas matas, ir por caminhos desconhecidos que rapidamente desaparecem na minha memória. Ir até à capital do distrito de Scooter, dar um passeio de carro para um sitio onde nunca fui... não faço a mínima, ainda por cima com o covid. Era o ano ideal para ir ao Algarve, uma vez que a confusão seria menor, também não poderia ir por causa da minha avó. Gostava de ter convívio com mulheres, mas o corona vírus deixa-me reticente. 
Queria tirar uma semana sem stress, sem pensar no trabalho, mas é impossível, ficaram muitos assuntos pendentes por resolver. Vão me chatear tantas vezes, de certeza que vou ter que ir lá um dia como acontece sempre. Principalmente pelo mesmo colega de sempre, apetecia avisá-lo para não me ligar por situações menos urgentes, mas tenho medo de sofrer represálias. Estou a pensar se tento trabalhar remotamente para evitar a deslocação ou orientar através da minhas péssimas explicações, não tenho paciência. Invejo os meus primos que tiram várias semanas seguidas sem serem chateados. Quando regressar ao trabalho vou encontrar a minha secretária atolada de papeis, ninguém faz nada por mim,  demorarei meses a conseguir pôr tudo em ordem. Ás vezes penso se vale mesmo a pena tirar férias. É a cruz de ter esta personalidade. Ainda por cima fiquei mais angustiado por saber que um colega que não me dou bem vai tirar férias na mesma altura que eu, eram duas semanas sem o aturar.
Hoje os vizinhos receberam visitas, tantos carros na rua, ainda por cima à frente da minha garagem, deixa-me numa ansiedade incompreensível. Imagino tantos cenários, que seja um hábito, que passem cá férias e me perturbem, fico com raiva de choro. Tudo se resolvia facilmente se conseguisse avisá-los, mas tenho medo de gerar conflitos que não sou capaz de enfrentar, esta paranoia está me a deixar de rastos. Apetece-me ir para a cama descansar o meu cérebro, mas não consigo. Dá-me vontade de urinar constantemente, agora é cada vez mais frequente acordar a meio da noite com o pénis erecto e quando vou fazer xixi é um pesadelo, sujo a casa-de-banho toda por ter dificuldade em acertar na sanita.
O meu pai plantou tomates e vai-me levá-los várias vezes por semana. Fica orgulhoso, quando lhe digo que a minha prima gostou das batatas dele, ou que um colega levou os seus tomates, vejo parecenças na maneira de eu ser. Estou preocupado com a saúde dele, está a ficar com uma barriga enorme, ele não se importa é sinal que enche a pança, temo que um dia mais tarde tenha problemas.
As minhas corridas tem sido cada vez mais raras. Uma dor na parte da frente das pernas deixa-me limitado. Um assunto que devia ir ao médico tratar, mais um que vou deixar andar, agora nem consultas existem no meu médico de família por causa desta pandemia. Pensei que obtivesse resultados com o avançar das corridas, mas não, continuo lento como um caracol, sem energia, esgotado, problemas em respirar, dor de garganta, pequenas lesões, dores, afinal quais os benefícios?
Termino com uma frase que li num livro que me revejo «As pessoas querem mudar tudo, e ao mesmo tempo desejam que tudo continue igual»