segunda-feira, 10 de maio de 2021

Amizade Chegada; Gatinhos; Karaoke; Osteopata; Mau Aquecimento

Estou de rastos, preso na solidão, num abismo onde não consigo sair... tanta coisa que queria escrever e quando chego aqui bloqueio, não me lembrando da maioria... raios parta para o meu cérebro desmemoriado. 

Gosto bastante de uma colega e ando a picá-la com algumas mensagens mais atrevidas, como elogiá-la a dizer que ela é a mulher mais gira do local e arredores, ou a chamando de princesa ou deusa. Ela trabalha noutros escritórios, é raro a ver pessoalmente. Ela responde normal, não acho que leve a mal, mas não liga aos elogios, como gostava que ela retribuísse. Quero construir uma amizade chegada, não mais que isso pois ela é casada. Se quisesse ser minha amante, não dizia que não, lol. Perdi a oportunidade quando esteve separada, contei este episódio no blog em setembro de 2018. Resolvi ir lá pessoalmente vê-la, tomei café com ela e nos poucos minutos de conversa voltei à minha realidade, verificando como sou tão diferente de todos os outros, falou em bailes, bebedeiras... nunca tive isso na minha vida, não tenho histórias para partilhar. Quero a ver, mas se estiver com ela ainda fico mais triste, situação complicada. A minha inabilidade de comunicar nunca me vai permitir que avance nos relacionamentos. Às vezes penso em dizer toda a verdade, como a minha fobia em conviver, fechado sempre em casa, sem ir a festas, bailes ou outros eventos sociais, a minha depressão, desabafar para alguém de carne e osso, mas não tenho coragem.  Estou obcecado, dos piores sentimentos que já tive, penso nela demasiadas vezes, até fico com ciúmes nas conversas que tem com os meus colegas ao telefone. Para mim ela é especial, para ela devo ser mais um de dezenas de relacionamentos que ela tem. 

No trabalho não me consigo concentrar nas tarefas, ao mesmo tempo que as realizo estou sempre a pensar nos meus problemas, é uma amargura sempre presente. Deveria ser um escape concentrar-me no trabalho e esquecer a merda que sou, mas não, faço tudo em esforço, às vezes até me custa arrumar documentos nos dossiers.

Outra situação que me faz sentir angustiado e que devia sentir exatamente o oposto. Tenho agora dois gatinhos pequenos, pego neles, faço-lhes festas, brinco, etc. Um deles parece que vai se tornar selvagem, pois está sempre a bufar, mas o outro vem sempre ter comigo, acho que gosta de mim. O meu tio vem daqui a uns 3 meses, ele não gosta de gatos. Tenho medo que chegue aqui e os abandone. Esse pensamento está sempre presente, não consigo desfrutar dos gatinhos. Como é que os vou proteger? Tenho tanto medo de o contrariar! Como é difícil tomar decisões! 

Tenho tido muitos incómodos de saúde. A garganta doi-me à mais de 1 mês. Quando parece que estou a melhorar volto a piorar, já fiquei fodido do estomago de tomar tantos brufens. Antes disse comecei a cantar Karaoke, pensei que fosse um exercício que me pudesse ajudar a soltar a voz, a melhorar a respiração e a progredir na fala. Será que esforcei demasiado para as minhas cordas vocais que não estão habituadas?

Ao tentar aumentar a minha resistência na corrida, procurei um vídeo que me ajudasse a proceder ao aquecimento de forma correta. Mas fiz asneira, pois desde esse dia que tenho uma dor no omoplata e no pescoço que não me largam. Resolvi ligar a uma osteopata para marcar uma consulta. Ela fez-me vários exercícios, mas de pouco aliviou. Disse-me que tinha os músculos muito encurtados e para fazer alguns exercícios de alongamento. Fi-los durante duas semanas, mas a velha dor que tinha na anca reapareceu e as dores no omoplata/pescoço continuaram. Tenho medo que fique pior com os alongamentos, por isso deixei de os fazer. Esta do omoplata é grave pois condiciona-me imenso a pegar em pesos. Tenho medo que nunca mais me passe. O médico receitou-me um exame e umas análises para fazer, simplesmente ainda não os fiz, não sei o que estou à espera, é daquelas coisas que não percebo as minhas atitudes.

Quando fico melhor e deixo a depressão de lado é quando estou ocupado com o meu lazer solitário, atualmente jogar Horizon Zero Down, imaginar o Resident Evil 7 como um filme, ao som de músicas da minha playlist, uma ansiedade boa que em breve poder jogar o RE8, ver um filme de acção, ver um jogo do Manchester United do meu jogador preferido do momento, Bruno Fernandes, ler um livro do Paulo Coelho... tudo coisas normais, mas para uma pessoa como eu é péssimo. porque dificulta a minha integração com o mundo real. 

Por mais que pense que a minha vida é boa e que não tenho que me queixar, não consigo afastar este peso. Por exemplo como se sentirão aqueles migrantes que não têm nada e vêm de barco à procura de uma oportunidade sem saber o que esperam?