sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Desabafo contra colega mais uma vez

Mas o meu pensamento é processado através de carvão?  Porque não falo logo na hora quando sou insultado? Incrivelmente, na altura levei aquilo na boa, depois o tempo passa e a raiva começa a crescer...  agora aqui em casa estou em fúria por não ter respondido, obsessivo sem tirar aquela gaja da cabeça!  Penso centenas de vezes nas coisas que devia ter dito... Fala, fala, fala, critica, critica, critica e não faz merda nenhuma! Sempre a falar de assuntos particulares e com um nível de detalhe completamente desnecessário. Agora comecei a gravar uns áudios, tenho que me preparar para mostrar na hora certa(eu sei que nunca vai acontecer). Já a apanhei a falar mal de um colega... ai que vontade de lhe mostrar.  Nunca a irei confrontar, tenho medo dela, que me prejudique no futuro, sei que nunca ganharei nenhum conflito com ninguém. Sei que não sei argumentar como ela.. mas não aguento mais.  Só ela é que é competente ? Já disse aos patrões da falta de concentração, tudo ficou na mesma! Sou tão invisível, ela nem imagina o ódio que sinto por ela nestes dias.

Não consigo desanuviar a cabeça e pensar noutra coisa, pqp, a minha auto-confiança está em baixo, mais vale morrer de uma vez!!! Que ando aqui a fazer? Sou mesmo cobarde, manso, sou o tipo mais patético deste mundo, tenho imensos defeitos e nenhuma virtude.

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Incompetência

Nos últimos dias têm se revelado muitos erros graves da minha parte, que custam demasiado dinheiro e atrasos à empresa. Parece que foi tudo ao mesmo tempo, mostrando a minha incompetência. Tento dizer a mim mesmo que a falta de concentração devido ao demasiado barulho é o principal responsável, mas tenho a sensação que é por que sou mesmo limitado. Não me sei impor, custa-me memorizar processos novos, os meus colegas fazem o que querem comigo, só não quero me dar mal com ninguém. Uma pessoa na minha posição devia ter outra personalidade, uma que não tivesse medo de falar, sinto que não estou à altura do que é preciso para o lugar. O meu patrão deu-me na cabeça com razão, estou resignado, só não me manda embora porque diz que tem total confiança em mim para controlar o caixa. Falou com a minha colega por causa disso, só espero que ela não fique chateada comigo, até se estava a portar melhor ultimamente e quando ela é simpática esqueço todas as depressões que me faz passar, shame on me. A minha outra colega parece que regozija por dentro, fala bem para mim, mas está ansiosa por falar mal por trás. Imagino as conversas em relação a mim quando não estou presente. Penso que ela no fundo quer me tirar o trabalho! Devia trabalhar para ser mais forte, não me enfraquecer. Não deveria deixar que outras pessoas controlassem tanto os meus sentimentos, já sabia que quando entrasse mais pessoal iria piorar, saudades de quando estava praticamente sozinho no escritório. Sou um cancro para a empresa, estou tão angustiado!

Frio a começar e eu sem aquecimento em casa... não faço nada para ficar mais confortável...vai ser um inverno longo. A minha péssima opção do sofá, faz com que as minhas costas me doam, não liguei à confortabilidade, se calhar o critério mais importante. Mês da black friday só procuro promoções para comprar uma nova tv, um novo pc, nenhum artigo que me faça virar para outro hobbie. Queria ir ver como era um ambiente numa discoteca, tive várias oportunidades para lá ir quando era novo, mas o medo de me obrigarem a beber álcool... atualmente nem sei como funciona, se tenho que pagar bilhete, se só pago as bebidas que consumir, a minha vontade é nula, ia lá e nem sequer iria descontrair, lol sou mesmo patético. Estou com saudades de estar com uma mulher, da última vez não tive qualquer prazer. Faz-me pensar se vale a pena pagar para ter sexo sem qualquer tipo de desejo. Procuro anúncios eróticos, vejo que a maioria são mentirosos, fotos falsas, descrições que não têm nada a ver com a realidade, tento procurar feedback na internet mas sem sucesso. Se for a um encontro e me aparecer um "monstro"? Como reajo? Não sei desiludir as pessoas!

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Dor Cabeça; Férias Colega, Varanda, Programas Diferentes

Esta dor de cabeça não me larga, afetando-me na área profissional e no lazer, os medicamentos não fazem efeito. De vez em quando tenho isto, o meu coração começa a palpitar, dando origem a esta dor, quando apanho sol ou faço movimentos mais bruscos este mau estar aumenta. Os meus intestinos estão completamente desregulados, vou várias vezes por dia defecar, tenho que melhorar a minha alimentação, não sei é como. Já não basta tudo o que sofro ainda tenho que aturar isto, não está fácil. Sexta-feira à noite, dois dias de descanso e não relaxo, não me apetece fazer nada, só queria que passasse para poder aproveitar estes dias.

Não me consigo de todo concentrar-me no trabalho, aquelas duas sempre a falarem, uma delas sempre a criticar e não fazer nada. Apetece-me ter uma discussão com ela, mas saio sempre a perder pois o meu humor está sempre em baixo enquanto não faço as "pazes". Cometi um grave erro e agora não sei como vou explicar aos patrões. Não sei como falhei tanto na contagem do dinheiro, deve ter sido erro nos registos, mas podem pensar que desviei dinheiro :(. Não me consigo focar quando ao redor está muito barulho, acabando por cometer várias asneiras. Hoje ouvi falarem da possibilidade de colocarem camaras de videovigilância, receio perder a minha "intimidade". Fora de hora do expediente às vezes coloco música em som alto, coisa que não posso fazer no apartamento, perderei a minha liberdade. Ela vai de férias duas semanas, esperei ansiosamente este momento, estar sem a companhia dela vai me fazer bem...espero. Quanto à outro colega acho que até me dou bem com ela, às vezes falo assuntos pessoais que jamais contaria a outra pessoa.

Agora o meu espaço exterior, resume-me a uma varanda, uns 3m, por 1,50m. Lá tenho a espreguiçadeira, onde passo demasiadas horas. Leio, escrevo, passo o tempo no smartphone! O que pensarão os vizinhos de estar lá tanto tempo sem fazer nenhum? Será que sou alvo de críticas?  Uma pessoa sozinha em vez de estar a conviver com outros está ali sozinho! O sol bate lá até o início da tarde, as árvores ajudam-me a ocultar a minha presença dos mirones da estrada que lá passa. Em breve vão cortá-las deixando-me desprotegido aos olhares alheios. Também ainda não tenho a experiência de passar o Inverno no apartamento, provavelmente vou passar menos tempo. Sei como resolver esse problema, bastava colocar uma rede densa, mas nem a saberia instalá-la, não tenho confiança para outro fail. Como iria segurá-la? 

Procuro fazer programas diferentes ou coisas que já não fazia a algum tempo. Por exemplo, fui ver um jogo de futebol do clube da minha localidade, mergulhei no rio, visitei uma feira à noite para ver um espetáculo de fogo. Consegui combater o meu medo de sair, no entanto quando estava rodeado de gente, olhava de um lado para o outro à procura de gente conhecida, para tentar fugir. Vi uma ex-colega, que saiu recentemente, a que me dava bem e ainda sonhei ter uma história de amor com ela, lol, mas não tive coragem de lá ir ter com ela, toda vestida a rigor, com um grupo de amigos, eu normal, incapaz de beber álcool e conviver. Mais um dia que acabou em depressão. Posteriormente mandei-lhe uma mensagem, não respondeu, nem depois ao meu mail. Ela vai se esquecer de mim, disse-lhe isso ela disse que não, é mais uma pessoa que interagi e que não ficar na minha vida, gostava tanto que ficasse minha amiga...Por mais que tente continuo a achar a minha vida aborrecida.

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Viagem ao Algarve - "Objetivo" Alcançado; Sensações e Sentimentos

5 dias, 4 noites no Algarve. Preparei tudo com antecedência, verifiquei o óleo do carro, a pressão dos pneus, enchi o deposito, fiz as malas, etc. Comprei uma mala tipo mochila que encontrei à venda nos chineses, muito barata. Resolvi fazer a viagem de noite, 1º porque não queria apanhar muito transito e 2º queria chegar lá por volta das 8:00 da manhã de segunda-feira para aproveitar esse dia e sair na sexta-feira ao fim do jantar. Assim eram 5 dias completos para conhecer o mais possível. A viagem foi tranquila, apenas parei em duas estações de serviço para urinar. O único senão é não ter visto as paisagens, tinha curiosidade para ver o Alentejo. Fiquei admirado por no final não estar cansado de tanto conduzir. Estacionei o carro perto do edifício do dormitório, ainda faltava muito para fazer check in. Visitei a zona a pé, bem calma, enervei-me por não ter encontrado logo um café pois estava cheio de fome. Caminhei para as zonas da praia, com vistas deslumbrantes de escarpas, procurava sempre tirar as melhores fotografias. Ouvi tanto idioma diferente... espanhol, francês, italiano, alemão, inglês, japonês, naquela praia acho que nem um português havia! Deitei-me e deliciei-me ao ver as vistas, moças jovens demasiado boas, algumas em topless, os meus olhos ficaram deslumbrados. Mas o Algarve que me pintaram, nesta semana estava bem diferente, temperaturas baixas(cerca de 10 graus inferiores onde vivo) e a água tão gelada, como aqui no centro. Vi as previsões do tempo e verifiquei que não ia estar muito calor esta semana, no inicio desiludido, mas depois de pensar melhor vi que talvez não fosse tão mau, uma vez que podia passear mais sem me cansar tanto e não teria tantas queimaduras solares. O acesso à primeira praia que visitei era realizado através de mais de 200 degraus. Não havia lá nada, demasiadas algas, para fazer xixi tinha que ir ao oceano, almocei muito mal, o único restaurante da zona estava fechado, tive que comer umas sandes. Os preços no global eram caros, águas, gelados muito acima do preço. Comi em restaurantes procurando o prato mais barato. Podia ter ido a um supermercado, comprar algumas coisas para fazer na casa, onde a cozinha estava bastante equipada com tudo o que era necessário. Mas não me atrevi a lá mexer, estava com medo de não saber usá-los e passar vergonha à frente dos meus colegas. No final do dia fui para o alojamento, encontrei dois casais com alguma idade iam também fazer check in. Conheci mais dois jovens oriundos da Arménia, não gostei muito da conversa da governante, a dizer para não usar muito tempo o chuveiro ou ter cuidado para não levar as areias para dentro. Depois do banho tomado, sem nada no estomago, fiquei completamente desorientado, sem saber onde eram os restaurantes e não estava a conseguir orientar-me pelo google maps. Finalmente encontrei um restaurante e encantou-me uma rapariga que lá trabalhava, tanto que repeti lá a ida e dei-lhe uma gorjeta, o que não é habitual em mim. Achei-a tão engraçada com um sorriso bonito, gostava de ver mais caras como aquela no meu dia a dia. Quando saí entrei em paranoia pois não encontrava o alojamento, o maps indicava-me o caminho a pé e eu queria o de carro. Andei lá às voltas até encontrar o meu destino, mais tarde descobri que o restaurante fica mesmo na avenida a seguir ao alojamento, fiquei parvo com a minha burrice. A minha ideia era estacionar o carro e andar sempre a pé, não o usando toda a semana, no entanto mudei de opinião e comecei a sair de carro para conhecer mais coisas. Saía entre as 8 e as 9 da manhã e chegava às 9 a 10 da noite. A primeira noite foi horrível, os velhos resolveram ligar uma ventoinha e o barulho provocado foi um tormento, falta de respeito pelos outros apesar de terem reclamado, eu claro calado. No dia a seguir foram-me embora, a partir daí só gente jovem, a maioria mulheres a viajarem sozinhas, acho que era o mais cota de todos, um verdadeiro paraíso para quem soubesse falar bem o inglês e fosse menos envergonhado. A 2º noite dormi mal, finalmente a a 3º e a 4º noite consegui dormi um bocadito. Apesar de dormi pouco, senti-me com muito mais energia. Durante estes dias andei sempre de um lado para o outro, conheci várias praias, muitas delas famosas, fiz coisas que nunca fiz na vida, como  uma viagem de barco a umas grutas paradisíacas, marina, quando o tempo estava mesmo frio fui ao zoo que adorei imenso, parecia que tinha entrado numa floresta noutro continente. Uma viagem bastante preenchida, planeada aos poucos, com o objetivo alcançado. Acho que conheci mais em 5 dias do que muitas pessoas em vários anos. Pensei que estando longe podia ter uma noitada... mas desisti.... Queria experimentar bebidas novas, como ginja ou caipirinha mas não fui capaz.

Vou então falar nas minhas interações no alojamento. Ninguém sabia falar português, e inglês compreendo muito mas falar sei pouco, não me vêm as palavras, por causa do meu bloqueio habitual. No primeiro dia falei apenas com um Armeno que me perguntou onde eu era e como me chamava, deve ser o rei da cocada preta, parece que é a pessoa que está lá a mais tempo. No segundo dia entrei mudo saí calado, já estava angustiado. Admirava uma jovem bonita armena, com uma linda voz, só no último dia fiquei sozinho com ela e perguntei-lhe o nome, de onde era, procurei mais coisas para falar, mas ela pediu desculpa que não estava com grande disposição, perguntei-lhe se estava a aborrecê-la e ela respondeu que sim. Na segunda feira À noite fez check in uma jovem de nacionalidade inglesa. Eu fiquei no beliche na parte de em cima, ela ficou do outro lado. Finalmente na quarta-feira de manhã ganhei coragem e de cuecas, perguntei-lhe o nome e de onde era, ela revelou-se bastante simpática. Quando cheguei à noite perguntou-me o que tinha feito, pensava num possível relacionamento. Disse-lhe se quisesse uma boleia... ela agradeceu, como se dissesse que não tinha um factor importante que não aproveitei que era o facto de ter carro. Porque preferi estar sozinho, em vez de ter perguntado a elas se queriam boleia? No último dia estavam duas sozinhas, devia ter perguntado, era a oportunidade ideal, desperdicei-a como sempre, raios para mim, a outra pessoa divertida, que se calhar devia ter apostado mais. Antes da viagem não me apetecia tocar, os meus níveis de testosterona começaram a aumentar... Esperava ver alguém a trocar-se, ver um fio dental, mas não, elas mudavam-se na casa de banho e andavam pela casa em calções. Tomava banho, depois usava uma toalha e ia para o quarto, vestia uns calções, ficando momentaneamente nu(por respeito claro que fazia essa troca rapidamente e sempre virado para a parede). Esperava que alguma mulher me observasse, deu-me tusa imaginar essa situação, será que alguém viu? Quando um dia a inglesa chegou tarde, e despiu-se para vestir o pijama, vi um deslumbre do rabo dela, fio dental, estava escuro, não deu para ver bem, mas mais uma vez subiu a testosterona. Quando troquei de roupa no beliche esperava que ela olhasse... Na casa usava apenas uns calções, em tronco nu mostrando o meu peito previamente depilado. No meio da semana chegou um tipo do Azerbaijão e ainda me diverti com ele a jogar bilhar, lembrando-me os tempos da escola, quando íamos para os salões de jogos.. Nessa noite sentei-me com um grupo de 6 mulheres, Uma delas era linda, alta, deve ser modelo, não consegui trocar nenhuma palavra com ela. Entusiasmado, observei-as a jogar as cartas, rirem-se às gargalhadas, beberem cerveja, como se fizesse parte do grupo. Na noite a seguir procurei o mesmo, mas estava sozinho, fui para cama cedo demais, elas chegaram mais tarde e ouvi-as a divertirem-se e eu na cama a lamentar-me pelo facto de ter ido demasiado cedo para o cama. Gostei de estar integrado num grupo de jovens, adorei oo conceito destas casas, pessoal sempre a entrar e sair, caras novas todos os dias. Um dia gostava de ir para o estrangeiro fazer o mesmo. Posso dizer que dormi em cima de uma japonesa, atrás de uma italiana e ao lado de uma inglesa :). Quando cheguei a casa masturbei-me como nunca...

Mesmo naquele paraíso, não fui capaz de me desligar, muitas vezes com sentimentos depressivos e ansiosos. Lembrava-me muitas vezes no regresso ao trabalho, brevemente voltar ao meu patético dia a dia, levar com as mesmas pessoas de sempre, ir para a minha rotina monótona, os mesmos medos. Não consigo aproveitar o momento, sempre algo na mente que me afecta. Porque esperei 39 anos para finalmente fazer uma viagem fora de casa?  Espero da próxima vez ir para fora do continente ou fazer uma viagem à europa...

Acho que descobri que é as interações positivas que me fazem sair deste buraco, e que não sou competente para o trabalho que exerço, talvez devesse procurar outro... mas o quê? Quem me dera ter conseguido partilhar a história desta viagem com alguém :(

NÃO POSSO CONTINUAR A NÃO VIVER, ESTAR NESTE ESTADO!!!

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

10 anos de Depressão

Foi em agosto de 2012 que a minha depressão começou, dia 10 para ser mais exato. Sei disso, porque na altura fiz um backup das mensagens  que troquei com a minha ex (sim, ela acabou por sms) e continuo a guardar o ficheiro na pasta dela, juntamente com vários documentos e imagens... não sei porque ainda não apaguei estas memórias. Quero provas que um dia tive uma relação com alguém? Se não me tivesse envolvido com ela, como estaria? Pergunto-me como seria a minha reação se a visse pessoalmente no dia de hoje. Ainda me iria afetar muito? Espero que não a encontre mais... felizmente já me passou a vontade de ver o Facebook dela, pergunto-me se já se casou, se ainda se lembra que eu existo... Ela não é culpada, foi a pólvora que fez acender o rastilho, pois tudo de mal já cá estava só precisava de alguém que me avisasse.

Foi o principio do meu pesadelo mental! Depressão, angustia, ansiedade, obsessão, raiva, preocupação continua e muitos outros sentimentos negativos fazem parte do meu dia a dia. Uma nuvem negra assolou-me e nunca mais saiu, fiz uma autoavaliação e vi o ser humano patético que sou. Durante estes anos todos, não consegui evoluir por causa desta timidez. Não consigo mudar, vou continuar assim para sempre! Como aprender  a interagir com os outros? Como saber divertir-me? Gozar a vida? Libertar-me desta prisão mental? Encontro-me desesperado, incapaz de viver a vida nos meus próprios termos!

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Revoltado com Colega; Cargo Chefia; Ida Algarve?

Estou totalmente revoltado, um dos piores sentimentos que posso ter, nem vou conseguir dormir se não me acalmar, por isso desabafo aqui na esperança que esta partilha me traga paz de espirito. A minha colega fez um espalhafato por causa de um assunto banal e eu com 4 ou 5 assuntos importantes para resolver que podem mudar drasticamente a minha vida. Bloqueei mais uma vez e não soube responder com inteligência, indiretamente chamou-me de incompetente, várias bocas foram-me deixando em fúria. Por dentro fiquei uma lástima, quase que respondi a dizer umas verdades que tenho guardadas. Ela é a que mais critica e a que faz menos! Por que não disse que tinha trabalho importante e dizia-lhe que precisava de concentração? Fiquei enervado contive-me para não gritar com ela, depois falei com a minha colega que colocou-se ao lado dela, deixando-me ainda mais enervado. Já me conheço e esta vontade agora de ralhar, amanhã virá depressão e para a minha mente ter descanso teria que estar de "bem" com ela, não consigo ficar zangado com ninguém, vou sempre perder em caso de discussão. Ela deve pensar que eu tenho um sentimento normal por ela, nem sabe o quanto a odeio nestes dias. É um ódio temporário, que virá culpa amanhã, constatando de facto que ela tem razão. Não posso continuar a ir para casa deprimido. Queria tanto consegui-la ignorá-la, penso levar uns phones para não a ouvir, lol. Não consigo desligar-me, estou sempre a pensar nela. Isto devia ser o rastilho para eu mudar e tentar ser mais duro e aprender situações práticas da vida ao invés de passar o tempo com passamentos inúteis que me tornam ainda mais burro. Estão tão mal que tenho o estomago embrulhado, não consigo urinar em condições. Mais uma vez penso, o que ando a fazer da vida se não consigo encarar de frente os meus problemas?

Assumi um cargo de chefia, mas só no papel... não consegui dizer que não, apesar de querer recusar. Sou bastante pessimista, tenho noção que a minha vida pode ficar arruinada, as dividas podem reverter para mim. Imagino no futuro ter as contas penhoradas, não poder pagar...se um dia isso acontecer, não quero estar cá para ver esse momento.

Algarve, o destino de férias de quase todos os portugueses e muitos estrangeiros. Pela primeira vez na vida quero passar férias fora da zona onde vivo. Já paguei o alojamento, um dormitório misto com 8 camas. Como será a minha interação com os outros? Serão estrangeiros? Serão jovens? Quero fazer teatro, encarar um papel diferente da minha personalidade, esquecer a timidez, festejar com eles. Tenho tantas duvidas! Primeiro, nem sequer tenho uma mala ou mochila de viagem, tenho que comprar nem sei que opção tomar. Será que o meu velho carro consegue aguentar uma viagem de cerca 600 kms? Conseguirei conduzir tanto tempo? A minha viagem mais longa deve ter sido de 1h30!  Vou em transportes públicos? Agora nem o comboio passa na minha vila! E se fico doente da véspera? Não posso adiar mais, qualquer dia tenho 40 anos e ainda não fiz viagem para fora.

terça-feira, 19 de julho de 2022

Interações Sociais; Brinquedos Sexuais

Quantas mais interacções sociais tenho pior fico, só desejo estar isolado no meu canto, mas depois fico angustiado pois sei que devia estar acompanhado. Como vivo assim? Hoje uma boca do meu colega deixou-me de rastos, é verdade no que diz mas ouvir doi. Para ser sincero, nem ouvi bem o que ele disse, qualquer coisa deste género que vou ser um enconado para o resto da vida, isto porque devia ser mais duro com um técnico de um programa que adquirimos recentemente e que tem gerado vários problemas. Ele tem razão, porque não consigo ser bruto com os outros? Tenho medo que me tratem mal? Em primeiro lugar devia ser duro com o meu colega, muitos assuntos que ficam por resolver por ele deixar andar, que me dera ter coragem para lhe dizer. Maldita a hora que coloquei aquela chamada em alta voz, quero culpar os outros, mas no fundo a culpa é minha, os meus erros são demasiados. Começo a ter medo de ficar sem trabalho, todos começam a ter as suas funções definidas, como vou justificar a minha presença? Estou sempre a trabalhar, mas às vezes chega o final do dia e não consigo perceber em concreto o que fiz. Tenho tanto medo de uma reunião, de não saber argumentar. Ainda por cima as condições financeiras da empresa estão a piorar, tenho medo que voltemos ao passado quando não recebia ordenado e até tinha que emprestar. Só me sujeito a estas condições devido à minha personalidade.

Ontem numa comemoração de aniversário repleto de gente, senti-me fora deste mundo. Quando temporariamente estava com alguém sozinho eles fugiam por que não tenho conversa. Vou falar sobre quê? Sinto-me tão básico!!! Só pensava na caminhada que ia fazer sozinho, nas calmas a tentar pormenorizar o que vejo em redor.  Não devia estar assim, para a personalidade que tenho devia ser feliz. Não consigo evoluir, queria fazer progressos mas falta-me imaginação e capacidade, demoro muito tempo a fazer algo. Por exemplo, calor infernal neste apartamento devido à onda de calor, por que não compro alguma sistema de refrigeração para estar mais confortável cá dentro? Tenho procurado sítios para me refrescar. Finalmente visitei a praia mais conhecida da zona! A minha panca para tirar fotografias em todos os lados deixa-me doente.

Depois de cerca de 1 mês em casa dos meus tios a minha avó voltou para o Lar. Sinto tanta tristeza por ela, não queria ir, mas eles estavam sempre a reclamar que não podiam sair de casa. Coitada, deve estar a sentir-se bastante sozinha, tenho tanta pena dela. Á um ano atrás estávamos tão bem os dois juntos, saudades desses tempos. Já o meu pai às vezes irrita-me, se tem batatas tenho que lá ir buscá-las imediatamente, agora são os tomates. Só penso no dia em que ele não puder tomar conta dos terrenos, como vai ser a limpeza dos mesmos? Trabalhar com um roçador? Até trabalhar com uma simples esfregona me faz dores de costas!

A ideia de comprar a bicicleta neste verão, já era. A ideia das plantas também deve morrer no vácuo. E as sapatilhas caras para running? Desisto tão finalmente... ah mas fiz duas compras inéditas, 2 brinquedos sexuais para me masturbar, um ovo, uma vagina artificial e lubrificantes. Cada vez mais a preparar-me para não ter mais relações com mulheres.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Almoço "Paixão"; Festas de S. João;

Depois de muita indecisão, lá tive coragem de convidar a minha colega que labora em outras instalações para almoçar. Estava com receio de não ter tema de conversa e que o almoço corresse muito mal. Pensei em vários assuntos para abordar, acho que não adianta nada, não estou preparado para um diálogo em que consiga articular mais de 3 palavras seguidas. Atrapalho-me todo a contar histórias e acabo por desistir, falar não é natural para mim como os outros. A maioria das vezes faço perguntas para que os outros possam desenvolver. Nesse dia apareceu-me um chato no escritório e falou demasiado tempo, o necessário para chegar atrasado ao almoço, fiquei lixado, espero que não tenha levado a mal. O almoço decorreu dentro da normalidade, nem bem, nem mal. Toquei-lhe nas mãos, ela ignorou esse gesto, também no pescoço, não reagiu. Pedi-lhe uma selfie, acedeu sem problema. Contei-lhe que os meus pais divorciaram-se quando era criança, os problemas da minha mãe por causa do consumismo exacerbado de roupas e cd's. Ela ficou surpreendida com esta revelação, diz que era uma pessoa normal e não revoltado como acontece nestas situações. Ri-me para dentro quando disse que era uma pessoa normal, ela não deve fazer a mínima ideia que não tenho vida social. Queria desenvolver, contar o que sofro, dizer que não tenho amigos, dos meu problemas em interagir com o outros, partilhar o meu desgosto por não saber viver. Ela deve ser o oposto, deve ter montes de amigos, é vocalista de uma banda, habituada a festas, bares, saídas noturnas, tudo que não vivi. No final do almoço nem me lembro como a abordei, ela disse que eu merecia muito melhor que ela, mas acredito que o pensamento dela deve ter sido exatamente o oposto, não estou ao nível dela. Quando um dia passou de manhã pelo escritório e vi capacidade de comunicação dela com as minhas colegas fiquei deprimido, queria entrar no diálogo mas não consegui. É sempre assim, por isso escolho a solidão. Fui eu que paguei, espero que ela me convide, lol, posso esperar sentado. Quero estar novamente com ela sozinho, talvez no próximo mês a convide para um lanche, sou mesmo masoquista. Um dia queria constituir família, mas vamos a factos: Como vou arranjar mulher? Não saio de casa, não procuro nas redes sociais. Mesmo que saísse, com a minha timidez nunca iria conhecer ninguém. Se conhecesse não tenho capacidade para aguentar a relação, vejo-me aflito para cuidar da casa, não conseguindo resolver os problemas.. A única maneira que tenho de me relacionar é no meu local de trabalho. Aconteceu com a minha ex, e está acontecer com esta. Já passaram 10 anos, nunca mais a vi, pergunto-me como ela estará. Será pensa em mim? A actual tem me vindo a encantar com as histórias de bondade que conta, ela no inicio assustava-me com a sua aparência cheia de tatuagens, piercings e a própria maneira de vestir. Com o passar do tempo vi que era uma pessoa 5 estrelas. Recentemente soube que uma colega minha de infância da minha idade continua solteira como eu. Ela chegou a gostar de mim quando era criança e era boa onda. Podia tentar conhecê-la para ver como ela estava, mas como?

Festas de São João... este dias todos os anos são sempre de sofrimento, a maioria das pessoas na rua em folia e eu em casa sem conseguir sair. Este ano esperava-o passar na mesma forma, no entanto na última hora decidi ir...não na minha terra que acho muito perigoso, mas sim onde eu trabalho. Cheguei cedo, cheio de fome comprei umas pipocas e fui dar uma volta a pé, depois fiquei especado à espera das marchas. Enquanto não chegavam, um grupo cantava musicas populares portuguesas, fiquei de olhos fixados na actuação (como gostava de ir a festivais de verão ver bandas internacionais). De vez em quando olhava em redor para ver se estava alguém conhecido. Não tinha a mínima disposição de conversar com ninguém, ainda estava mais retraído que o habitual. Ali é um espaço que devia ser para conviver, não de ficar no meu mundo. Assistia e sonhava ser outra pessoa. O meu colega lá andava a marchar, invejo a maneira como vive. Fui para casa por volta da 0:30, dormi como som de fundo da música lá de fora a pensar se vale a pena continuar...

Uma semana de calor intenso e aproveitei logo para ir conhecer uma praia fluvial relativamente perto, a meia hora de distância. Gosto destes pequenos passeios, mas quero passar para o próximo nível, ir uns dias para fora de casa, ficar alojado num hotel, não sei se um fim-de-semana ou uma semana. Começar a ter essas experiências fora de casa, para um dia fazer uma viagem internacional. Pequenos problemas em casa me apoquentam como por exemplo a única tomada da minha casa-de-banho não funciona, não consigo temperar a água no banho, quando a ligo fica a ferver quando reduzo fica gelada. Chove na minha garagem, quero comprar uma bicicleta elétrica, mas sem eletricidade não dá. Não sei a quem recorrer, tenho vergonha.

A minha avó saiu do lar e já está em casa dos meus tios, logo por azar os pés e as pernas incharam e agora não consegue mover-se em condições.

quinta-feira, 12 de maio de 2022

A minha colega "ataca" novamente; Lar doce Lar...Not

Hoje estou em modo depressivo, tudo por causa de algumas atitudes da minha colega, que para mim prova o quanto irrelevante e inútil eu sou nesta vida. Por exemplo chega ao escritório e diz bom dia olhando para a minha colega, ignorando-me, o mesmo quando são outras pessoas, só quando estou sozinho é que me cumprimenta. Ela não faz por maldade, e isso ainda me chateia mais! Uma tarefa em que foi chamar um colega, pois achou que eu não seria a capaz de executar, infelizmente com razão! Falaram as duas, eu queria participar mas não consegui, ela não leva nada a sério do que eu digo. Organizei um armário, ela disse "milagre", como se estivesse a falar do meu colega que é um desorganizado do caraças, mete tudo no mesmo saco, por causa da minha personalidade não consigo falar abertamente com ela. Não devia levar a peito, mas pk deixa-me assim tão angustiado? Com vontade de chorar continuamente? É constante esta situação com ela, estou farto de não conseguir controlar. Às vezes acho que a melhor maneira de lidar com ela é brincando, mas leva tudo a sério. Ela de vez em quando fala comigo de uma forma hostil, será que quero que ela sinta pena de mim? A implementação do novo software tem sido complicado, não estou a gostar da forma como os chefes estão a organizar a estrutura. Já tentei explicar que não faz sentido, mas não consigo passar a mensagem, deixando-me frustrado. Quando falo com o apoio não consigo transmitir as minhas dúvidas. Espero que dê para tirar os relatórios que eles querem senão estou tramado!

Estou a escrever pela primeira vez da minha nova habitação. Estes dias de mudanças têm sido complicados. Estou me habituar às rotinas das tarefas domésticas, seleção das loiças, definição dos lugares das coisas. Tudo tem que ficar de uma forma prática e de preferência com uma estética agradável. Estou a ter muito trabalho, limpeza da dispensa, marquise, sótão, garagem, é só lixo que a minha mãe tinha guardado. Centenas de cassetes VHS onde gravava as novelas, cd's, etc. Para quê se depois nunca via ou ouvia? Tanto dinheiro deitado no lixo, meu Deus. Guardei as centenas de cd's originais, alguns selados, pode ser que um dia os tente vender na internet. Tenho gasto algum dinheiro em restaurantes, quando tiver estabilizado tenciono no futuro levar comida para o escritório, sempre fica mais barato e não tenho que gastar gasolina, o problema é que normalmente ela está lá e preferia estar sozinho. Ás vezes almoçam lá, como iria fugir do convívio? Lol Só eu. Sempre ocupado, não tenho tido tempo para ter a minha vida habitual de lazer como ver filmes, séries, ler, videojogos, escrever... O sono também está complicado, demoro algum tempo a adormecer e acordo mais vezes que o habitual. O barulho das dezenas de andorinhas que têm aqui ninhos em pleno prédio irrita-me. Para meu azar debaixo de mim mora um casal que tem um filho pequeno que me acorda de madrugada, um despertador antecipado, não sei se me vou habituar, é que o meu cérebro parece que já está à espera. Está complicado chamar o apartamento "lar doce lar", por estranho que pareça gostava mais do meu quarto antigo que era pequeno do que este maior, não me sinto confortável. A mobília é antiga, os armários não fecham, as gavetas da mesinha de cabeceira custam a abrir e a fechar. Os fechos são horríveis, não consigo trancar nenhuma das minhas janelas, o portão da garagem e a porta do sótão vejo-me aflito para trancar/destrancar.  Infelizmente adapto-me facilmente e em vez de procurar melhorar, tento arranjar soluções tortas. Por exemplo no WC, para suporte dos champôs usei um banco, em vez de usar a toalha de rosto, utilizo toalhas de papel...tenho a liberdade para dar um toque pessoal à casa, colocar as luzes RGB, quadros de temas que goste, tapetes a ao meu gosto. etc. O único toque pessoal que dei foi no escritório onde decidi a cor a utilizar e escolho a mobília, de resto estou a aproveitar tudo que cá estava, sinto-me envergonhado por esta incapacidade.

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Tempos de Mudança Casa e Trabalho

É já no próximo fim-de-semana que vou mudar para o meu apartamento. Pela primeira vez vou morar sozinho, ter que gerir uma casa, não sei como vai ser e isso deixa-me stressado. Sigo um plano,  que tracei, elaborei um excel para não me esquecer de nada, lol. Comecei a pedir a água, depois a luz, gás e finalmente comunicações. Neste momento já tenho estas 4 coisas essenciais.... mais despesas para pagar.  Têm sido dias complicados, ter que carregar tudo sozinho para um 2º andar, muita roupa onde 99,99% foi escolhida pela minha mãe ou que me foi oferecida, sinto que preciso de fazer uma renovação no vestuário, comprar à minha escolha, mas para quê gastar dinheiro se tenho imensa? Levar vários artigos, principalmente as centenas de cd's e vinis, muitos ainda selados, onde minha mãe estoirou todo o dinheiro da reforma... um dia espero realizar algum valor com eles, às vezes acho que mais vale deitar tudo no lixo e não perder mais tempo com isso. Também roupas, ainda com etiquetas e com preço, já coloquei uma minoria à venda na aplicação Vinted, vários sapatos e casacos e até agora já vendi 4 pares fazendo a quantidade fabulástica de 12 euros. Já defini os lugares onde quero colocar as coisas, mas já voltei atrás, quero tudo organizado de uma forma que não ande aos pontapés aos moveis, mas não sei como... onde vou arranjar espaço para aquele cadeirão que é enorme? Onde vou enfiar tantos cd's? Existe tanto lixo no sótão e na dispensa, tenho tanto trabalho pela frente! Enquanto não colocar tudo como quero não vou descansar! Mas por onde começar? Qual o assunto mais prioritário? Agora o essencial é conseguir efetuar as tarefas domésticas em condições. Cozinhar, tratamento da roupa, da loiça, etc. Ainda nem vi como é que os eletrodomésticos estão a funcionar! Tenho que comprar tanta coisa urgente, a lista é enorme! Nesta fase de transição, gostava de continuar a almoçar com eles por uns dias, ainda não sei como vai ser essa parte, tenho medo de lhes perguntar como vai ser. Não querem que pensem que vou ser um peso para sempre. Ando a comer a comida do lar que supostamente é para a minha avó, ela ainda se encontra internada(felizmente já recuperou a forma de antes da queda). Sou mesmo fraco, não tenho músculos para carregar demasiado peso, doi-me as costas, omoplatas e até torcicolo, nem consigo virar o pescoço para a esquerda. Tenho mesmo que procurar ajuda a um especialista para estas mazelas, como no pé e na coxa que me apoquentam à tanto tempo. Nesta mudança noto claramente a minha falta da habilidade, tenho que recorrer a terceiros para me ajudarem em muitos assuntos, principalmente aos meu tios. Tarefas como limpar a casa, desinfetá-la, pintar algumas partes, montar os moveis, etc. Agora por exemplo  quero comprar suportes para a casa-de-banho, mas não sei aplicá-los, lá vou ter que pedir o favor, sinto-me envergonhado. Tenho a certeza se me dedicasse provavelmente conseguiria, não deve ser difícil trabalhar com um berbequim ou uma aparafusadora... mas o medo de falhar é demasiado. Estou a pensar comprar alguns artigos, como fazer o upgrade ao meu velhinho pc de 2005, comprar umas sapatilhas de qualidade para correr em condições, uma bicicleta elétrica para andar em trilhos ou ir para o trabalho quando tiver melhor tempo.

No trabalho também existiram mudanças. Começamos a implementar um sistema novo, que nos está a dar dores de cabeças descomunais. O raio do software não funciona em condições, é bastante confuso, tem havido demasiado erros, desaparecem registos, maldita a hora que os chefes escolheram adquirir aquele lixo. Entrou uma nova colega para me ajudar a colocar os papeis em ordem mais depressa. Já estou em paranoia a pensar que no futuro seja para me substituir. Já a conhecia do passado, antigas empresas já tiveram relações comerciais, e não tinha opinião positiva dela.  Ainda é muito cedo para avaliar, no entanto até agora tem se revelado uma boa surpresa. Parece que é mais do meu estilo, calma, fala o essencial, espero que seja bem diferente dos outros dois...

terça-feira, 22 de março de 2022

Melhorias Avó; Reunião Condomínio Ida ao Teatro

A minha avó felizmente está melhor. Fiquei tão contente quando a vi a dar uns passos sozinha com a ajuda do andarilho. Consegue-se levantar sozinha, ir à casa de banho, assim já não têm justificação para a colocarem num lar, seria terrível para ela. Todos os meus familiares chegados apanharam covid 19, não sei como escapei uma vez que moro com eles. A minha ida sozinho no dia da visita acabou por ser a melhor de sempre, o diálogo com a simpática fisioterapeuta foi intenso, aquela meia hora passou a voar. Deve ser isso que outros sentem nos convívios, perdem a noção do tempo que passa rapidamente. Temo a sua reação quando souber que me vou embora, sempre morei com ela. Espero que para o próximo mês já possa voltar para casa.
Reunião de condomínio. Tive azar com os donos dos outros apartamentos, são pessoas conflituosas. Passaram toda a reunião a discutir, a gritar, por assuntos quase insignificantes. Só pensava, onde me vi meter? Se eu já sou calado por natureza, assim ainda fico mais inibido. Tive um voto contra num assunto e nem sequer fui capaz de argumentar, fico sempre bloqueado, à espera que falem por mim. Não sei lidar com gente, esses que berram e geram conflitos é que vivem. 
No trabalho parece que estou cada vez mais introvertido, hesito sempre em falar penso que vão reagir mal e acabo por me calar. Porque não conto o que se passa com a minha avó? Podia contar os pormenores, ou outras histórias como essa de me ter safado ao covid., ou ir mudar para outro lugar. Por que acho que eles não têm interesse em saber? Porque guardo tudo para mim, quando eles fartam-se de falar da vida deles?
Cada vez sinto que estou a trabalhar para o boneco, o meu trabalho não é aproveitado, está cada vez pior, a desmotivação que sinto é imensa. Não me consigo concentrar no que estou a fazer, as vozes na minha cabeça não param, estão sempre presentes. No final do ano passado foi combinado que íamos arranjar um novo software para começarmos este ano... já estamos quase no final do trimestre e nada de decisões.
À semanas que estou com dores nos tendões das mãos, aquela horda do Days Gone levou horas a matar, provoco-me danos, agora estou a aflito e penso que nunca mais vou recuperar. Não me consigo desligar do meu mundo, logo agora que estou em fase de mudança para o apartamento, devia estar no meu tempo livre a preparar a mudança, como decidir os cortinados, tapetes, iluminação, etc... vou acabar por deixar que os outros façam por mim.
Nunca tinha ido ao teatro, talvez tivesse lá ido quando era criança, não me recordo. Estava nos meus planos assistir uma peça, variar um bocado do cinema. Mas não contava ir lá tão cedo, até que no instagram, uma actriz partilhou um cartaz de uma peça em que uma amiga ia actuar. Uma jovem bonita aparentemente desnudada, chamou-me logo a atenção. Li a sinopse e eram assuntos que me interessavam; decidi lá ir. Comprei o bilhete online, já restavam poucos, pensava que ia ter mais dificuldades. O problema é que para esse dia tinha combinado um almoço com o meu pai por isso tinha que ser rápido. Através do Fork reservei um restaurante onde nunca tinha ido, experimentar novos lugares...este ano foi  a primeira vez que "saí". Também queria que me ajudasse a mudar uns moveis de sitio, correu como tinha planeado tirando o facto de ter transpirado imenso, não tive oportunidade de tomar banho e agora estou doente, doi-me a garganta, tenho tosse, zumbido na cabeça, sinto-me fraco. O meu pai é 35 anos mais velho que eu e tem muito mais resistência, certamente a vida de agricultor ajudou-o a conseguir mais "imunidade". Estacionamento no centro das cidade para mim é sempre um problema, acho que por mais que procure não encontro. Estacionei numa travessa onde os estacionamentos estavam marcados com números. Será que estavam reservados? Pensei que podia lá estacionar...o certo é que no dia a seguir vejo que o meu carro está riscado, Será que foi aí? Saiu-me caro, mas vou ficar sempre com essa duvida. Entrei no teatro, faltavam cerca de 15 minutos para a peça começar. Perguntei se podia entrar na sala, mas o segurança respondeu que só ao fim do gongo tocar, denunciando assim a minha falta de experiência nesses eventos. Quando entrei, olhei em redor, nunca tinha estado num "anfiteatro". Começou o espetáculo, fiquei impressionado com o lindo cenário, com a capacidade dos actores falando numa linguagem rica e ao mesmo tempo gesticulando fazendo uma performance genial. Como conseguem memorizar tantos diálogos sem nunca se enganarem? Entrou em cena a jovem bonita, que se despiu completamente, exibindo um corpo fenomenal. Como deve ser bom ter um amor como aquele, sexo, deprimi ao saber que é impossível para mim estar com alguém assim. No final senti-me burro, pois não percebi um crlh da peça, mas para minha defesa foi um sentimento geral, é bastante confusa, até os encenadores admitiram. Na altura confesso que não reconheci os atores, mas no final quando fui pesquisá-los vi quem eram. Os mais velhos participaram em várias novelas, filmes, um deles até participou na famosa série "Vikings". A mais jovem não é assim tão conhecida, mandei-lhe uma mensagem a elogiá-la e ela respondeu com um obrigado, abraço. Comecei-a a seguir no insta, vi as fotos dela, tantas viagens que faz... e eu sei nunca ter ido a lado nenhum de férias. Já em principio de noite, fui dar um passeio a pé pela zona histórica, muitos bares, muita gente na rua a conviver, eu nunca vivi isso... a saída para fugir à rotina acabou em depressão. Tenho que começar a experimentar novas coisas, diversificar as minhas saídas. Sozinho é complicado é como se tivesse a fazer alguma coisa de mal. Uma das coisas que quero fazer é ir ao estádio do meu clube ver um jogo de futebol ao vivo.

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Projecto; Indefinição; Videovigilância

Sábado, após o término do almoço, chamou-me para ter uma conversa. Vi logo pela cara, que seria certamente uma conversa séria. Contou-me dos seus planos para o futuro, transformar o piso de cima numa espécie de apartamento. Vai destruir o meu quarto e a sala para construir uma sala de jantar/estar e uma cozinha. Claro que neste projeto não poderei viver aqui, terei que deixar a casa brevemente. Já tinha dito no outro dia que não vinha para Portugal para trabalhar e que ele e a mulher precisam de descanso, ela anda sempre a correr de um lado para o outro, a descer escadas, sempre atarefada com as tarefas domésticos, entendo isso. Ouvi, ouvi e não consegui falar como normal. O meu cérebro está confuso, sinto uma mistura de emoções, por um lado fico aliviado, é como se ele me desse autorização para ir viver a minha vida, lol. Vejo maior independência e algumas ideias engraçadas que provavelmente não saíram da minha cabeça, como comprar um carro elétrico, uma bicicleta elétrica, uma consola, um novo pc, viajar, aprender a nadar, não ter que dar satisfações a alguém...na realidade vai ser mais um passo para aumentar o isolamento. Por outro lado tenho medo que não tenha a capacidade de me virar sozinho, sou um nabo nas artes domésticas, cozinhar todos os dias vai ser complicado, os gastos vão ser maiores, luz, água, comunicações, gás, alimentação, etc.  No entanto essa decisão ainda está dependente do orçamento que o empreiteiro vai dar, por isso pode não ser uma decisão final. Por um lado quero seguir com a minha vida, por outro quero continuar como estou. Sei qual a decisão certa a tomar, mas o meu outro lado diz que não. Devia ser eu a controlar a minha vida, mas não, deixo os outros decidirem, é como se tivesse que pedir sempre autorização a alguém. Estava com medo que me chateasse com ele. Mas chatear-me por quê? Eu já devia ter procurado ter uma vida própria à 20 anos atrás. Assim que chegassem, um homem normal saía, só eu preso com esta personalidade ridícula.

A situação da minha avó está indefinida, não sabemos como vai ficar a mobilidade dela, se alguma vez vai voltar a andar sozinha. Eles querem colocá-la num lar, pois não estão para ter o trabalho de cuidar dela, é um fardo muito pesado, apesar de achar que fazendo um esforço era possível, mas tenho que aceitar. Eu também podia ajudar, mas não sei como. Ela na última visita disse que só queria voltar para casa, até disse que já deu uns passos para dizer que já está melhor. Acho que é força dela, melhorar para poder voltar à sua casa, quando receber a noticia que vai para o lar vai ser uma desgraça. Saudades de quando eu, a minha mãe e a minha avó íamos ao super, às vezes almoçávamos fora, eu normalmente resmungão por demorarem muito tempo...não soube aproveitar o momento.

Na empresa começaram a instalar um sistema de videovigilância o que é uma péssima noticia para mim, vou ficar super condicionado, uma sensação de prisão constante, observado a qualquer hora mesmo estando sozinho. Agora já não posso colocar as músicas que eu gosto, ou dar o meu passeio para espairecer a cabeça. Já tivemos um antigamente, nessa altura era controlado por mim, as imagens também tinham fraca qualidade, nessa altura nem me senti preso, mas agora tudo parece diferente.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

"Férias", Previsão Futuro Negro; Twitch; Incel; Recuperação Avó

A minha colega que tanto me massacra teve um pequeno problema de saúde e tem estado de baixa umas semanas. Sei que é mau, mas fiquei contente, sem ela no escritório sinto como se estivesse de férias, estou muitas vezes sozinho, sinto-me livre! O meu coração aperta ao pensar que vai voltar em breve. O chefe contou-me os planos para o futuro, brevemente vai entrar uma nova pessoa no escritório, uma velha conhecida...estou em pânico, já trabalhei com ela no passado e parecia-me uma pessoa horrível, sempre a mandar bocas, criticando-nos. Isto à mais de dez anos, será que ela está na mesma? Ela entretanto casou com um grande empresário da região, por azar ele não quer que trabalhe numa empresa dele, por causa de não prejudicar o relacionamento. Tenho medo que o chefe me pretenda substituir por ela. Os dias futuros parecem-me complicados, estou a imaginar as duas aqui no escritório a tornar o local um inferno para mim, uma prisão. Tenho também medo que revele as minhas incompetências. Depois da bonança vem a tempestade, tento aproveitar os últimos dias... será que vai ser o meu fim na empresa?

Twitch, uma plataforma que uso muito para visualizar o conteúdo de streamers sem gastar um cêntimo. No entanto tudo mudou, através do tik tok conheci uma streamer que me encantou. Comecei a segui-la, ela é simpática, querida, bondosa, adoro ver. Comecei a subscrever e a dar dinheiro, nunca pensei que um forreta como eu um dia fosse gastar dinheiro em "vão". Ontem stream dos dia dos namorados, ela convidou várias pessoas para contar as histórias dos seus relacionamentos. Estava a ser entretido, histórias hilariantes da faculdade, de namoradas, grupos de amigos, etc. De repente deu-me uma tristeza profunda ao ver que eu não tenho história nenhuma para contar, apenas aquela em que me deixou em depressão e obsessão. Mesmo se tivesse alguma seria incapaz de contar em voz alta, por causa do meu problema de saber dialogar. Como gostava de me juntar a eles no discord, falar durante a live :( Pensei no ser patético que sou, por não ter vivido nada daquilo, tudo por causa da minha personalidade introvertida. A minha vida resume-se a casa-escola-casa e depois casa-trabalho-casa. Quando me convidam ficava em pânico, das poucas vezes que saí só queria ir para casa, não sei ter uma conversa, só quero estar sozinho.

Incel, outro termo que aprendi recentemente. Uma pessoa com celibato involuntário, estado em que se mantém solteira. Serei eu um incel? Quero ter uma companheira, uma família, mas como posso obter uma se não vou à procura de relacionamentos? Tenho medo, quero ficar sozinho, não tenho paciência para aturar os outros, sinto que não tenho capacidade de sair do meu mundinho e assumir a realidade. 

A minha avó encontra-se internada numas instalações caras, 50€ por cada dia. Teve que ser, não tínhamos condições para a ter em casa e esperemos que lá recupere mais rapidamente. Só a podemos visitá-la uma vez por semana, por causa do trabalho só a a vi uma vez. Pareceu-me com melhor aspecto, a recuperar lentamente. Uma das técnicas avisou que provavelmente nunca mais vai poder andar o que seria catastrófico para nós. Se pelo menos conseguisse levantar para fazer as necessidades numa cadeira especial que nós comprámos...



sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Queda Avó; Principal Objetivo de Vida

A minha avó andava devagar, com algumas dificuldades, mas conseguia se levantar da cama, ir à mesa tomar as refeições, estar um bocado sentada ao pé de nós. Tudo mudou quando durante a madrugada caiu e fraturou a anca, não conseguiu subir um degrau da casa de banho, caindo para trás. Maldita casa, que não é plana e está cheia de armadilhas. Eu já previa que isso um dia podia acontecer, da maneira que ela de vez em quando se movia, aos tremeliques. Procuro as causas e maneiras de poder ter evitado este acidente. Ela mudou recentemente de medicação, foi por causa disso?  Ela estava a comer melhor, a engordar, será que o maior peso lhe provocou mais dificuldade a andar? Se tivéssemos afixado um suporte naquele sitio como colocámos em outros lugares... olho para ela e o meu coração torna-se pequeno ao ver o seu sofrimento, grita com dores, vê-la é uma aflição, parece que envelheceu 5 anos, de um dia para o outro, respira com dificuldade, de boca aberta, lábios secos. Preocupado também com o cérebro dela, às vezes fala bem, outra vez parece que está desorientada desconhecendo onde está e o seu estado atual. Sinto que com esta queda vai perder anos dia vida, será que alguma vez recuperará? Pergunto-me, e se tivesse acontecido quando estava cá sozinho com ela? Como me ia safar? Não deixa dormir o pessoal com os gritos que dá durante a noite. Para complicar, estamos no Inverno, na altura de maior frio. Chamámos a ambulância de manhã, esteve no hospital o dia todo a realizar os exames. Aconselharam a não irmos lá, uma vez que teríamos que aguardar cá fora. Á noite teve alta e ligámos aos bombeiros para ir buscá-la. Quando disseram alta, fiquei contente pois pensei que não fosse tão grave. Não falámos com o médico, apenas lemos o relatório onde ficámos confusos com o palavreado muito técnico, levantámos os medicamentos da receita e procedemos como o descrito. Não compreendo como ela não ficou internada uns dias, com pessoas que têm formação para cuidar dela. Está uma miséria o sistema nacional de saúde. Tivemos imensa dificuldade em colocá-la em casa, principalmente a subir os degraus, com pouco espaço de manobra, tiveram que ser 4 homens a levantar a maca. Um deles era eu que sou um fraco, esforcei demasiado e a tenho a sensação que a minha tendinite piorou. Estamos a pensar que a melhor solução talvez seja interná-la num serviço de cuidados continuados, mas nesta altura deve ser difícil arranjar vaga, para além de ser caro, teríamos que gastar as poupanças dela.  Lá estava melhor, com gente habituada a tratar destes casos, mas por outro lado não sei iria gostar, pensando que a íamos abandonar e eu também me sentiria mal. Não gostei da forma com que o meu tio lidou com  a situação, só dizia em tom de critica "em bem avisei que devia caminhar mais", até pode ter razão mas não vale a pena estar a dizer isso a uma pessoa já fragilizada, falando sempre como se fosse um fardo. Ainda por cima este acidente aconteceu uns dias antes de completar mais um aniversário, um dia que devia ser de festa e que agora vai ser de tristeza. No escritório fui incapaz de desabafar com alguém. Por que não consigo? Tenho medo das respostas? Que sintam mais pena de mim?

Ela ainda tem alguém que possa tomar conta e eu quando precisar? É triste que o meu principal objetivo de vida é poupar para ter dinheiro para poder enfrentar a velhice com maior tranquilidade, mas negando assim o prazer de viver, ter a minha independência, ter bens materiais melhores, como um carro, tecnologia, maior conforto, viajar, etc. Mas se chegar a velho terei a mente suficiente forte para suportar uma vida de dependência dos outros? E se tiver uma doença repentina? Todos os ganhos que acumulei vão-se perder, ficarei de rastos. Não é tarde para gerar uma família, mas os minha personalidade não me deixa.