segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Sentimento Saudades; Reunião; Exploração Sotão; Carta Não Correspondida

A privação do sentimento "saudades" está na minha mente. Não sinto saudades de nada, tento recordar algumas situações do passado mas esse sentimento parece morto dentro de mim. Por exemplo um mês atrás andava de scooter pelo meio do mato, adorava. Com a chegada do inverno deixei de o fazer, devia sentir-me com saudades, mas nada, estou completamento apático.
Marcaram uma reunião onde a minha presença foi necessária, felizmente para mim têm sido raras. Fiquei em pânico naturalmente, sabia que ia chegar lá e não ia participar quase nada, o que se veio a confirmar, aquilo que disse foi sem conteúdo, fiquei baralhado mais uma vez. Já à bastante tempo que não andava no carro do chefe, pensar estar sozinho com ele durante a viagem sem escapatória deixava-me angustiado. O que se confirmou, foi um pesadelo ouvir tantas criticas,  não consegui dar a minha opinião sobre o que estava mal, ele falava e eu não conseguia acompanhar o raciocínio. Mais uma vez devem ter ficado com uma péssima impressão de mim. Começaram a falar de termos que não conhecia, fiquei desolado. Não consigo contar o que acho. Ansioso por estar na minha solidão.
Ligaram-me da operadora, sabia exatamente o que fazer para ser beneficiado, mas não consegui dizer que não e mais uma vez fiquei frustrado pela minha personalidade.
Resolver problemas definitivamente não é comigo, teve que ser uma vizinha a alertar para tomar vergonha na cara e arranjar solução.
A minha exploração pelo sótão prosegue, interrompida por algumas semanas por causa de uma constipação. Continuo confuso, não sei o que guardar, o que deitar fora, acabo sempre por escolher uma seleção que não resolve nada, fica mais desorganizado do que organizado. Encontrei uma pasta onde tinha os meus rascunhos do passado que me fez corar de vergonha. A maioria dos papeis escritos à mão com a minha letra terrível. Sobre jogos de computador, onde registava por exemplo as minhas prestações, walkthroughs em inglês, códigos para jogos e para toques do velhinho nokia 3210, não podia faltar o futebol, desenhos rascos feitos no mspaint do dragon ball, umas anotações da escola, não sei como fiz o curso com boa nota, era outra pessoa naquela altura e encontrei umas coisas "engraçadas". Uma delas foi quando tentei melhorar o meu vocabulário, ou seja ouvia na rádio ou na tv palavras mais ricas e depois escrevia no papel para usá-las no meu dia a dia. Escrevia de um lado as palavras "pobres" e do outro as palavras "ricas" para substituí-las Uma tentativa que não resultou obviamente, como se vê no blog tenho algumas dificuldades, então na fala nem se fala. Encontrei a folha onde escrevi o contato do meu patrão pela primeira vez, longe de imaginar a influência que teria na minha vida, tinha então 18 anos e passado o dobro desse tempo continuo com ele. Mas o que mais me marcou foi umas cartas que li de uma mulher, na altura adolescente que me deixou a pensar o quanto nabo sou. Uma vez um colega pediu-me o telemóvel emprestado para ligar a uma prima. Fiquei com o numero dela registado e influenciado por outro colega comecei a meter conversa com ela, trocando vários mensagens. Pensei que ela nem sequer ligasse, mas deu conversa e durou várias semanas. Ela enviou-me uma carta a dizer que me queria conhecer e pediu-me uma foto. Nunca mais respondi às mensagens dela, nem a essa carta. Passado uns meses mandou-me uma foto dela a dar-me um raspanete por não lhe responder e um sermão que era importante conhecer outras pessoas, etc(hoje continua em vigor o que ela escreveu) No final deu-me outra hipótese... mas eu não respondi.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Falta Afectos; Passividade; Sonhos Humilhantes;Nostalgia; OLX,Crise Hemorroida, Trabalho, Voltas Mota Mato, Gato

Recordo várias vezes a minha mãe. Será que fiz mal a ela por não perceber os seus sentimentos que são idênticos ao meu? Sem capacidade de fugir das asas da mãe e do irmão, incapaz de arriscar sair de casa e gerir a sua própria vida. Quão frustrante seria? Será que tinha os mesmos pensamentos que tenho agora? Ou será que gostava da forma como vivia? Depois da doença aparecer foi um caos psicologicamente para ela, mas antes será que já sofria? Apesar de viver sempre com ela, dou-me conta que eramos algo afastados no que diz respeito a afectos, às vezes devia dar-lhe um abraço, um beijinho, uma palavra de consolação, poucas vezes troquei com ela esse tipo de carinhos. Mesmo na fase da doença podia ter tido uma ligação mais forte...arrependo-me tanto.
Continuo a falhar por causa de deixar as coisas andarem, em vez de tomar logo uma atitude para resolver a situação. Por exemplo paguei mais de um ano de água desnecessariamente e agora sinto-me capaz de bater a mim mesmo tal a raiva acumulada por ter esta personalidade passiva. Certos temas devia abordá-los como desafios não como problemas.
Mais uma vez estou tão desiludo comigo mesmo.Não consegui ir votar, não conseguir ir a uma festa aqui na terra, aquela é que o meu "grupo" me chamava para sair, pondo em causa a minha solidão. Lembro-me uma fase que sai algumas(raras) vezes, era um pesadelo, não me sentia confortável, a minha alegria era quando ia para casa, rapidamente acabei por não responder às mensagens, apetecia-me gritar com eles: "DEIXEI-ME EM PAZ".
Quando estou acordado é mau, mas ao adormecer o pesadelo continua. Dá-me a sensação que cada vez que estou a dormir sonho sempre, a maioria das vezes com o intuito de me humilharem, os meus piores medos vêm ao de cima, chamarem-me de incompetente, envergonhado, incapaz.
Tenho passado algum tempo no sótão tentar fazer uma arrumação, guardar o que é útil e deitar no lixo os artigos que nunca mais vou usar, ou seja a maioria, mas é uma tarefa tão difícil, tento guardá-los a todos com pensamento de uma desculpa estupida. Revela-se o tão patético a minha infância foi. A nostalgia que sinto quando lá estou, as recordações dos tempo em que era feliz. Custa-me deitar livremente as centenas de cd's/VHS que tenho guardadas, que já não servem para nada! Nunca sei qual a melhor solução, arrumo de uma maneira e depois penso de outra maneira e perco demasiado tempo a "trabalhar para o boneco".  Quero guardar os artigos mais importantes, que não quero esquecer como as capas que fazia com filmes, músicas, a minha cassete VHS do Rei Leão, Jurassic Park e Exterminador Implacável os jogos originais como o Fifa 97, Tomb Raider 2  e o Virtua Fighter, os jogos de tabuleiro como o "Turista Curioso" ou "Pictonary". Os cd's e as capas deito-as fora? Custaram uma pipa de massa na altura! Quero deixar aquilo limpo antes do meu tio vier de vez. Tenho perturbações como as dores de costas, a inalação da poeira, saio de lá com uma moca. Vou tentar fazendo aos poucos, mas gostava de resolver o assunto rapidamente. Será que devo pegar num saco e deitar tudo no lixo? Será que não é perigoso meter tanta pirataria no lixo? No outro dia estava para comprar uma trituradora mas custava 40€.
Não consigo colocar os artigos no OLX. Mais uma vez medo de um possível comprador ser da terra e tentar saber informações sobre mim, quase ninguém me conhece, não participo em qualquer evento social na localidade ou um possível encontro com um ex colega que veja o adulto patético que me tornei. Mas não acaba aqui, o embalamento, transportador, trocas de dinheiro, quais as soluções mais baratas, tudo me suscita dúvidas, só eu! Ainda me faltam centenas de cd's para colocar numa lista, acho que nunca a vou completar.
Doi-me tanto o ânus. Esperava que a dor passasse com o tempo, esperei pela consulta que tinha agendada para falar nesse assunto com o doutor. Ele disse-me que tinha uma hemorroida, não estava inflamada, nesse dia comecei o tratamento, comprimidos e tomada. A minha inabilidade começa por ter medo de colocar a pomada de forma incorreta, o olho de trás não vê, lol. Passado quase duas semanas sinto-me pior, agora até sangue deito! Devo ir às urgências? Esperar mais um bocado?  Perguntar a alguma pessoa especializada se era normal? Tenho medo que me receitem supositórios, não faço a mínima ideia como administrá-los a mim próprio.  Pergunto-me as causas, será que apanhei quando estive com a prostituta? Ou da água do oceano? Essa consulta foi uma desgraça, parecia que o médico estava com pressa de me despachar, viu que os exames estavam bem, nem me perguntou como estava depois de tomar a nova medicação. Queria que me receitasse umas vitaminas extras, mas acabei por desistir.
Com o volume de trabalho a aumentar, não consigo dar conta do recado, não sei como explicar ao meu chefe quando ele descobrir. Depois a pressão não funciona comigo, com tantas tarefas ao mesmo tempo acabo por bloquear e não sei como começar acabando por não fazer nada de jeito, depois tenho um colega que acha que não faço nada...enfim quem me dera ter outras alternativas, mas sei que não tenho melhor. Ninguém aguenta o que eu aguento!
Ultimamente tenho ido dar muitas voltas de mota para o meio do mato, conhecer o mapa de caminhos na região, incrível os atalhos que já encontrei, tenho pena de não ter descoberto tão cedo este passatempo. Gosto das árvores, do sossego, às vezes paro para respirar ar puro, tirar selfies, procurar monumentos pré-históricos como dólmens e orcas. Mas a minha memória é terrível, não me lembro da maioria dos caminhos que passei. Fico desconfortável durante esse tempo, em vez relaxar, parece que alguém me persegue para sair dali, uma sensação estranha que não consigo explicar.
Não soube mais nada da "namorada arranjada" do post anterior, o meu pai não deve ter tido sucesso, mas não lhe consigo perguntar apesar de estar curioso.
Dou de comer a um gato que aparece lá no quintal. Mas ele é tão esquivo, mal me vê foge logo. Dou-lhe belos restos de carne e de peixe, tento chamá-lo mas em vão. Queria-lhe dar uma festa, mas não consigo ganhar a sua confiança, farta-se de bufar, no outro dia até me deu uma patada deixando-me com arranhões. Outro humano teria mais sorte?

sábado, 14 de setembro de 2019

Namorada Arranjada;Nudismo; Antidepressivos

Mais um aniversário, estou a ficar velho...
O meu pai disse que conversou com um homem que queria saber tudo sobre mim. Se era solteiro, se tinha casa, emprego, etc. Veio-me contar e suspeitava que tivesse feito esse interrogatório por causa de uma mulher que se encontra solteira sendo ela da minha idade. Meteu a carroça à frente dos bois, falou logo em filhos, conversas embaraçosas, tipo se o meu pénis funcionava, que a mãe dela estava desesperada por netos, um casamento arranjado, lol . Perguntou-me se podia dar o meu número. Por mim tudo bem, duvidando alguma vez que ela me ligue mas entrei logo em pânico. O meu mundo de solidão estava em perigo e determinadas atividades de lazer não podem ser feitas acompanhadas.  Depois como seria conversar com os pais e restantes familiares? Quando soubessem do meu curto salário? Não lhe poderia dar uma boa vida. E os amigos? Ela deve ter redes sociais, amizades e eu sou um 0. Mas se surgir oportunidade tenho que ser sincero e dizer o que sou, que a deve afastar imediatamente. Ou será uma pessoa como eu, envergonhada que esteja à espera de alguém como ela(vai sonhando)? Sou uma pessoa sem qualquer capacidade, nunca iria ter competência para gerar e criar uma família? Porque não tenho confiança em mim? Porque não mudo de atitude e começo-me a portar como homem e deixar o meu mundo de fantasia de vez? Coloco estas perguntas demasiadas vezes a mim mesmo às quais não sei responder.
Passado 3 anos voltei a ir à praia. Aproveitei um dia de bom tempo em inicio de Setembro, uma fase  menos concorrida em que o período de férias já terminou para a maioria do pessoal. Fui visitar uma praia que nunca tinha ido. De manhã, andei por lá de um lado para o outro para conhecer o local. Procurei um restaurante para almoçar, estava a ver a minha localização no maps google, foi então que reparei que havia uma praia de naturistas perto. Fiquei curioso e decidi ir a pé, uma caminhada agradável pela costa que durou alguns km's. Esqueci-me de comprar água e naquele sitio não havia bares, fiquei totalmente desidratado e claro a dor de cabeça começou mas resolvi logo tomar medicação, não ia cometer o mesmo erro de Lisboa. Praias praticamente desertas, uma paraíso para quem não gosta de confusão. Cheguei ao local, pouca gente, maioria homens com os seus enormes pénis, sempre tive trauma de o ter pequeno. Encontrei um local onde não estava ninguém e resolvi tirar os calções, fazendo nudismo, ir à água todo nu, sentir liberdade. Esqueci-me rapidamente da vergonha e nem liguei  aos pequenos grupos de mulheres/homens que passavam (uns 5 ou 6 no máximo), fiquei espantado comigo mesmo.
Comecei a tomar os antidepressivos, até agora não senti grandes diferenças, confesso que esperava maior melhoria de humor. Nem sei o que diga ao médico. Um dos efeitos secundários que me provocou foi retardar a ejaculação. Aproveitei esse facto para ir novamente ter com a gaja da última vez. Mais tranquilo, sabia onde era o local, como era ela, já me conhecia. Desta vez consegui prolongar um bocado mais, em vez dos habituais 30 segundos. O meu pénis perdeu muita sensibilidade, o prazer é pouco, aliás desde que fiz a circuncisão que está assim e piorando com o tempo, pensei que melhorasse mas funcionou ao contrário. Não sei se o farei mais vezes.
O trabalho está um caos como esperado, tudo acumulado, ninguém o faz por mim, até hoje ainda não recuperei o tempo perdido, faz me questionar se vale a pena tirar 1 semana novamente. O meu colega não me respeita, ganha o dobro que eu e não faz metade, não me sinto motivado. Se tivesse coragem para pedir um aumento provavelmente era bem sucedido.
Para o ano queria tirar uma semana e ir para longe, "subir o nível de dificuldade", ir para um alojamento perto do oceano. Mas é complicado, agendar é um problema...e se estiver mau tempo? Não aproveitaria nada! Tantos problemas que a minha mente coloca.

domingo, 11 de agosto de 2019

Acabaram-se as Férias

Consulta com o médico: Queixei-me da dor da anca, mandou-me repetir os exames que já fiz e que não detetaram nada, enfim não vejo solução. Lá arranjei coragem e disse-lhe que andava deprimido, angustiado, ansioso por causa da doença e depois morte da minha mãe. Não lhe revelei o real motivo, mesmo antes desses episódios já estava neste estado de humor depressivo. Receitou-me um antidepressivo, estou em pulgas para saber se realmente melhora o meu humor, no entanto ainda nem sequer comecei a tomá-lo...
Sempre estive uma semana de férias. Planeava ir à praia, mas não se concretizou por causa do tempo demasiado frio (aposto que para a semana está calor). Tinha que pensar em fazer programas diferentes. Num dia fui dar uma passeio de mota, ver a volta a Portugal em bicicleta pela primeira vez na vida. Fui até a uma subida, procurei um lugar solitário onde pude vê-los passar tranquilamente. Estava com medo que as camaras de televisão me apanhassem, fiquei aliviado quando reparei que nessa altura não estavam a filmar a etapa. Fui visitar o meu pai e apanhei outra vez o percurso da volta, desta vez muita gente a assistir naquele cruzamento e por azar encontrei um primo. Cumprimentei-o e ficámos por aqui, não falei mais com ele, sabe que não tenho qualquer jeito para interagir. Quando cheguei a casa do meu pai vi que não estava, andei lá a passear e a ver os terrenos. Um dia aquilo vai ser meu e só vejo preocupações, às vezes penso que fez um testamento para não ser o seu herdeiro.
No dia a seguir fiz um programa que já pretendia fazer a algum tempo(até falei no blog em 2016), viajei de comboio até Lisboa. Já não ia à capital à mais de 15 anos. Era quase meia noite quando comprei os bilhetes online para o dia a seguir. Tive que me levantar cedo, deixei o carro estacionado ao pé da estação. Começou com o pé esquerdo, pessoas conhecidas que curiosamente ficaram juntamente a mim, mesmo azar. Uma dessas pessoas saiu cedo, fiquei aliviado. Depois outro inconveniente, é que o lugar que escolhi foi em direção contrária ao sentido do comboio, não tive atenção a esse aspeto, o que me provocou uma má disposição. Chegado a Lisboa, o primeira impacto foi péssimo, senti-me como uma criança perdida, não sabia que direção tomar. Felizmente essa sensação passou rapidamente quando comecei a descer os degraus. Fui a um centro comercial, almocei por lá. Na escolha surgiu uma situação caricata, tinha que optar entre dois acompanhamentos de três, na altura bloquei e não percebi o que a empregada queria, provocando um mau entendido como tantas vezes acontece. De seguida fui passear, a ideia era apanhar o metro e tentar conhecer o máximo possível. Acabei por ficar pelo parque das nações, ir de um lado para o outro, dei uma volta de teleférico, visitei a marina, o oceanário, só lá devo ter estado quase 3 horas a maravilhar as espécies aquáticas. Lanchei num tasco com muito mau aspecto, arrependi-me logo mal entrei, quando apresentaram a conta até fiquei a suar, cobraram-me 8€ por uma torrada e um sumol! A maioria das pessoas eram estrangeiras, viajam para conhecer Portugal, é claro que ver famílias e eu sozinho fez-me pensar. Um dia devia visitar outros países com a minha mulher e filhos, era esse tipo de coisas que gostava de realizar na vida que nunca vai acontecer e me deixa frustrado. Mais uma vez certos problemas que tenho que me provocam dúvidas se voltarei a fazer programas deste género: 1º A vontade permanente de ir à casa-de-banho, não só para fazer xixi, como também cocó, deve ser dos nervos que me provoca essa reação no meu organismo. Tenho que andar sempre à procura de casas-de-banho e se forem muito movimentadas é um pesadelo para mim usá-las. 2º As constantes dores-de-cabeça. Deu-me uma forte dor de cabeça a meio do dia que me estragou o resto. Fui apanhar o comboio de regresso, com dúvidas se o perdia, fui até à linha como as informações indicavam, mas encontrei outro comboio para um destino diferente, fiquei logo em pânico. Tentei acalmar-me, era só um atraso. Voltei a sentar-me no lugar ao contrário, a doer-me tanto a cabeça, fiquei logo enjoado, foram horas passadas num sofrimento atroz. A minha avó a ligar a dizer que estava preocupada, não lhe fui capaz de dizer ao certo o que ia fazer, sinto-me "preso". Chegado ao carro, usei as escovas completamente sujas o que provocou visibilidade reduzida, vi-me à rasca para chegar a casa. Só eu! Esta dor de cabeça durou mais de 2 dias a passar, é terrível viver assim.
Noutro dia fui à capital do distrito. Ir ao cinema, ver um concerto, ter sexo com uma mulher. Vi o feedback positivo de um utilizador de um forum e resolvi combinar com ela. Mais uma vez a bexiga não me largava, sempre com vontade de ir ao WC. Encontrei rapidamente o apartamento dela, entrei e reparei numa bela morenaça, bem melhor que as outras mulheres com quem tinha estado anteriormente. Pedi-lhe para ir à casa-de-banho, estava com vontade urinar, mas não me saiu nada, só passado um tempo, ela deve ter logo pensado boas coisas. Despimos-nos, a seguir fiz-lhe sexo oral, ela tinha um espelho onde se via toda a acção. Sabia que não ia durar muito pedi logo que fossemos para o vaginal, mais uma vez ejaculei demasiado rápido sem ainda ter atingido a erecção completa. Mal falámos, fui rapidamente embora, deve ter sido o pior homem com quem esteve.
Entrei em paranoia quando entrei num cruzamento, bloqueei e não percebi quem tinha prioridade, é por causa destas coisas que não posso ir muito longe. Fui ao cinema, jantei num restaurante onde pedi um prato que custava 10€ e cobraram 16€, mais uma vez não conseguir reclamar. De seguida fui ao concerto e fui embora, deve ter sido das poucas vezes que cheguei a casa depois da meia-noite, preocupado pela preocupação da minha avó. No dia a seguir doía-me o pescoço e pernas por falta de hábito.
Passei a semana sem ver filmes, ler um livro de fantasia, estar na espreguiçadeira, jogar... coisas positivas. Pelo lado negativo não dei continuidade a assuntos mais sérios, nem ao apartamento fui.
Todos os dias uteis o meu colega ligava-me 3 ou 4 vezes por vezes sobre assuntos que bastava perder um bocado de tempo para resolvê-los, estou mesmo farto dele ser tão chato, apetecia-me ralhar. É claro que um dia tive que ir ao trabalho, espero que tenha desconfiado que não estava contente com ele, às vezes nem lhe respondia ou falava áspero, uma atitude hostil da minha parte, reprimia ao máximo uma explosão. Pensei lá passar 1 hora e afinal foram 6 horas. Não passam uma semana sem mim, nem sei se é positivo ou negativo. Quando lá chegar vou ter o trabalho todo atrasado, ninguém o faz por mim. Só de pensar o stress que vai ser deixa-me logo com um aperto no coração.

terça-feira, 30 de julho de 2019

Balanço Estadia Tios; Pensamento Positivo; Vizinha; Férias?

Os meus tios estiveram cá durante três semanas.A casa ganhou uma nova vida, eles, os netos, de 2 pessoas a habitar passou para 8. A minha tia não parava de trabalhar, por vezes eram 5 horas da manhã e já estava a lavar e passar a roupa. O meu tio andava de um lado para o outro, sempre a fazer retoques na casa, desde polir o corrimão até tirar o musgo das árvores com a máquina de pressão, coisas que jamais pensaria fazer. Eu parado a olhar e a pensar de onde vem aquela força de vontade? Ou melhor porque não tenho esta força que todos os outros têm?  A arrumação do quarto da minha mãe foram eles que trataram. Desmontaram a cama, deram as roupas que quiseram sem minha consulta, fiquei triste comigo mesmo por o ter permitido, não consegui mais uma vez. Este ano nem me chateou muito com as suas bocas habituais, fiquei chocado quando insinuou que andávamos a gastar dinheiro, falou no plural, o problema era da minha mãe, não meu, fiquei calado a ouvir e a explodir por dentro.Sensação de sempre, fiquei preso dentro na minha própria casa, coisas que não podia fazer como ouvir musica em tom alto ou ligar o desktop. Saíram e agora ficou um vazio que com o tempo uma pessoa se habitua. Estão quase de regresso de vez, devia estar feliz não com medo. Fiquei abismado com as centenas de fotografias que a minha mãe tinha escondido numas caixas. Qual a razão de as ter revelado todas? Ela sabia que não gostava que fosse exposto, iria certamente lhe dar na cabeça se descobrisse enquanto estava viva. Tenho ido várias vezes ao apartamento abrir as janelas para arejar e tirar o cheiro do mofo, ainda está cheio de tralha dos meus primos que moravam lá. Algum dia serei capaz ou vou deixar novamente decidirem por mim?
Porque não tenho coragem de vender os artigos na net? Até podia procurar lojas que aceitassem artigos em segunda mão. Mais uma vez a timidez a foder-me.
Comecei a ler um livro sobre pensamento positivo, encontrei-o no quarto da minha mãe, pergunto-me se ela alguma vez o lera, desconfio que não tinha capacidade intelectual para o perceber, isso deixa-me com um sentimento de pena. Uma pessoa quer melhorar mas não consegue por causa das suas limitações inerentes à sua personalidade, reconheço-me tanto. Leio duas ou três páginas, em vez de me ajudar só me faz piorar, sei que devia seguir tudo o que li, mas não consigo tirar este pensamento negativo.
De vez em quando um tipo chateia-me para fazer um part time. Já são por três vezes que o fiz, trabalhei até tarde. É uma sensação estranha, por um lado queria ganhar dinheiro, por outro não me apetece ter outro trabalho. Não sei o valor justo a pagar pelo meu trabalho, ainda não recebi nenhum.
Numa ida ao contentor do lixo vi que mora perto de mim uma jovem jeitosa. De onde saiu? Será que já lá está a morar à muito tempo? Nem boa tarde, pareceu-me antipática, ela deve ter pensado o mesmo de mim. Troquei breve olhares, o insuficiente para memorizar a cara. Numa ida às compras, via-a com um pessoa idosa, talvez avó, na mesma situação que eu, também estava com a minha. Ás escondidas espreitava-a para ver se me notava. Não tinha a certeza que era ela, mas confirmei pois o carro que estava estacionado no parque coincide com um dos que costuma estar perto da casa dela. Fiquei obcecado, não me sai da cabeça quero-a conhecer, estou a dar em maluco. Porque sou assim, não consigo reprimir estes sentimentos negativos.
Nem queiram imaginar a pesquisa compulsiva que ultimamente faço sobre noticias da possível saída de Bruno Fernandes do Sporting, só um aparte lol
Resolvi agendar uma semana de férias. Nos últimos anos os dias de férias eram gastos na ida aos tratamentos com a minha mãe. Desde 2002 que trabalho, contam-se pelos dedos as semanas que tirei. Gostava de ir novamente à praia, não sei se o tempo o vai permitir. Se é para ficar em casa a deprimir então mais vale trabalhar, se calhar ainda vou cancelar. Que programas fazer? Os mesmo de sempre? Não tenho ideias. Existem tarefas que só eu as sei fazer, vão me chatear. Invejo os meus familiares de férias que ninguém os chateia do trabalho. Vejo os meus colegas a serem aumentados e eu na mesma, também não faço para isso, cometo demasiado erros, frustração profissional.
Esta semana marquei uma consulta com o médico de família, quero lhe falar deste meu problema da depressão, mas não sei se vou ter coragem...

sábado, 22 de junho de 2019

Conversa Séria que tenho que ter mas que sei que não vai acontecer

Preciso ter uma conversa séria com eles quando chegarem de férias. Definir a minha vida, não deixar que eles interfiram nos meus planos e quem me dera que me ajudassem, pois sou tão incompetente. Esta é a hora exata, não devo adiar mais. Perguntar-lhes diretamente quando vêm de vez, o que acham da minha situação, se preferem que viva sozinho(eles devem achar que não tenho capacidade), o que vai ser da avó, etc. Dizer o que pretendo, mas tenho medo que leve a mal, que queira as coisas à maneira dele, provavelmente já estão delineadas na sua cabeça, e sei que sou incapaz de lhe responder pois tenho medo de gerar conflitos. Pintar o quarto da cor que quero, mudar os alumínios e chão, montar os moveis à minha maneira, saber se posso deitar fora as coisas do meu primo. O meu primo é boa pessoa, mas não consigo estar à vontade com ele e falar abertamente. Queria que quando chegasse já tivesse trabalho feito, às vez até começo a ter vontade de fazer, mas rapidamente desaparece e provoca-me um sentimento de ilegalidade.
Já tirei da ideia de um dia puder gerar família, nem me desenrasco sozinho. Olhei lá para baixo e vi chegar a vizinha, com um bebé, não esperava que fosse tão gira. Observei-a, seguro que não me via lá de baixo, mas puro engano olhou para cima e viu-me a olhar fixamente para ela, não desviei o olhar, deve pensar que tipo "esquisito" e dou-lhe razão, não me comporto mesmo como uma pessoa normal. Sempre a criar boas primeiras impressões, lol.
O meu joelho esquerdo está-me a falhar quando tento fazer algum trabalho "pesado". Queria mudar algumas coisas sozinho, mas não consigo. Quando a mente é fraca, o corpo vai atrás.
Continuo a fazer a lista do inventário, provavelmente nunca chegarei a colocar os artigos online. Fico lixado por perder muito tempo com este assunto. Ás vezes apetece-me só desfazer simplesmente de tudo. Chamar alguém ou alguma instituição e que levem tudo, mas isso seria mais uma derrota.
Levei a minha avó a ver a festa de final do ano letivo, no final ficaram a conversar e eu a lamentar a minha incapacidade de interagir, ver novos e graúdos a conviverem e eu especado à espera, só queria ir embora dali, para a minha companhia de sempre, a solidão. Entrar no mundo fantasioso de personagens criadas pela mente, sei que erradamente provocando-me angústia. S. João, toda a gente sai à rua para comemorar, folia que para mim é um pesadelo. O meu colega lá vai nas marchas, levando os filhos, quer habituá-los desde pequenos, não vá ficarem como eu.
Na empresa o trabalho está a aumentar, é hora ideal de pedir um aumento de ordenado, ganho o salário mínimo e já trabalho com o meu patrão desde 2002, qualquer outra pessoa já se tinha ido embora, só eu com esta personalidade. 17 anos e continuo a ter medo de falar com ele, incrível.

domingo, 9 de junho de 2019

Centro Comercial, Burocracias

Para fugir à rotina, fui até à cidade ao mesmo centro comercial de sempre: almocei, cortei o cabelo, fiz uma massagem, fui ao cinema. Pensei que me fizesse bem fugir da rotina, mas puro engano. Meia hora de viagem, estacionei o carro no parque subterrâneo, fui de elevador até o andar superior onde se encontram os restaurantes. Procurei um para almoçar, fui para a fila, vejo um mulher gira sozinha atrás de mim. Pensei o que ela estaria a fazer no fim-de-semana sem companhia? Porque não arrisquei a perguntar se queria almoçar comigo? O que perdia se dissesse que não? Não era uma abordagem apropriada, acho sempre isso em todas as situações! Sentei-me, olhei em redor a mirar o ambiente como habitualmente faço. Vi um casal jovem, o tipo devia estar no engate e a rapariga com cara sorridente, sinal que estava a correr bem. Do outro lado estava uma jovem bonita, com um homem mais velho, seria pai? Atrás de mim ela... sozinha. Ansiedade aumentou, só queria sair dali rapidamente, quando ainda tinha muito tempo até à hora de marcação do corte de cabelo. Fiz a massagem, com uma bela terapeuta, mais uma vez praticamente não falámos. Ainda algum tempo para a hora do filme, andei de loja em loja, mas matar o tempo nesses sítios comigo não funciona e a angustia aumentou. Fui ver o filme, um grupo de crianças foi assistir, lembrei-me dos tempos da escola. Nunca tive possibilidade de ir ao cinema, só quando adulto é que comecei a lá ir com alguma regularidade. Final do filme, fui comprar uma pizza para levá-la para o jantar. No final fiquei de rastos, a viagem foi penosa a pensar no quanto patético sou. Não sei interagir com ninguém, isso dificulta-me tanto a vida. Não tenho amigos, mulher, sítios para ir... penso e volto a pensar, massacro-me. Porque me castigo a mim próprio?
Neste momento não ando a acompanhar nenhuma série, jogar um videojogo ou ler um livro. Não queria pegar em nada nessas coisas enquanto não resolvesse situações importantes. Mas sei que vou perder esta luta para mim mesmo.
As burocracias estão a matar-me, finanças, conservatória, bancos, segurança social, depois os documentos não estão em ordem por incompetência, epá uma situação que me está a deixar de rastos. Estou a ver que não vou conseguir fazer a relação de bens dentro do prazo, sou filho único devia ser mais rápido. Não me apetece fazer nada, tenho que entregar o IRS, mas não me apetece, apesar de ter todo o tempo do mundo durante o fim-de-semana, sou mesmo triste.
Fui com a minha avó à consulta, as análises estão piores, ela abusa, come pouco e muitas porcarias, tenho medo que lhe dê um colapso o que seria péssimo para a minha vida. Ela é única pessoa que me ajuda, tenho que a estimar.
Desde que apanhei aquela constipação em Fevereiro, que não me sinto bem, qualquer corrente de ar fico logo com a garganta a doer. Estou a perder peso, vou várias vezes por dia defecar, estou preocupado será que tenho alguma doença? Será que é psicológico? Até estou com paranoia de ter um parasita dentro do meu organismo, lol.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Dias e Decisões Dificeis

Estes dias estão a ser difíceis. Relembro os momentos mais fortes várias vezes.. quando me ligaram a informar da morte, ela hospitalizada, as dores, quando contei à minha avó... a minha mãe está sempre presente no meu pensamento, acho que nunca sairá. Os objectos que eram dela como o rádio-relógio, que agora uso no quarto deixam-me deprimido. Queria fazer uma limpeza no quarto dela, mas não me sinto com forças, nem sei se algum dia terei. As pessoas foram muito simpáticas, como hábito não consegui responder, provocou-me um sentimento de tristeza por não ter capacidade de interagir com elas, mas ao mesmo tempo de felicidade por ver ajuda de onde não esperava. Queria ser como elas, ter histórias para contar :(. O funeral até correu melhor do que estava à espera. A minha mãe deitada na urna com bom aspecto, parecia que estava a dormir :(, chocou-me menos do que quando a vi nos cuidados paliativos ou em casa com dores. Os meus colegas de trabalho estiveram presentes, vários familiares se deslocaram de longe, várias pessoas amigas, não esperava que estivesse tanta gente, sensibilizei-me. Muita gente me foi dar os sentimentos que não conhecia de lado nenhum, muitos a viverem perto de mim, mais uma vez pensei o que ando aqui a fazer para nem sequer saber quem são. Nem na minha vila sei o que se passa. Os meus tios vieram e passaram alguns dias em casa, desta vez ele estava mais comedido pela minha perda. Foi bom conviver com ele, infelizmente sei que o comportamento dele mudará quando vier no verão e já começou ao telefone assim que chegou de viagem. O dinheiro que a minha mãe andou a gastar da conta da minha avó vai dar confusão, ele sente-se prejudicado e até lhe dou razão. Claro que enquanto lá esteve resolveu problemas que não fui capaz, como compor a persiana estragada. Agora a minha avó, bastante idosa, com fraca mobilidade terá que ficar praticamente todo o dia sozinha, tenho pavor que por exemplo ela caia e não consiga pedir ajuda. Não quer ir para o lar, prefere estar em casa na cama quase todo o dia. Ela come tão pouco, não se alimenta como devia, não come proteínas. Toma apenas o café ao pequeno almoço, sopa ao almoço, ao meio da tarde volta a tomar café, depois não come mais nada até o dia seguinte, tenho medo que lhe dê uma fraqueza. Insisto com ela, mas é a mesma coisa que nada.
Agora várias decisões se colocam e volto a deixar os assuntos andar sem os resolver. Encarar os problemas é uma dificuldade imensa. Depois tenho outro problema, enquanto não resolver um não parto para outro. O que fazer com o carro da minha mãe? Como ganhar algum dinheiro com os cd's e roupa que ela me deixou? Tento vender no OLX? Tanto cd por abrir ainda pensam que os roubei, lol. Tenho que preparar o apartamento para ir lá morar, terei que o fazer em breve, mas não me sinto capaz, sou mesmo limitado. Continuo com o problema na anca. Doi-me quando estou em pé muito tempo, quando caminho, quando faço exercício, quando levanto pesos, não me deixa em paz, por que não tento ajuda a um especialista ou tentar marcar uma ressonância magnética? Sei lá, fazer algo. Estou sempre angustiado, mas afinal o que me proíbe de viver e ser feliz?

sábado, 27 de abril de 2019

Falecimento Mãe

Ela não merecia este final de sofrimento. Uma pessoa tão bondosa, nunca fez mal a ninguém, por que a obrigaste a sofrer assim tanto, meu Deus? As últimas semanas foram terríveis, principalmente a última, ela estava sempre a chamar, desorientada, confusa das memórias, com alucinações, por exemplo fazia o gesto que estava a beber água quando não tinha garrafa na mão, pedia para sentar, depois para deitar, sentia-se desconfortável com dores insuportáveis. De madrugada pedia para tomar o pequeno almoço, quando era finalmente hora dizia que já o tinha tomado, queria o antibiótico para ver se as dores passavam, estava desesperada, tive tanta pena dela, custava-me vê-la assim sem saber como a ajudar, noites em claro, um inferno. Foi às urgências e não lhe fizeram nada, dias depois ela e eu já não aguentava a situação resolvi ir ao hospital falar com o médico da oncologia que finalmente a mandou internar nos cuidados paliativos. O médico disse que ela tinha superado as expectativas. Esperava que ela melhorasse das dores e ainda tivesse alguma lucidez. No dia que foi internada mal conseguia falar, eu dizia não te percebo e ela responde-me de uma forma tão nítida "também não percebes nada", as últimas palavras claras que ouvi da sua boca, respondi-lhe "pois não sou burro", que nem é mentira nenhuma. No dia a seguir fui visitá-la e encontrei-a num estado pior, já não conseguia falar, mal abria os olhos, não sei o que o seu consciente entendia,  parecia que já estava no outro mundo, a última imagem que ficou foi horrível não a vou conseguir tirar o resto da minha vida. Passou 3 dias lá, quando o meu telemóvel tocou às 7 da manhã de um número que não tinha na lista dos contatos já adivinhava o pior. Como vou ter forças para continuar? Devo sentir mais que as outras pessoas, pois não tenho família gerada por mim. Aquela foto que tirei no sofá quando esperava os bombeiros, a última foto tirada em casa mostrava que o fim estava próximo….não sei se a apague. A herança é pesada, ela apenas me deixou umas tralhas de roupa e cd's por abrir. O que vou fazer com aquilo? Não consegui realizar o último desejo dela, queria escolher um fato para vestir quando partisse, infelizmente já não foi a tempo de se concretizar.  Por causa desta minha personalidade as dificuldades aumentam, não sei decidir, sou  obrigado a conviver que é tão difícil para mim. Coitada da minha avó, ninguém merece ver um filho morrer.Acho que nunca vou superar esta dor. Espero que agora estejas num sitio melhor, Mãe. Amo-te eternamente!

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Outra Crise Mãe; Visita Amigo Pai

A minha mãe está outra vez pior, mais uma crise que está a demorar a passar. Cheia de dores, muita tosse. As dores não passam mesmo estando a tomar medicação, já lá vão umas semanas, às vezes nem força tem para tossir o que me deixa desesperado. Não se consegue levantar sozinha, as noites tem sido um pesadelo para mim. Mais um problema apareceu: incontinência. O quarto não é arejado, os moveis sufocam, a tralha é tanta que não deixa respirar, isto tudo culpa dela e da sua doença de comprar artigos em desmedida, depois não tem sitio para os arrumar. Lençóis constantemente mijados, só de entrar no quarto dela deixa-me agoniado. Claro que está sem animo, doi-me tanto vê-la assim. De dia tem que ser a minha avó a ajudar, ela não tem força nenhuma devido à velhice, que sacrifício passa. Chego a casa encontro um cenário que me deixa deprimido, um cheiro intenso a urina, insuportável de aguentar, apetece-me sair dali. Sinto que não consigo cuidar dela, nestes dias devia estar no hospital a ser ajudada por peritos de saúde. Tenho que a convencer a tentar ir novamente às urgências, da última vez que lá fomos tivemos o dia inteiro, ela no estado que está não vai aguentar, o sistema de saúde em Portugal funciona muito mal nesse aspecto, alternativas? Confesso que estou farto de andar em hospitais, mas não quero que transmita esta mensagem a ela. Tenho medo que a doença esteja a alastrar, que ela vá ao hospital e digam que já não à esperança. O RX detectou um novo nódulo, estamos à espera do Tac que poderá demorar vário tempo(SNS Sucks). Se tivesse outra personalidade podia ajudá-la mais, sempre a atrapalhar esta merda de feitio em todos os aspectos da vida. Penso muito que em breve vou perdê-la o que me provoca um estado de angustia que não consigo sair. Não estou preparado!
O meu pai pela segunda vez na vida voltou a receber o amigo brasileiro, a estadia durou uma semana. Almocei com eles praticamente todos os dias. No sábado fizemos um passeio, que acabou por não correr muito bem, pois fiquei sem bateria no carro. Felizmente encontrámos uma pessoa muito prestável que nos ajudou. Não descansei enquanto não resolvi o problema. Para mim um simples,  torna-se num grande. No domingo não combinamos nada, o que me deixou ansioso. Tivemos bastantes dificuldades de comunicação, muitas vezes não entendia o que falava para ele. Não sei se para ele esta passagem foi uma seca, quase todos os dias a mesma pasmaceira de sempre. O meu pai não tem carta, não o pode levar a passear. Ele tira fotografias de tudo, ainda consegue ser pior que eu, pensava que só eu tinha esta obsessão. Nessa semana tive uma vida mais ativa que o normal o que me agradou, agora voltar à monotonia custa.
Na empresa as coisas não estão muito bem, estou preocupado com o buraco financeiro que estamos a criar...

sábado, 16 de março de 2019

Sextas; Criança Inocente; Nova gerência

As sextas-feiras e fim-de-semanas são quando me sinto pior, em vez do inverso como as pessoas normais, ir fim-de-semana significa não ter nada positivo para fazer. Ficar em casa no computador, ver televisão, etc. A minha vida é estagnada, não faço nada de relevante, não produzo, não me apetece sair sozinho. Comparo-a com a do meu colega de trabalho, está sempre ocupado com as suas negociatas, viagens, filhos, mulher, terrenos… que inveja de ter uma vida. Gostava de ter programas para fazer, contacto com a natureza como passear na floresta à beira do lago, conhecer outros locais, visitar sítios como museus, ir a feiras, divertir-me no paintball, de noite ir a eventos como teatro, clubes com amigos, saber conversar para conhecer pessoal…vejo no instagram contas de outros utilizadores e fico deprimido.
Podia por exemplo estar mais tempo com o meu pai, conhecer os terrenos dele, nem sei os limites e alguns onde são, sou uma vergonha. É mais uma situação onde me sinto cada vez mais afastado, antigamente ia lá muitas mais vezes, agora apenas almoçamos de vez em quando nos dias de semana, numa hora de intervalo do trabalho.
Ando a tratar dois dentes que me estão a custar uma fortuna, centenas de euros, várias sessões. Pelo menos a poupança que faço do dinheiro serve para alguma coisa. Quero iniciar uma conversa com a assistente de dentista que parece ser bastante simpática, mas não sei como desenvolver.  Quero dizer alguma coisa às minhas colegas de interessante mas não sei. Esta minha deficiência está a deixar-me louco, sinto-me tão burro e básico.
No outro dia estava no quarto e passou a minha primita na rua e ouvi dizê-la que eu só queria computador. Uma criança inocente diz as verdades, fiquei de rastos. Ela é uma criança muito doce, gosto muito dela, uma vez contaram-me que ela ia morrendo engasgada, cada vez que me lembro fico com um aperto tão grande. É pena que esteja pouco tempo com ela, mais uma coisa que perdi, pois antigamente passava muitas tardes com ela e o irmão, da próxima vez que a vir não sei como encará-la. Às vezes penso que foi tudo fruto da minha imaginação e que nem sequer ela que estava a passar, apenas outra criança a dizer outra coisa qualquer.
Quero descansar, ter uma noite tranquila, mas tenho medo de adormecer e ter sonhos com os meus piores pesadelos, muito frequente ultimamente. O meu cérebro está sempre em estado de alerta. Acordo várias vezes de noite com uma vontade de urinar imensa.
Na empresa entrou uma pessoa nova para a gerência, mais responsável e concentrada, por um lado é positivo pois algum trabalho que realizo tem valor, o que não acontecia antigamente, sentia que estava a trabalhar para o boneco, o que gera falta de motivação, por outra lado tenho medo que repare nos erros que cometa e que acabe por me despedir, tenho que ser mais competente na minha área, visto que nas outras não sei nada. É um investimento numa pessoa que tem um salário absurdo para a nossa condição financeira, espero que tenhamos retorno no futuro.
Mais um aniversário do blog, 6º ano, nada evoluí, acho que em muitas coisas regredi. Até o que sabia, começo a ter dúvidas, a minha falta de memória deve-se sobretudo à minha falta de confiança.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

A minha Aventura no Politécnico

Estive a ver umas fotos que ia tirando às escondidas no politécnico para recordação no futuro, já lá vão uns 6 ou 7 anos. Ingressei no ensino superior através dos maiores de 23 anos. O meu patrão decidiu que ele, eu e outro colega devíamos tirar um "canudo", vi logo que ia dar para o torto, de certeza que não iria dar para conciliar o trabalho com os estudos, ele não tinha noção o quão complicado seria e do tempo que era preciso perder. Queria tirar outro curso, mas não consegui dizer ao meu patrão que me influenciou a tirar um diferente ao que pretendia. Tinha que concordar, medo de pensar que não queria evoluir e assim colocar em perigo o meu posto de trabalho. Pagou-me as propinas, apesar de ter valores em divida para comigo, que obviamente não gostei. Sinceramente pensei que não ia entrar, fui o único candidato que foi aprovado. Passámos por várias fases, prova de cultura geral, entrevista (que obviamente correu mal), mais um teste de conhecimentos. Pensei em nem sequer me preocupar, mas depois lembrei-me que podia aparecer um zero na pauta, sinal que nem me esforcei ou da minha burrice. Resolvi tirar 2 ou 3 dias para estudar a matriz. Tive sorte pois já tinha aprendido algumas coisas no técnico o que facilitou a resolução dos problemas. A matemática tivemos algumas explicações o que me permitiu safar-me no exame, contudo fiquei surpreendido por ter entrado, ao contrário do meu outro colega que estava entusiasmado mas que chumbou, o meu patrão também entrou. Afinal não havia nenhum zero na pauta, não havia classificação dos que não entravam. No inicio ficámos totalmente à nora, não tínhamos qualquer informação, não sabíamos como funcionava o sistema, os turnos, conciliar os horários, etc. Idealizámos que íamos todos para o curso do mesmo carro, é claro que na prática as coisas não funcionavam lá tive que ir gastar gasolina com o meu.
Na altura dava-me muito bem com a minha ex(ainda não namorávamos), incentivava-me, parecia que estava mais interessada do que eu, foi ela que me deu a noticia, pois estava sempre a aceder ao site do politécnico. Foi entre a candidatura e o inicio das aulas que tivemos a nossa relação. Quando comecei o curso já estava na merda, o que não ajudou. Claro que os problemas começaram, ela parecia desinteressada, não perguntava nada em como estava a correr e dizia mesmo que estava a meter o curso à frente do trabalho. Claro, estragava-lhe o horário dela, pois entrava tarde e saía cedo, dizia que trabalhava em casa para compensar, mas nunca mostrou serviço feito. Os conflitos agravaram e vi o curso como uma escapatória para não ter que a aturar presencialmente. Acho que foi por isso que não desisti mais cedo. Já não estudava Matemática à 11 anos, entrava na aula de análise matemática e saía de lá sem perceber nada, vi logo que era impossível fazer aquela cadeira.
Estive lá um ano letivo onde completei duas cadeiras e mais a prática de outra. No ano a seguir em vez de ir a todas as disciplinas, resolvi inscrever só em cadeiras isoladas. O exame correu mal, a minha ex saiu da empresa e nunca mais voltei a meter lá os pés.  O meu patrão rapidamente desistiu. Já tinha criado este blog, nem me lembro se contei alguma coisa.
Foi mais um sitio onde passei onde não consegui conviver com ninguém, 1 ano e meio e falei no máximo com 2 ou 3 pessoas, basicamente os meus colegas de grupo. Chegava à sala, ia para o meu canto sem falar com ninguém à espera do professor. Nos intervalos maiores ou ia para a biblioteca ou para o laboratório dos computadores sempre sozinho. Às vezes passeava à volta do politécnico, que me visse pensaria que era um ladrão a observar a sua vitima. No refeitório também me isolava. A primeira vez que lá fui estava perdido, meti-me na longa fila e vi que algo estava mal, perguntei a uma bela jovem que estava atrás de mim como era o funcionamento da cantina, ela disse como era e guardou-me o lugar, fiquei imediatamente encantado com ela. Foi a minha paixoneta da faculdade, sempre que a via o meu coração alegrava-se. Ela estava no curso que queria ingressar, talvez assim pudesse ter convivido com ela.
Capurei alguns vídeos através do meu portátil do ambiente, visivelmente desconfortável, sempre a olhar de um lado para o outro, um peixe fora de água.
Ao menos tive a experiencia de frequentar um curso superior. A esta hora a maioria do pessoal deve-se ter formado estando a ganhar um bom salário. Sei que pelo menos o homem que me dei melhor está numa boa empresa, ainda bem parecia um tipo porreiraço.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

O Quão Patético Sou?

Mais um fim-de-semana sem sair de casa. Não tenho ninguém com quem possa combinar um encontro para passar um tempo agradável, na verdade não quero sair do meu mundo o que me deixa em estado depressivo. Reflicto e vejo o quão patético sou, como a minha vida é ridícula. Porque não tenho forças para sair deste estado de passividade? A dormir o meu inconsciente não me deixa em paz, elaborando pesadelos com os meus piores receios como a doença da minha mãe, a vinda definitiva dos meus tios, etc. Sonhei que eles chegaram de surpresa e logo levei sermão do meu tio, o que mais me espanta são os pormenores, eles falam falam e eu não consigo responder tal como na vida real. Chega ao ponto de ter medo de os compreender como na realidade, faz-me pensar que tipo de bloqueio padeço. Lembro-me de uma frase que lhe disse que está na minha mente à muito tempo, quando insinuou que era incompetente. Como ele reagirá ao abajur que parti com uma bola de tenis? Tenho medo de ir buscar uma escada, cair e não resolver o problema. Porque ontem não ligaram como habitualmente fazem aos domingos? Fico logo ansioso por pensar em possíveis brigas de família. Tenho medo que existem conflitos por causa de dinheiro. A verdade é que nesse aspecto o meu tio tem razão, a minha mãe anda a gastar dinheiro da avó de forma desmedida em inutilidades, prejudicando o irmão, assim só vejo problemas no futuro. A mim ajuda-me pagando a gasolina, acho que vou levar por tabela. Será o inicio de uma ruptura? Se não formos submissos vai haver granel. Quero estar bem com todos, senão não fico de consciência tranquila, mas às vezes os conflitos são impossíveis de evitar. Se tivesse a capacidade para ser independente não me tinha que preocupar, comporto-me mesmo como uma criança.
Recebi um relatório de 2018 do Google Maps Timeline com o resumo das minhas viagens, é para rir como a minha vida é feita num perímetro tão curto. Não consigo fazer viagens longas e conduzir para cidades com muito trânsito, mais um medo que não consigo enfrentar e limita-me bastante.
Ando com dores brutais nos músculos do pescoço e omoplata esquerdo, suspeito que seja por estar muito tempo a ver tv inclinado para a esquerda, sempre na mesma posição. A NOS resolveu dar me um mês grátis de sporttv, agora tenho visto muitos jogos de futebol, se não aproveitar a campanha parece que não descanso. Como melhorar se não faço nenhum esforço para isso?
Estou com mais uma paranóia chata. Quando fecho os olhos para dormir observo o escuro, não me consigo abstrair, faz-me uma impressão brutal.
Estou à semanas para comprar um smartphone, à procura de promoções, de encontrar o certo, mas assim nunca mais o vou fazer. AI QUE SOFRIMENTO!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

2019 - Mais do Mesmo

Mais um ano que começou, nem planeio projectos ou objectivos pois sei que não os vou cumprir por causa desta minha personalidade que me limita tanto a vida.
Na empresa os esquemas continuam, sem um plano bem definido, trocas de dinheiro, criação de novas, enfim nem quero pensar nisso, gostava de ter um trabalho mais tranquilo e com menos invenções, mas provavelmente não poderemos sobreviver sem estes estratagemas. Agora o meu patrão quer que assuma um alto cargo de responsabilidade, obviamente não me sinto preparado, tenho medo que no futuro corra mal e depois os encargos me caiam em cima, não tenho capacidade para combater as dificuldades, não me sei defender. Por um lado era uma maneira que me podia fazer crescer, mas a criança que está dentro de mim não me deixa. Neste momento estou com o salário mínimo, não tenho coragem de pedir aumento, não recuso trabalhar até horas tardias ou sábados, apetecia-me reclamar mas é importante ter o meu chefe ao meu lado. Se fosse gerente podia auferir um ordenado maior...ou não. A mulher do meu patrão está muitas vezes no escritório, o que me condicione imenso pois tenho medo que veja os meus erros e que conte ao marido. Ela fala muito com o meu colega, sobre os filhos, jardinagem, etc, para ela eu sou invisível, raramente conversamos. É normal, a culpa é minha, não tenho assunto, não desenvolvo, não sei o que dizer, como um deficiente. Sei que não faz por mal, o inconsciente dela pensa que não vale a pena perder tempo comigo. É com ela e com os outros colegas, clientes ou fornecedores não sei mesmo ter um diálogo. As mini reuniões tornam-se um pesadelo, não sei como me expressar claramente e raramente intervenho, todas as soluções que idealizo são desenquadradas e tenho medo que pareça um burro. Infelizmente quando estou sozinho sinto-me mais à vontade, mas sempre com este estado de espírito constante de angústia. Não consigo estar 100% concentrado nem no trabalho nem no lazer, imagino constantemente uma pessoa que não sou, um convívio com colegas que não tenho, mas que gostava de ter.
Já parti mais um smartphone num dia que estava revoltado por não me conseguir impor. Instalei uma app para fazer gravação de chamadas. Fico tão envergonhado quando as oiço, pareço mesmo um atrasado mental. Não sei se deva adquirir um novo, ou se continue com um antigo, tenho medo de comprar e depois aconteça o mesmo ao anterior. Estas indecisões criam-me tanta ansiedade.
A minha mãe voltou a fazer o mesmo, roubar dinheiro à minha avó para comprar artigos inúteis o que devo fazer?
Tenho estado pouco tempo com o meu pai, almoçamos de vez em quando quando ele está pela vila. Devia ir visitá-lo ao fim-de-semana, ver o que é meu, por exemplo nem sei os marcos que delimitam os terrenos dele. Mesmo estando tão pouco tempo com ele, não tenho assunto para falar, não existe nada de novo, a minha vida é tão monótona!