sábado, 22 de junho de 2019

Conversa Séria que tenho que ter mas que sei que não vai acontecer

Preciso ter uma conversa séria com eles quando chegarem de férias. Definir a minha vida, não deixar que eles interfiram nos meus planos e quem me dera que me ajudassem, pois sou tão incompetente. Esta é a hora exata, não devo adiar mais. Perguntar-lhes diretamente quando vêm de vez, o que acham da minha situação, se preferem que viva sozinho(eles devem achar que não tenho capacidade), o que vai ser da avó, etc. Dizer o que pretendo, mas tenho medo que leve a mal, que queira as coisas à maneira dele, provavelmente já estão delineadas na sua cabeça, e sei que sou incapaz de lhe responder pois tenho medo de gerar conflitos. Pintar o quarto da cor que quero, mudar os alumínios e chão, montar os moveis à minha maneira, saber se posso deitar fora as coisas do meu primo. O meu primo é boa pessoa, mas não consigo estar à vontade com ele e falar abertamente. Queria que quando chegasse já tivesse trabalho feito, às vez até começo a ter vontade de fazer, mas rapidamente desaparece e provoca-me um sentimento de ilegalidade.
Já tirei da ideia de um dia puder gerar família, nem me desenrasco sozinho. Olhei lá para baixo e vi chegar a vizinha, com um bebé, não esperava que fosse tão gira. Observei-a, seguro que não me via lá de baixo, mas puro engano olhou para cima e viu-me a olhar fixamente para ela, não desviei o olhar, deve pensar que tipo "esquisito" e dou-lhe razão, não me comporto mesmo como uma pessoa normal. Sempre a criar boas primeiras impressões, lol.
O meu joelho esquerdo está-me a falhar quando tento fazer algum trabalho "pesado". Queria mudar algumas coisas sozinho, mas não consigo. Quando a mente é fraca, o corpo vai atrás.
Continuo a fazer a lista do inventário, provavelmente nunca chegarei a colocar os artigos online. Fico lixado por perder muito tempo com este assunto. Ás vezes apetece-me só desfazer simplesmente de tudo. Chamar alguém ou alguma instituição e que levem tudo, mas isso seria mais uma derrota.
Levei a minha avó a ver a festa de final do ano letivo, no final ficaram a conversar e eu a lamentar a minha incapacidade de interagir, ver novos e graúdos a conviverem e eu especado à espera, só queria ir embora dali, para a minha companhia de sempre, a solidão. Entrar no mundo fantasioso de personagens criadas pela mente, sei que erradamente provocando-me angústia. S. João, toda a gente sai à rua para comemorar, folia que para mim é um pesadelo. O meu colega lá vai nas marchas, levando os filhos, quer habituá-los desde pequenos, não vá ficarem como eu.
Na empresa o trabalho está a aumentar, é hora ideal de pedir um aumento de ordenado, ganho o salário mínimo e já trabalho com o meu patrão desde 2002, qualquer outra pessoa já se tinha ido embora, só eu com esta personalidade. 17 anos e continuo a ter medo de falar com ele, incrível.

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