quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

2019 - Mais do Mesmo

Mais um ano que começou, nem planeio projectos ou objectivos pois sei que não os vou cumprir por causa desta minha personalidade que me limita tanto a vida.
Na empresa os esquemas continuam, sem um plano bem definido, trocas de dinheiro, criação de novas, enfim nem quero pensar nisso, gostava de ter um trabalho mais tranquilo e com menos invenções, mas provavelmente não poderemos sobreviver sem estes estratagemas. Agora o meu patrão quer que assuma um alto cargo de responsabilidade, obviamente não me sinto preparado, tenho medo que no futuro corra mal e depois os encargos me caiam em cima, não tenho capacidade para combater as dificuldades, não me sei defender. Por um lado era uma maneira que me podia fazer crescer, mas a criança que está dentro de mim não me deixa. Neste momento estou com o salário mínimo, não tenho coragem de pedir aumento, não recuso trabalhar até horas tardias ou sábados, apetecia-me reclamar mas é importante ter o meu chefe ao meu lado. Se fosse gerente podia auferir um ordenado maior...ou não. A mulher do meu patrão está muitas vezes no escritório, o que me condicione imenso pois tenho medo que veja os meus erros e que conte ao marido. Ela fala muito com o meu colega, sobre os filhos, jardinagem, etc, para ela eu sou invisível, raramente conversamos. É normal, a culpa é minha, não tenho assunto, não desenvolvo, não sei o que dizer, como um deficiente. Sei que não faz por mal, o inconsciente dela pensa que não vale a pena perder tempo comigo. É com ela e com os outros colegas, clientes ou fornecedores não sei mesmo ter um diálogo. As mini reuniões tornam-se um pesadelo, não sei como me expressar claramente e raramente intervenho, todas as soluções que idealizo são desenquadradas e tenho medo que pareça um burro. Infelizmente quando estou sozinho sinto-me mais à vontade, mas sempre com este estado de espírito constante de angústia. Não consigo estar 100% concentrado nem no trabalho nem no lazer, imagino constantemente uma pessoa que não sou, um convívio com colegas que não tenho, mas que gostava de ter.
Já parti mais um smartphone num dia que estava revoltado por não me conseguir impor. Instalei uma app para fazer gravação de chamadas. Fico tão envergonhado quando as oiço, pareço mesmo um atrasado mental. Não sei se deva adquirir um novo, ou se continue com um antigo, tenho medo de comprar e depois aconteça o mesmo ao anterior. Estas indecisões criam-me tanta ansiedade.
A minha mãe voltou a fazer o mesmo, roubar dinheiro à minha avó para comprar artigos inúteis o que devo fazer?
Tenho estado pouco tempo com o meu pai, almoçamos de vez em quando quando ele está pela vila. Devia ir visitá-lo ao fim-de-semana, ver o que é meu, por exemplo nem sei os marcos que delimitam os terrenos dele. Mesmo estando tão pouco tempo com ele, não tenho assunto para falar, não existe nada de novo, a minha vida é tão monótona!