sexta-feira, 19 de setembro de 2014

+ Um Aniversário Passado

Mais um aniversário passado...a idade avança e eu na mesma. Festejei apenas com os meus familiares mais chegados, de resto ninguém soube que fiz anos.
Mudámos de instalações e mais uma vez verifiquei que não tenho força nenhuma, não consegui levantar armários mais pesados, é que claro que tive que ouvir bocas perante tal incapacidade. Não aproveitei o espaço da carrinha e ouvi logo «vê-se que não estás habituado a trabalhar». Eles pensam que as pessoas no escritório não trabalham. É um trabalho diferente, não me podem exigir força quando não estou habituado como eles.
Mais um dia de tratamento da minha mãe aproveitei para fazer algumas coisas diferentes.
Expermentei uma massagem de relaxamento... uma desilusão, não senti diferença nenhuma, continuei ansioso e fiquei mais triste, talvez por esperar outra coisa. A mulher que me fez a massagem era bastante nova, uns 20 anos, muito respeitadora, pareceu-me demasiadamente tímida, praticamente não falei com ela, mas suponho que durante a massagem não se deva conversar. Fez-me um bocado de cócegas nos pés e alguma impressão nas costas. Uma das musicas que tocou durante a sessão foi do Thomas Newman, conhecida do filme «American Beauty», o que me deixou mais deprimido, costumo ouvi-la quando estou triste... uma experiência a não repetir.
Na sala de espera do hospital farto de estar a jogar sopa de letras, copas ou espadas no meu smartphone resolvi entrar no meu mundo imaginário, criei um filme com personagens inspiradas no warcraft. «À conquista da princesa»! Na idade média um lenhador tinha uma forte paixão. Ele não tinha hipoteses de lutar pela sua amada, tendo como concorrência um guerreiro, forte e musculado. Quando declarou-se foi gozado e resolveu fugir nessa noite com a vergonha. Foi a sua sorte, viu de longe a sua aldeia ser destruída por um ataque de "mortos vivos".  Ele sobreviviu e foi contar do ataque às outras aldeias próximas, mas quando chegou já estavam destuídas! Foi então que decidiu entrar  no "Mundo das Árvores". Lá habitava um povo guerreiro que protegia o seu mundo com poderes inimaginários. Nenhum humano tinha lá entrado, mas desesperado o lenhador foi pedir ajuda, assim que entrou as árvores agarrarm nele. Levaram-no aos chefes. A familia lider era constituida por 3 irmãos, todos com poderes mágicos. Um era o lider, o mais velho, responsável pelo bom funcionamento da aldeia. Outro irmão, cego de nascença estava preso por maus comportamentos. A mais nova, comandante das tropas, tinha um amigo inseparável, o seu tigre branco. O lenhador explicou o que se tinha passado e eles compreenderam e viram que tinham que estar atentos àquele novo perigo dos "Undead". O lenhador ficou encantado com a irmã do lider. O trauma que tinha impediu-o de pensar que era possivel conquistá-la. Curioso, de noite foi ao quarto dela espreitar, foi então que o tigre o bloqueou e pronto para atacar e proteger a usa dona, no entanto esta impediu-a "ele consegue ser tão protector". Começaram a conversar e verificou que ela era acessivel. No meio da conversa, alguém entrou a avisar que uma das tropas estava a ser atacada. Ela vestiu a sua farda e montou no tigre e foram em auxilio, rapidamente chegou lá e matou facilmente os mortos-vivos com os seus poderes extraordinários. Parei por aqui, um dia talvez continue a história. Mas qual a moral? Porque imaginei a história deste modo? Para mim todas as mulheres são inatingíveis? Serei sempre o coitadinho?
Pareceu-me ver um antigo colega, que já não via há anos, em vez de tentar ver se era ele...fugi.
Andei à procura de uma prenda para a minha primita, não encontrei nada dejeito, acabei por comprar mas acho que ela não vai ligar muito. Visitei várias lojas de roupas, mas estava tão em baixo que nem vi nada, só me apetecia ir para meu canto chorar. Um dia que devia aproveitar criei um pesadelo por estar tão em baixo.
Os tratamentos da minha mãe acabaram, agora vai ser um desespero até saber os resultados dos novos exames...

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O Corte do Melão

Tudo na mesa, fui buscar o melão. Quando estava a cortar vi que toda a gente me estava a olhar e não consegui completar uma missão tão fácil que não teria dificuldade se tivesse sozinho. Bloqueei, as minhas mãos começaram a transpirar, perdi as forças para segurar a faca... todos se riram, só me apetecia enfiar num buraco, a partir daí deixei de comer o melão tal o trauma.
Levei a minha mãe ao psiquiatra, mais de duas horas depois da hora marcada ela foi chamada, estava na sala de espera quando fui solicitado a entrar na consulta. Não estava nada à espera, entrei em pânico. É claro que não consegui transmitir o que pensava da minha mãe, mais uma vez bloqueei e não consegui falar em condições. Deixou-me frustrado não a conseguir ajudar mais. Não sei o que elas falaram lá dentro, mas deduzi pela conversa que a minha mãe está com ideias suicidas. :( Foi a 2ª consulta, não evoluiu nada desde a 1ª.
Enquanto estava na sala(s) de espera reparei em algumas mulheres atraentes, como gostava de meter conversa com elas... andei à "procura" da enfermeira que me tratou quando fui operado, mas infelizmente ainda não a vi e já fui ao hospital diversas vezes.
No outro dia um familiar mais distante veio visitar a minha mãe, daqueles que me convidam para beber um copo...escondi-me no quarto, fiquei tão assustado que ele perguntasse por mim. Aquela hora que teve em casa pareceu-me uma eternidade!
Tive uma semana de férias em Agosto, procurei diversificar e não ficar em casa. Um dia fui para terra do meu pai, outro dia até uma praia na montanha, até ao parque, até à feira de diversões... sempre sozinho, vários sítios diferentes, mas incapaz de meter conversa com alguém. Muitas vez observei pessoas a desfrutarem do prazer de viver e até assisti um engate descarado a uma louraça bastante jeitosa. Há bastante tempo que não vejo uma serie ou que jogo no computador, o que considero positivo. Andei a dar umas voltas na minha scooter, já fiz 1100 kms com ela. Diverti-me imenso com os miúdos...acabou, eles foram para a escola eu para o trabalho. O meu patrão quer que continue a trabalhar, mas quer me manda para o desemprego por causa de reduzir os custos. Não concordei com a ideia mas fui incapaz de dizer que não! Não sei mesmo o que fazer.
Porque é que às vezes vejo as coisas tão claras e outras vezes tão baralhadas? Porque o meu humor é tão inconstante?