sábado, 9 de fevereiro de 2019

A minha Aventura no Politécnico

Estive a ver umas fotos que ia tirando às escondidas no politécnico para recordação no futuro, já lá vão uns 6 ou 7 anos. Ingressei no ensino superior através dos maiores de 23 anos. O meu patrão decidiu que ele, eu e outro colega devíamos tirar um "canudo", vi logo que ia dar para o torto, de certeza que não iria dar para conciliar o trabalho com os estudos, ele não tinha noção o quão complicado seria e do tempo que era preciso perder. Queria tirar outro curso, mas não consegui dizer ao meu patrão que me influenciou a tirar um diferente ao que pretendia. Tinha que concordar, medo de pensar que não queria evoluir e assim colocar em perigo o meu posto de trabalho. Pagou-me as propinas, apesar de ter valores em divida para comigo, que obviamente não gostei. Sinceramente pensei que não ia entrar, fui o único candidato que foi aprovado. Passámos por várias fases, prova de cultura geral, entrevista (que obviamente correu mal), mais um teste de conhecimentos. Pensei em nem sequer me preocupar, mas depois lembrei-me que podia aparecer um zero na pauta, sinal que nem me esforcei ou da minha burrice. Resolvi tirar 2 ou 3 dias para estudar a matriz. Tive sorte pois já tinha aprendido algumas coisas no técnico o que facilitou a resolução dos problemas. A matemática tivemos algumas explicações o que me permitiu safar-me no exame, contudo fiquei surpreendido por ter entrado, ao contrário do meu outro colega que estava entusiasmado mas que chumbou, o meu patrão também entrou. Afinal não havia nenhum zero na pauta, não havia classificação dos que não entravam. No inicio ficámos totalmente à nora, não tínhamos qualquer informação, não sabíamos como funcionava o sistema, os turnos, conciliar os horários, etc. Idealizámos que íamos todos para o curso do mesmo carro, é claro que na prática as coisas não funcionavam lá tive que ir gastar gasolina com o meu.
Na altura dava-me muito bem com a minha ex(ainda não namorávamos), incentivava-me, parecia que estava mais interessada do que eu, foi ela que me deu a noticia, pois estava sempre a aceder ao site do politécnico. Foi entre a candidatura e o inicio das aulas que tivemos a nossa relação. Quando comecei o curso já estava na merda, o que não ajudou. Claro que os problemas começaram, ela parecia desinteressada, não perguntava nada em como estava a correr e dizia mesmo que estava a meter o curso à frente do trabalho. Claro, estragava-lhe o horário dela, pois entrava tarde e saía cedo, dizia que trabalhava em casa para compensar, mas nunca mostrou serviço feito. Os conflitos agravaram e vi o curso como uma escapatória para não ter que a aturar presencialmente. Acho que foi por isso que não desisti mais cedo. Já não estudava Matemática à 11 anos, entrava na aula de análise matemática e saía de lá sem perceber nada, vi logo que era impossível fazer aquela cadeira.
Estive lá um ano letivo onde completei duas cadeiras e mais a prática de outra. No ano a seguir em vez de ir a todas as disciplinas, resolvi inscrever só em cadeiras isoladas. O exame correu mal, a minha ex saiu da empresa e nunca mais voltei a meter lá os pés.  O meu patrão rapidamente desistiu. Já tinha criado este blog, nem me lembro se contei alguma coisa.
Foi mais um sitio onde passei onde não consegui conviver com ninguém, 1 ano e meio e falei no máximo com 2 ou 3 pessoas, basicamente os meus colegas de grupo. Chegava à sala, ia para o meu canto sem falar com ninguém à espera do professor. Nos intervalos maiores ou ia para a biblioteca ou para o laboratório dos computadores sempre sozinho. Às vezes passeava à volta do politécnico, que me visse pensaria que era um ladrão a observar a sua vitima. No refeitório também me isolava. A primeira vez que lá fui estava perdido, meti-me na longa fila e vi que algo estava mal, perguntei a uma bela jovem que estava atrás de mim como era o funcionamento da cantina, ela disse como era e guardou-me o lugar, fiquei imediatamente encantado com ela. Foi a minha paixoneta da faculdade, sempre que a via o meu coração alegrava-se. Ela estava no curso que queria ingressar, talvez assim pudesse ter convivido com ela.
Capurei alguns vídeos através do meu portátil do ambiente, visivelmente desconfortável, sempre a olhar de um lado para o outro, um peixe fora de água.
Ao menos tive a experiencia de frequentar um curso superior. A esta hora a maioria do pessoal deve-se ter formado estando a ganhar um bom salário. Sei que pelo menos o homem que me dei melhor está numa boa empresa, ainda bem parecia um tipo porreiraço.

Sem comentários:

Enviar um comentário